sábado, 18 de novembro de 2023

Vilões Ontem Hoje Heróis da Humanidade -- Artur Queiroz


Artur Queiroz*, Luanda

O Conselho de Segurança da ONU conseguiu acabar com a guerra Irão-Iraque em 1988, após muitos anos de atrocidades. Estive várias vezes dos dois lados e sei o que foi aquele banho de sangue. O Iraque de Sadam Hussein já era uma “República Socialista” governado pelo partido pan-árabe Baath. O Irão estava em pleno regime dos “Ayatollah” e era uma “República Islâmica”. Uma guerra onde se misturou explosivamente a religião e o nacionalismo tradicional. O ocidente alargado apoiou Bagdade porque o país se ergueu como uma barreira fortíssima à expansão do fundamentalismo islâmico.

A penúria instalou-se no ocidente alargado e começaram as guerras para o roubo de petróleo. O Iraque foi o primeiro país a ser saqueado. Sadam Hussein era o herói do ocidente na Guerra Irão-Iraque. Mas a necessidade de “crude” sem pagar fez dele, rapidamente, um vilão. Os ladrões de petróleo enforcaram-no! O Iraque foi destruído. Fizeram o mesmo na Líbia de Khadafi. A Síria está destroçada. Agora sonham alto e querem fazer implodir a Federação Russa. Está muito difícil. Ninguém se admire quando o Presidente Putin passar de vilão a herói. 

No dia 7 de Outubro, combatentes das Brigadas Al-Qassam, braço armado do movimento HAMAS, atacaram Israel. Entraram em unidades militares, destruíram material de guerra e fizeram prisioneiros. Também atacaram civis e raptaram dezenas de pessoas. Esta parte é Terrorismo. 

Este foi o nosso 11 de Setembro (alusão ao ataque contra os EUA em Nova Iorque) vamos destruir o HAMAS gritaram os nazis de Telavive! O estado terrorista mais perigoso do mundo mandou dois porta-aviões e outros navios de guerra para o Mediterrâneo Oriental. Os nazis de Telavive iniciaram de imediato o genocídio na Faixa de Gaza e a limpeza étnica na Cisjordânia. As elites políticas do ocidente alargado foram a Telavive dar força ao genocídio. A operação de levarem a guerra à região estava em marcha.

Os nazis de Telavive deixaram-se cegar pelo ódio. O genocídio não estava no programa. Eles apenas tinham que pegar fogo ao rastilho da guerra no Médio Oriente para o estado terrorista mais perigoso do mundo aprofundar o negócio do petróleo roubado. De repente o mundo percebeu que o sargento Israel estava pançudo, era um lateiro sem agilidade para a operação. E deu tantos tiros nos pés que fez do vilão HAMAS, o Herói da Humanidade.

O Desgosto e as Lágrimas do Jacaré -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Em Angola seres humanos revelaram o melhor e o pior da Humanidade. De Portugal veio uma lufada de Liberdade com o 25 de Abril de 1974. Uns dias depois estávamos afogados em sangue. Esquadrões da morte ao serviço dos independentistas brancos mataram milhares de pessoas nos musseques de Luanda. Mas também no Lobito, Benguela, Lubango e Huambo. Jovens angolanos que prestavam serviço militar obrigatório na tropa portuguesa, deixaram tudo para defender os oprimidos. O falecido Aferes Carvalho foi o rosto deste movimento. 

As tropas portuguesas abandonaram as suas posições no Norte de Angola. Tropas zairenses, mercenários e o Exército de Libertação de Portugal (ELP) comandado, pelo coronel Santos e Castro, invadiram toda a região. Ocuparam e saquearam. No sul, Angola foi invadida pelas tropas do regime racista de Pretória, reforçadas com o Esquadrão Chipenda e a UNITA. Queriam criar um novo país a Sul do Cuanza! Ou a Sul do Cunene.

