quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Angola | Lutar Pra Nós É Um Destino* -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A União Europeia está moribunda. O motor da Alemanha gripou, ronca, faz muito fumo mas não anda. A Zona Euro, no semestre que termina em 21 de Dezembro, vai crescer 0,4 por cento. Chamar a isto crescimento é o mesmo que chamar gigante ao anão mais pequenino da Branca de Neve. No próximo ano vai piorar para níveis de catástrofe. Foi com o cartel falido que o Executivo Angolano fez um acordo apresentado como inovador, porque Bruxelas e Luanda vão conduzir conjuntamente o processo rumo ao “desenvolvimento sustentável”. É preciso acabar com este trágico engano de alma. Lutar pra nós é um destino. Lutemos!

A rainha Isabel II morreu há um ano. Os britânicos puseram canhões num parque de Londres e dispararam umas quantas salvas. Estão a gastar as munições que deviam enviar para a Ucrânia. Só mandam misseis avariados e pólvora seca. No terreno a carnificina continua sob a supervisão de Antony Blinken, Jens Stoltenberg, Úrsula von der Leyen e Rishi Sunak. A criadagem que hoje ocupa o poder no ocidente alargado ainda não percebeu que vai pagar os crimes de hoje. O melhor que lhes pode acontecer é um Tribunal de Nuremberga qualquer.  Na hora da verdade vão implorar uma guilhotina, uma corda ao pescoço. 

Em 1975, no Morro da Luz, em Luanda, eu vi um matador de negros desde 1961 implorar que o matassem. Não lhe fizeram esse favor. Pelo contrário, à sua frente passavam familiares dos que matou. E ele chorava. Gritava. Implorava. Já após a Independência Nacional foi expulso para Portugal. Obrigado a viver até ao fim! Os ocupantes do poder no ocidente alargado vão passar pelo mesmo. O Macron já grita. Para o povo do Níger lutar é um destino. 

Um quilo de urânio vale 20 euros no mercado internacional. A França pagava ao Níger 0,8 cêntimos! Os franceses roubavam 45 biliões de euros por ano aos nigerinos. Impossível renunciar à luta. Impossível contrariar o destino. Um dia todos os ladrões dos povos são arrastados pelas ruas até se desfazerem em pedaços. Os matadores não vão ficar impunes.

Angola, Namíbia, Zimbabwe e África do Sul, milhões de mortos, refugiados e deslocados. Iraque, milhões de mortos e refugiados. Primaveras Árabes mais o Inverno da Síria, milhões de mortos e refugiados. Líbia, milhões de mortos e refugiados. Jugoslávia riscada do mapa. Os matadores vão implorar uma corda ao pescoço, uma guilhotina ou um Tribunal de Nuremberga. Nem pensar! Vão ser exibidos até se desintegrarem. Lutar é o destino dos injustiçados. 

Lutar pra nós é um destino. Lutar pelo regresso do fabuloso Jornalismo Angolano porque é a única forma de garantir as condições concretas que dão força à liberdade. Hoje, dia Internacional do Jornalista, lutar é mais do que nunca o nosso destino. Os aprendizes de feiticeiro descobriram a que existem Conselhos de Redacção. Teixeira Cândido fez do Sindicato dos Jornalistas uma correia de transmissão da UNITA. Agora tirou da cartola mais um instrumento para reforçar essa traição à classe. 

Guerra de cinco mil anos da elite contra nossa mente está no climax. Podemos vencer?

A arma mais poderosa do opressor é a mente do oprimidoSteve Biko, lutador pela liberdade sul-africano, espancado até a morte em uma cela de prisão do Apartheid em 1977.

Robert J. Burrowes* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Então você pensa que decide o que fará, como fará, o que comprará e assim por diante. Bom, porque é nisso que você deve acreditar. Especialmente quando você está pensando o que os outros querem que você pense. A maioria de nós gosta de acreditar que temos “uma mente própria”.

Mas, na verdade, qualquer consideração séria das evidências leva à conclusão exatamente oposta. Na grande maioria dos casos, você não teve uma mente que fosse sua desde muito jovem. Pelo menos em qualquer coisa que realmente importe em sua vida.

Deixe-me elaborar.

Nos últimos anos, tenho escrito sobre a guerra de 5.000 anos da Elite contra a humanidade, com a batalha final nesta guerra sendo travada agora. Veja 'A batalha final pela humanidade: é “agora ou nunca” na longa guerra contra o Homo Sapiens' .

