Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião
É triste que a grande crítica quase uníssona, da direita à esquerda volver, seja o facto de Lula da Silva ter afirmado que já é tempo dos EUA e da UE pugnarem pela paz na Ucrânia e investirem nas respectivas diligências negociais. Errado e bizarro é que todas as diplomacias não tenham começado a trabalhar desde 24 fevereiro de 2022 nesse bem precioso (ou, de preferência, até antes - mas será que foi por isso que negaram até ao último minuto que a guerra eclodiria?). Errado e bizarro é que alimentem o conflito de todas as formas, que apostem na escalada bélica, que até a queiram, aparentemente, eterna.
Pensar a paz, falar de paz, defendê-la é tomar o lado russo? Optar pelo diálogo e pelas conversações, procurar poupar milhões de vidas é abandonar a Ucrânia? Possivelmente, como em muitos outros processos negociais, nenhuma das partes veria todas as suas exigências e pretensões realizadas, mas a paz é sempre o único caminho.
Seja como for, é lamentável que o Brasil tenha Lula como presidente da república e que os tontos do nosso regime o chamem para as celebrações da nossa data debute. Lula carrega e representa o odioso do ptralhista, José Dirceu e José Sócrates, a canga toda da corrupção, da lavagem de dinheiro, do Lava Jato, dos ditadores amigos da Venezuela à Nicarágua, passando por Cuba.
Lula no 25 de abril?! Por acaso é alguma referência de civilização? Algum modelo democrático?
Acontece que, até à chegada da
comitiva presidencial do Planalto a Lisboa, esta polémica não verteu uma
lágrima de tinta ou uma palavra falada em qualquer jornal ou tv brasileira. Os
nossos governantes e seus acólitos bem podem beijar os pés e o chão que Lula
pisa, que os nossos irmãos "estão nem aí". Não é recíproco. Só que o
presidente do Brasil teve que antecipar a sua chegada a Portugal para fugir de
escândalos domésticos e, como se não bastasse, a sua mulher foi apanhada já na
capital portuguesa às compras numa das lojas ultra luxuosas na Avenida da
Liberdade, onde as gravatas custam centenas de euros e as T-shirts milhares. Na
véspera da viagem, Lula teve que demitir o ministro responsável pela segurança
após a divulgação de um vídeo da invasão
E pronto, é isto. É esta gente que Marcelo, o governo e os deputados, querem trazer para a festa dos cravos. E quem se opõe diz que o problema é apelar à paz. Credo. Podia recomendar-se que se juntassem todos para estragar só uma casa. O problema é que estragam duas. E arruínam milhões.
* Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia
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