Face à invasão estrangeira, Agostinho Neto e seus camaradas da direcção do MPLA pediram socorro a Cuba. Milhares de cubanos vieram combater para Angola. Morreram em Angola pelos angolanos. Não há na História Universal tão belo exemplo de amizade e solidariedade. Cuba é muito, muito longe. Estive com Moracen, Puenteferro, Espinoza, Otero e tantos outros em Cabinda. Arguelles no Cuanza Sul. Ochoa no Cuando Cubango. Aquele capitão sem nome que me salvou a vida nos Morros de Samba Caju.

O líder, tão senhor de si, tão cheio de confiança, na hora da Vitória, num clima de Liberdade, disse-nos que só seríamos livres e dignos, quando fossem livres os povos da Namíbia, Zimbabwe e África do Sul. Ninguém hesitou. Agostinho Neto sempre soube tirar de cada um de nós o melhor que tínhamos. Todo um povo seguiu o líder, ajudando a liberar a África Austral do maior crime que alguma vez foi cometido contra a Humanidade, o regime de apartheid da África do Sul. Enquanto o Povo Angolano dava esse exemplo único de solidariedade, a UNITA lutava ao lado dos racistas assim como lutou ao lado dos colonialistas. Pior é impossível.

O Povo Palestino está a precisar dessa solidariedade. Mas não tem quem lha dê. Ontem o Presidente Xi Jinping apertou a mão ao assassino Joe Biden. Ficou com as mãos manchadas do sangue de milhares de crianças, mulheres, idosos e civis inocentes. Deu um aperto de mão ao genocida da Palestina. 

Angola | Os Catedráticos da Independência Nacional -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Antes do mais os factos históricos. No dia seguinte ao 25 de Abril de 1974 Jonas Savimbi picou o ponto: Estou aqui! Estava guardado pelas tropas portuguesas para ser jogado como trunfo do Presidente Spínola quando este defendeu uma “federação de estados” em vez da independência daas colónias portuguesas. Savimbi, uns dias depois do triunfo da Revolução doa Cravos deu uma entrevistas à Emissora Oficial de Angola (RNA e declarou que estava de acõrdo com o federalismo porque “não estamos preparados pra a independência.

Spínola enviou para Angla um antigo governador, Silvino Silvério Marques, da “linha dura” do regime deposto, para pôr de pé a solução federalista. Os angolanos nas grandes cidades e sobretudo de Luanda opuseram-se. O general colonialista foi recambiado para Lisboa. O núcleo duro do Movimento das Forças Armadas impôs-se e exactamente três meses depois do triunfo da revolução, o governo português reconheceu o direito das colónias à independência (Lei número 7/74 de 27 de Julho. Eis o texto:

“Tendo o Movimento das Forças Armadas, através da Junta de Salvação Nacional e dos seus representantes no Conselho de Estado, considerado conveniente esclarecer o alcance do n.° 8 do capitulo B do Programa do Movimento das Forças Armadas Portuguesas, cujo texto faz parte integrante da Lei n.° 3/74, de 14 de Maio; Visto o disposto no n.° 1, 1.°, do artigo 13.° da Lei n.° 3/74, de 14 de Maio, o Conselho de Estado decreta e eu promulgo, para valer como lei constitucional, o seguinte: 

ARTIGO 1.° O princípio de que a solução das guerras no ultramar é política e não militar, consagrado no n.° 8, alínea a), do capítulo B do Programa do Movimento das Forças Armadas, implica, de acordo com a Carta das Nações Unidas, o reconhecimento por Portugal do direito dos povos à autodeterminação. ARTIGO 2.° O reconhecimento do direito à autodeterminação, com todas as suas consequências, inclui a aceitação da independência dos territórios ultramarinos e a derrogação da parte correspondente do artigo 1.° da Constituição Política de 1933. 1. Foi tornada extensiva às províncias ultramarinas, pela Portaria n.° 790/74. de 8 de Agosto. Contém a rectificação publicada no Diário do Governo, 1 Série, n.° 179, de 2 de Agosto de 1974. ARTIGO 3.° Compete ao Presidente da República, ouvidos a Junta de Salvação Nacional, o Conselho de Estado e o Governo Provisório, praticar os actos e concluir os acordos relativos ao exercício do direito reconhecido nos artigos antecedentes. Visto e aprovado em Conselho de Estado. Promulgada em 26 de Julho de 1974. Publique-se. Assina: O Presidente da República, António de Spínola.

