Carolina Quaresma | TSF
António Costa deseja a
"continuação de uma boa ação governativa" que "permita continuar
esta trajetória de crescimento económico e a melhoria dos rendimentos".
O ainda primeiro-ministro e
secretário-geral do PS quer que o partido "aproveite este debate interno
para renovar ideias, corrigir erros e apresentar-se aos portugueses de forma
unida", reforçando que não apoia nenhum candidato, apesar de
"conhecer as qualidades" de Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.
Sobre as questões da Justiça,
António Costa defende que "o que cabe ao PS não é intrometer-se no tempo
da Justiça, mas sim considerar-se no tempo dos portugueses, que é o tempo que
exige resposta aos problemas que estão em curso". "O PS tem de
mobilizar os portugueses."
Já relativamente às conversas com
o Presidente da República, Costa recusa comentar, dizendo que estas devem
"assentar na confiança". "Nunca revelei, por mim ou por
heterónimos nos jornais, as conversas com o Presidente da República",
afirma, criticando ainda a falta de "bom-senso" na marcação de
eleições e na dissolução do Parlamento: "Era totalmente
desnecessária."
"O que acontece na Justiça
será tratado na Justiça, não sei nada do que acontece na Justiça a não ser um
paragrafo que, segundo o Expresso, terá sido escrito pela procuradora-geral da
República", sublinha.
"Concentremo-nos no mais
importante. Todos os militantes devem mobilizar-se e participar ativamente na
escolha do novo líder", adianta, frisando que no dia 17 de dezembro
entregará as chaves do seu gabinete ao novo líder.
"Esta é uma boa ocasião para
que o debate se faça, novas ideias e novas energias", refere, acreditando
que o PS tem condições para vencer as eleições de 10 de março.
António Costa considera que a
direita apresenta "uma alternativa de instabilidade". "O Chega é
fator de ingovernabilidade, não é um partido igual aos outros", atira.
Costa “entregará as chaves” do
Rato no dia 17 e “vai colocar-se ao dispor” do futuro líder
Carolina Quaresma | TSF
António Costa volta a garantir
que não vai declarar o apoio a nenhum dos candidatos à liderança do PS,
“respeitará quem ganhar” e “vai colocar-se ao dispor” da futuro direção, dando
a entender que a saída do Governo pode não ser um ponto final na sua carreira
política. O primeiro-ministro falou aos socialistas, na abertura da comissão
nacional, sem fazer referências diretas aos dois candidatos, de acordo com
fontes ouvidas pela TSF.
O ainda primeiro-ministro e
secretário-geral do PS “estará no Largo do Rato ao meio-dia do dia 17 para
entregar a chave” da sede ao seu sucessor. Volta a repetir que “há dois quadros
que dão 10-0 a
Luís Montenegro", numa referência a Pedro Nuno Santos e a José Luís
Carneiro, excluindo o candidato da terceira via, Daniel Adrião.
Sem referências diretas ao
trabalho de qualquer candidato (José Luís Carneiro foi seu secretário-geral
adjunto e ministro da Administração Interna; Pedro Nuno Santos foi o pivô da
geringonça e ministro das Infraestruturas e da Habitação), António Costa falou
também no seu legado.
“Emprego, emprego, emprego” é a
grande herança dos Governos socialistas desde 2015, de acordo com o próprio
António Costa, que destaca também o crescimento do país, em grande parte dos
anos acima da média europeia.
Ferro fala na crise “mais grave
da democracia originada por um comunicado irresponsável”
Francisco Nascimento | TSF
Aos militantes socialistas,
Eduardo Ferro Rodrigues apontou o dedo à justiça, que é responsável pela maior
crise “da nossa Democracia quase no cinquentenário”. O antigo presidente da
Assembleia da República quer “dedicar a última fase da vida política a defender
a causa das causas – a democracia”.
“Esta crise, a mais grave da
nossa Democracia quase no cinquentenário, foi originada por um comunicado
irresponsável, ou consciente dos efeitos que produziria, ou então analfabeto de
responsabilidade da PGR, referindo o Supremo Tribunal de Justiça”, atira.
E, falando diretamente para
António Costa, disse que “o Governo de maioria absoluta que o PS conquistou
contigo ao leme foi destruído por actos e omissões da PGR e do Supremo Tribunal
de Justiça”. “Não foi por força das oposições, seus argumentos ou gritos. Não
foi por défice de vontade ou de empenhamento da tua parte. Não foi devido à
situação social, económica ou financeira do país”.
TSF | Imagem: © Pedro
Rocha/Global Imagens