Por isso, argumentei, é importante compreender a “Grande Reinicialização” da Elite, com a sua quarta revolução industrial (tecnocrática), programas eugenistas e transumanistas, como simplesmente a mais recente manifestação desta guerra de 5.000 anos contra o Homo Sapiens durante a qual as Elites ( locais, “nacionais” e, em última análise, globais) utilizaram uma série de políticas para inventar “grandes acontecimentos” – guerras e fomes orquestradas; escravidão; sacrifício humano; imperialismo e colonialismo; exploração económica através de crises financeiras inventadas (incluindo depressões); desastres “naturais”, revoluções e crises “médicas”, para citar os mais óbvios – para desviar a atenção e facilitar mudanças profundas na ordem mundial, matar proporções substanciais da população humana e escravizar aqueles que permanecem vivos, ao mesmo tempo que obscurecem vastas transferências de riqueza das pessoas comuns para a Elite (seja local, “nacional” ou, em última análise, global). VerAnálise histórica da elite global: saqueando a economia mundial até que “você não possua nada”. '

Isto inclui, por exemplo, a guerra orquestrada pela elite na Ucrânia, que nada mais é do que outra manifestação desta política – ver 'A Guerra na Ucrânia: Compreender e Resistir à Agenda Mais Profunda da Elite Global' – e, por exemplo, é consistente com este programa que armas de urânio empobrecido (DU) foram implantadas pela Grã-Bretanha na Ucrânia, cuja explosão ameaça cidadãos em toda a Europa - ver 'A decisão da Grã-Bretanha de enviar munições de urânio empobrecido para a Ucrânia terá consequências terríveis' e 'O presente britânico que continua Doando: vento e chuva irradiados com urânio para a Polônia, Alemanha, Dinamarca, Holanda e Londres também'– e que os Estados Unidos usaram uma arma nuclear para destruir os oleodutos Nordstream, infligindo neste caso um ataque nuclear de “primeiro ataque” à Rússia e à Alemanha, uma série de consequências ambientais adversas para as populações da Escandinávia e da Europa, e efectivamente uma pancada um golpe devastador para as principais economias da Europa Ocidental (privando-as de uma fonte crucial de energia). Veja Nordstream – Anatomia da Explosão de Dante ' .

Ambos os ataques nucleares são facilmente identificáveis ​​como medidas consistentes com o programa explícito da Elite para matar uma proporção substancial da população humana.

Assim, embora eu tenha identificado anteriormente quatro deficiências fundamentais nos esforços dos activistas anti-guerra ao longo dos últimos 100 anos, que em conjunto explicam o fracasso do movimento em ter qualquer impacto no enfraquecimento da guerra como instituição – ver 'Rage Against the War Machine : Que raiva? “Quando é que aprenderão?”' – é também claro que outra ameaça muito antiga, agora embelezada por formas novas e mais perniciosas, também está a ser ignorada.

Assim, como me tornei cada vez mais consciente nos últimos anos, há toda uma outra dimensão do combate à guerra que só está a ser discutida à margem e que deve ser considerada e abordada não apenas por aqueles empenhados em acabar com a guerra, mas por qualquer pessoa que valorize a vida humana. , identidade, liberdade e livre arbítrio.

Porque, como é manifestamente óbvio para aqueles que investigam mais profundamente e como captado no título deste artigo, há uma batalha a ser travada no domínio tecnocrático e está a ser travada contra toda a humanidade simultaneamente, e não apenas contra uma população específica.

Em essência, esta batalha é a batalha final na guerra travada para controlar sua mente.

Crise migratória | Lampedusa regista recorde de quase 6 mil chegadas em 24 horas

A ilha italiana de Lampedusa, uma das principais portas de entrada na Europa de imigrantes irregulares que atravessam o Mediterrâneo, registou nas últimas 24 horas um total de 5.112 chegadas, um novo recorde.

Na terça-feira, foram registados 110 desembarques com mais de 5 mil migrantes na pequena ilha siciliana, que fica mais perto da costa africana do que da própria península italiana, e desde as 00:00 de hoje já chegaram mais 23 embarcações, com quase um milhar de migrantes, muitos dos quais aguardam no porto, já que o centro de acolhimento ('hotspot') de Lampedusa, com capacidade para 400 pessoas, está completamente sobrelotado, com cerca de 6 mil migrantes.