O almirante Rosa Coutinho tomou posse em Lisboa como presidente da Junta Governativa de Angola, no dia 24 de Julho de 1974. Desembarcou em Luanda no dia 26 de Julho. No dia seguinte foi promulgada a lei que reconhece o direito do Povo Angolano à Independência Nacional. Informação importante: Rosa Coutinho ficou no cargo até Dezembro, cinco meses!

Portugal | O SEU A SEU DONO ABSOLUTO. VEM AÍ O MÊDO OU JÁ ESTÁ EM VIGOR?

Portugal | ANTÓNIO COSTA FALA COM RAZÕES, FERRO RODRIGUES TAMBÉM

Costa fala em falta de “bom senso” na marcação de eleições e diz que conversas com PR devem “assentar na confiança”

Carolina Quaresma | TSF

António Costa deseja a "continuação de uma boa ação governativa" que "permita continuar esta trajetória de crescimento económico e a melhoria dos rendimentos".

O ainda primeiro-ministro e secretário-geral do PS quer que o partido "aproveite este debate interno para renovar ideias, corrigir erros e apresentar-se aos portugueses de forma unida", reforçando que não apoia nenhum candidato, apesar de "conhecer as qualidades" de Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.

Sobre as questões da Justiça, António Costa defende que "o que cabe ao PS não é intrometer-se no tempo da Justiça, mas sim considerar-se no tempo dos portugueses, que é o tempo que exige resposta aos problemas que estão em curso". "O PS tem de mobilizar os portugueses."

Já relativamente às conversas com o Presidente da República, Costa recusa comentar, dizendo que estas devem "assentar na confiança". "Nunca revelei, por mim ou por heterónimos nos jornais, as conversas com o Presidente da República", afirma, criticando ainda a falta de "bom-senso" na marcação de eleições e na dissolução do Parlamento: "Era totalmente desnecessária."

"O que acontece na Justiça será tratado na Justiça, não sei nada do que acontece na Justiça a não ser um paragrafo que, segundo o Expresso, terá sido escrito pela procuradora-geral da República", sublinha.

"Concentremo-nos no mais importante. Todos os militantes devem mobilizar-se e participar ativamente na escolha do novo líder", adianta, frisando que no dia 17 de dezembro entregará as chaves do seu gabinete ao novo líder.

"Esta é uma boa ocasião para que o debate se faça, novas ideias e novas energias", refere, acreditando que o PS tem condições para vencer as eleições de 10 de março.

António Costa considera que a direita apresenta "uma alternativa de instabilidade". "O Chega é fator de ingovernabilidade, não é um partido igual aos outros", atira.

Costa “entregará as chaves” do Rato no dia 17 e “vai colocar-se ao dispor” do futuro líder

Carolina Quaresma | TSF

António Costa volta a garantir que não vai declarar o apoio a nenhum dos candidatos à liderança do PS, “respeitará quem ganhar” e “vai colocar-se ao dispor” da futuro direção, dando a entender que a saída do Governo pode não ser um ponto final na sua carreira política. O primeiro-ministro falou aos socialistas, na abertura da comissão nacional, sem fazer referências diretas aos dois candidatos, de acordo com fontes ouvidas pela TSF.

O ainda primeiro-ministro e secretário-geral do PS “estará no Largo do Rato ao meio-dia do dia 17 para entregar a chave” da sede ao seu sucessor. Volta a repetir que “há dois quadros que dão 10-0 a Luís Montenegro", numa referência a Pedro Nuno Santos e a José Luís Carneiro, excluindo o candidato da terceira via, Daniel Adrião.

Sem referências diretas ao trabalho de qualquer candidato (José Luís Carneiro foi seu secretário-geral adjunto e ministro da Administração Interna; Pedro Nuno Santos foi o pivô da geringonça e ministro das Infraestruturas e da Habitação), António Costa falou também no seu legado.

“Emprego, emprego, emprego” é a grande herança dos Governos socialistas desde 2015, de acordo com o próprio António Costa, que destaca também o crescimento do país, em grande parte dos anos acima da média europeia.