De acordo com os órgãos de comunicação social italianos, no porto de Lampedusa regista-se um autêntico engarrafamento de embarcações e o pessoal de salvamento e a Cruz Vermelha não conseguem gerir um fluxo que levou o presidente da câmara de Lampedusa, Filippo Mannino, a exortar o governo da extrema-direita liderado por Giorgia Meloni a tomar "medidas de emergência", como a intervenção do exército.

"Nunca vimos nada assim antes, com dezenas e dezenas de pequenas embarcações escoltadas ou ligadas a unidades de salvamento em frente ao porto, e outras que conseguem chegar diretamente", disse, apontando que estes são "números que já não são sustentáveis nesta ilha", razão pela qual é necessária "uma intervenção do exército".

3.000 mortos, 6 mil feridos - Sismo em Marrocos. Novo abalo sentido em Marraquexe

A terra voltou a tremer em Marrocos. É a réplica mais forte desde o grande sismo da passada sexta feira. Com uma intensidade de 4,6 na escala de Richter, o abalo foi sentido em Marraquexe.

As equipas continuam os trabalhos de busca e salvamento, mas a esperança em encontrar sobreviventes é cada vez menor. As autoridades já confirmaram quase três mil mortos e perto de seis mil feridos.

RTP

Cheias na Líbia: número de mortos só na cidade de Derna pode chegar aos 20 mil

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu esta quarta-feira aos políticos da Líbia que superem as divisões e garantam o apoio às vítimas

O balanço das inundações na Líbia é cada vez mais pesado, com o número de mortos apenas na cidade líbia de Derna a poder situar-se entre os 18 mil e os 20 mil, segundo avança a Sky News, citando dados que o presidente da câmara, Abdulmenam Al-Ghaithi, adiantou esta quarta-feira à televisão al-Arabiya. A estimativa é feita com base no número de zonas da cidade destruídas.

Derna, situada a cerca de 900 quilómetros a leste de Tripoli, é a mais afetada das dezenas de cidades do nordeste da Líbia atingidas pelo ciclone Daniel no domingo, com a anterior estimativa a apontar para pelo menos 5000 mortes na urbe e acima de 10 mil desaparecidos, segundo números do governo oriental do país

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu esta quarta-feira aos políticos da Líbia que superem as divisões e garantam o apoio às vítimas de grandes inundações, quando a primeira ajuda começa a chegar ao país.

“Este é um momento de estarmos unidos em torno de um propósito: todos os afetados devem receber ajuda, sem levar em conta qualquer filiação”, disse, citado pela agência EFE, Volker Turk.

Para o dirigente da ONU, “é importante prestar especial atenção à proteção dos grupos vulneráveis, que correm ainda mais riscos após uma catástrofe deste tipo e os direitos humanos devem estar no centro da resposta a esta situação dolorosa”.

BCE volta a subir juros na Zona Euro. Taxa de depósitos atinge novo máximo

A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde decidiu a décima subida consecutiva das taxas de referência, no encontro desta quinta-feira. Sinalizou, contudo, que poderá ficar por aqui.

Os juros na Zona Euro vão voltar a subir. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira o décimo aumento consecutivo nas três taxas de referência, dando continuidade à estratégia para tentar travar a inflação.

"A inflação continua a descer, mas ainda se espera que permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo. O Conselho do BCE está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%. Com vista a reforçar o progresso para o seu objetivo, o Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras em 25 pontos base", anunciou esta quinta-feira após o encontro dos 26 decisores.

A taxa de juro dos depósitos vai avançar a partir de 20 de setembro para 4% - um novo máximo de sempre -, enquanto a aplicável às operações principais de refinanciamento sobe para 4,5% e a de cedência de liquidez para 4,75%.

O ciclo iniciado em julho de 2022 conta assim com dez subidas consecutivas, num total de 450 pontos base para travar a inflação na Zona Euro que chegou a ultrapassar os 10% em outubro do ano passado. Contudo, está ainda nos 5,3% – muito acima da meta de 2%.

Se até julho Lagarde foi sinalizando o que esperava fazer nos encontros seguintes, no último encontro antes da pausa para o verão, a presidente da autoridade monetária garantiu que tudo ficaria dependente da evolução dos dados económicos. E é agora essa a justificação que dá para a decisão.

"O aumento das taxas de juro hoje decidido reflete a avaliação do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", refere o comunicado da autoridade monetária, que reviu em alta as projeções para a inflação e em baixa para o crescimento económico.

Apesar disso, o banco central liderado por Christine Lagarde sinaliza que poderá ficar por aqui no caminho de subida das taxas de juro. "O Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras atingiram os níveis que – se forem mantidos durante um período suficientemente longo – darão um contributo substancial para o retorno atempado da inflação ao objetivo".

As futuras decisões "assegurarão" que as taxas de juro diretoras estão em níveis suficientemente restritivos, "durante o tempo que for necessário", garante. "O Conselho do BCE está preparado para ajustar todos os seus instrumentos, no âmbito do seu mandato, com vista a assegurar que a inflação regressa ao seu objetivo de 2% no médio prazo e a preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária", acrescenta.

Leonor Mateus Ferreira* | Jornal de Negócios

(Notícia atualizada às 13:30)

* A jornalista viajou para Frankfurt a convite do Banco Central Europeu.

Von Der Leyen nega a realidade e insiste na receita do caos

Num momento conturbado para a União Europeia e para os trabalhadores, a presidente da Comissão Europeia, no discurso sobre o estado da União Europeia, insistiu em todos os elementos que degradam a vida das pessoas.

Não seria de esperar outra coisa, até porque Von Der Leyen é o rosto do rumo da União Europeia e a face das suas opções políticas. Havia, apesar de tudo, alguma curiosidade no que seria dito no seu discurso sobre o estado da União Europeia. Se o sentimento de curiosidade existia, apreensão se tornou porque o rumo traçado aparenta ser perigoso.

A presidente da Comissão Europeia voltou a insistir na receita do caos, na receita que fomentou a guerra, na receita das provocações, na receita para a degradação de vida e na receita da intolerância pela soberania de outros Estados. Em suma, Von Der Leyen foi aquilo que tem que ser para o projecto que representa. 

Ignorando o quadro de grande debilidade da União Europeia que à medida que os meses vão passando não consegue mitigar a inflação e simultaneamente apresenta indícios de uma possível recessão económica, com a Alemanha já a confirmar essa situação e os restantes países com crescimentos anémicos ou estagnados, a comissária disse: «Mostrámos que quando a Europa é ambiciosa e ousada, consegue fazer tudo. E nosso trabalho está longe de estar terminado. Por isso, vamos manter-nos unidos, vamos cumprir o que prometemos e vamos preparar-nos para o futuro». Esta sua declaração visou somente ignorar a realidade objectiva que está aos olhos de todos. 

A líder do executivo comunitário quis manter esta linha e, mais uma vez, ignorando os interesses contraditórios de muitos Estados da União Europeia, a competição que rege as suas relações e o quadro de submissão em que uns colocam outros, optou por apelar a uma «união» que parece cada vez inócua. Ao relembrar a Comissão geopolítica que apresentou em 2019, quando tomou posse disse que «se estivermos unidos por dentro, ninguém nos dividirá por fora. A nossa abordagem de Team Europe permitiu-nos ser mais estratégicos e mais assertivos».

Esta foi, como não podia deixar de ser, a ponte perfeita para a criação de um inimigo comum externo, ou vários inimigos. A táctica discursiva procurou apontar para um outro problema artificial que exige uma postura de confrontação e uma suposta unidade de forma a que ninguém olhe para os problemas reais que estão à sua frente. 

Juro, há óvnis e um navio italiano

Ricardo Marques, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia,

Hoje é um daqueles dias em que convém estar preparado para olhar para cima. Não é chuva, nem qualquer sinal de que o céu de prepara para cair nas humanas cabeças.

O caso é diferente, a trama bem mais complexa. Atente que vai de Frankfurt ao México, com paragem em Washington. E Portugal, claro.

Sempre lá em cima, onde as nuvens começam e o sossego desassossega. Quando esta quinta-feira acabar, pode dar-se o caso de tudo estar na mesma. Apenas lá em cima, mas não mais acima. E isso não será mau de todo.

Juro que estou mesmo a chegar ao destino. Juro que nada sei, e ontem, perguntando a quem sabe, percebi que também nada sabem. Ou pouco arriscam. Sabemos apenas que o juro é o destino. E esse destino, quem tem empréstimos no banco sabe-o bem, anda muito lá por cima.

Mas o que irá o Banco Central Europeu fazer à taxa de juro de referência? Quem são as pessoas com direito a voto nesta decisão?

As dúvidas são muitas mais do que as certezas, numa Europa com economias a diferentes velocidades. O BCE “…tem em cima da mesa, pela primeira vez, duas opções: subir pela décima vez os juros ou fazer uma pausa, pela primeira vez desde que iniciou o ciclo de aperto monetário em julho do ano passado”, escreve-se neste artigo do Expresso, que é talvez o melhor guião para compreender o que se irá passar perto das duas da tarde e o que irá dizer, em Frankfurt, Christine (Madeleine Odette) Lagarde. É uma guerra entre pombas e falcões. Mais uma vez, tudo acontece lá no alto.

Cá em baixo, as decisões do BCE têm sempre um peso considerável na carteira dos cidadãos. E uma subida na taxa de juro significará, mais cedo ou mais tarde, uma subida no valor a pagar ao banco mensalmente por quem tem crédito à habitação. Quando o silêncio voltar à sala, será hora de fazer contas: pagar o mesmo ou pagar mais.

Saiba, desde já, que não estará sozinho à espera do ‘lagardiano’ anúncio. António Costa promete escutar com toda a atenção para, daqui a uns dias, no Conselho de Ministros da próxima semana (não o de hoje, a esse já lá vamos ), aprovar medidas de apoio às famílias com créditos à habitação.

E o México, pergunta o leitor mais atento? É já a seguir. O navio também.

Portugal | O salário dignifica

Pedro Araújo* | Jornal de Notícias | opinião

O trabalho dignifica o Homem. A frase atribuída a Benjamin Franklin, norte-americano do século XVIII, que seria mais tarde parafraseada pelo sociólogo Max Weber, serve bem de epíteto à situação atual dos professores dos ensinos Básico e Secundário. O arranque do ano letivo encontra-se ameaçado pela exigência da recuperação integral do tempo de serviço. Os alunos não têm qualquer culpa, mas, na verdade, os docentes mereceriam uma atualização significativa das suas condições. O trabalho dignifica-os, mas o salário e a instabilidade nas colocações rebaixam-nos a uma condição de precários e desterrados ou, no mínimo, de mal pagos.

Este confronto entre Ministério da Educação e professores não é um filme a “preto e branco”. Quem está com os professores é contra o Governo e vice-versa? Essa postura é extremamente redutora. Qual é a zona cinzenta? A ambição de garantir a chegada de todos os docentes ao topo da carreira parece pouco razoável. Recuperar integralmente o tempo de serviço congelado no passado parece irrealizável, por muito injusto que tenha sido para a classe. Essas perdas foram sentidas quer no setor público quer no privado.

O passo seguinte devia focar-se num reforço significativo dos níveis salariais dos professores, dignificando o seu trabalho com melhores condições de vida. Ninguém duvidará que um profissional feliz desempenha sempre melhor a sua função na sociedade. O relatório “Education at a Glance” refere que grande parte dos docentes do terceiro ciclo aufere menos oito mil euros por ano face à média dos países da OCDE. O valor em si é subjetivo, uma vez que o real custo de vida depende sempre do nível de preços e do salário líquido.

Quando o Governo torna pública uma proposta de atualização de 33% dos salários dos médicos em exclusividade, é normal que os professores sintam que o seu papel não é suficientemente valorizado quer pelo Governo quer por todos aqueles que optam pelo silêncio.

*Editor executivo adjunto

Portugal | Ativistas detidos por bloquear entradas para Conselho de Ministros


Vários jovens amarraram-se aos portões, à semelhança do que aconteceu em protestos anteriores do movimento Fim ao Fóssil.

O movimento estudantil Fim ao Fóssil esteve, na manhã desta quinta-feira, a bloquear todas as entradas do Conselho de Ministros, que decorreria pelas 9h30, em Algés, Lisboa. Estiveram cerca de 20 jovens no local. 

"O governo devia estar em emergência climática e a reunir todos os dias para garantir o plano que trava a crise e garante um futuro para todas. Reivindicamos o fim ao fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025", pode ler-se numa nota a que o Notícias ao Minuto teve acesso. 

Vários jovens estiveram amarrados aos portões, à semelhança do que aconteceu em protestos anteriores do movimento.

A polícia encontra-se no local e está a retirar os ativistas, detendo-os. 

Segundo Catarina Bio, porta-voz do movimento, em declarações ao Notícias ao Minuto, pelo menos sete jovens foram detidos. Esta informação está pendente de confirmação oficial por parte da Polícia de Segurança Pública. O Notícias ao Minuto contactou esta força e aguarda resposta.

A polícia reforçou a presença no local desde as 09h00 com mais de 10 veículos, a maior parte da Unidade Especial da PSP.

O Conselho de Ministros está atrasado, mas deverá manter-se no mesmo local. 

Notícias ao Minuto, com Lusa

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