Ferro fala na crise “mais grave da democracia originada por um comunicado irresponsável”

Francisco Nascimento | TSF

Aos militantes socialistas, Eduardo Ferro Rodrigues apontou o dedo à justiça, que é responsável pela maior crise “da nossa Democracia quase no cinquentenário”. O antigo presidente da Assembleia da República quer “dedicar a última fase da vida política a defender a causa das causas – a democracia”.

“Esta crise, a mais grave da nossa Democracia quase no cinquentenário, foi originada por um comunicado irresponsável, ou consciente dos efeitos que produziria, ou então analfabeto de responsabilidade da PGR, referindo o Supremo Tribunal de Justiça”, atira.

E, falando diretamente para António Costa, disse que “o Governo de maioria absoluta que o PS conquistou contigo ao leme foi destruído por actos e omissões da PGR e do Supremo Tribunal de Justiça”. “Não foi por força das oposições, seus argumentos ou gritos. Não foi por défice de vontade ou de empenhamento da tua parte. Não foi devido à situação social, económica ou financeira do país”.

TSF | Imagem: © Pedro Rocha/Global Imagens

Portugal | BIPOLARIZAÇÃO EM GRUPO

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

São armas os equívocos e os barões assinalados nas idas e voltas, rocambolescas, de todo o processo que conduziu ao pedido de demissão de António Costa. Armas contra a democracia, o Estado de direito e a separação de poderes. Sobre os poderes que confrontam o poder, escreverá a História. Sobre o que todo este processo ditará no futuro próximo, um conjunto de condicionamentos é inevitável até pela aceleração da política para além do “tempo previsível”. Nenhuma eleição é demasiado tarde, ainda que só a 10 de Março, para todo um espectro político governado para uma maioria que pensava, ensaiava e projectava um calendário de eleições para anos seguintes.

Não deixa de ser singular que o anterior Governo de António Costa caia pela não aprovação do Orçamento do Estado de 22 e antes dele. E que o agora demissionário Governo de maioria absoluta caia apenas e só após a aprovação do Orçamento do Estado para 24. O pé no acelerador da política deixa o mapa da mina do país intacto para que quem vier abra a porta ou faça o reajuste em sede de rectificativo. Um Orçamento com padrasto e o pé no acelerador da política farão dos acordos de regime a grande pedra-de-toque da uma geringonça à Esquerda ou à Direita. Está muito claro para todos que a bipolarização do espectro político português será feita à custa de acordos entre partes que já não estão desavindas pelo perspectiva de tomar em assalto ou de salvar o possível.

Depois de ter introduzido o 25 de Novembro como arma de arremesso no Dia da Implantação da República, Carlos Moedas pede agora que se compreenda o voto de protesto na extrema-direita, sendo que uma declaração destas no actual contexto não tem outra leitura: o volte-face está à mão de semear de uma coligação informal de interesses. Longe vão os tempos em que o presidente da Câmara de Lisboa puxava do seu exemplo de conquista da cidade, procurando provar que é possível ganhar eleições sem a extrema-direita de braço dado. Limpar com transparência não poderá nunca ser compatível com a actividade de reciclagem de lixo. Apesar de todos os desmentidos em forma de pré-aviso à navegação, é elementar que o PSD perceba que terá de crescer definitivamente ao centro-direita, cumprindo - até aos olhos dos eleitores - a hipótese de redenção de um sistema que assegura estar poluído sem culpa própria.

As sondagens, esses entes de aproximação a uma realidade que muda mais rápido do que a própria amostragem, podem mentir. Mas sendo sensíveis ao epicentro do furacão, não retiram ao PS a “pole position” partilhada na grelha de partida para as próximas eleições. A política acelera em forma de tufão que tudo varre mas não parece mudar o sentimento do país sobre quem o pode governar em segurança contra intempéries.

* Músico e jurista | O autor escreve segundo a antiga ortografia

Costa diz que a melhor solidariedade que o PS lhe pode dar é vencer as legislativas

PORTUGAL

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou hoje que a melhor solidariedade que o seu partido pode dar em relação à sua situação pessoal é uma vitória nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

Esta posição, segundo fontes socialistas, foi transmitida no discurso inicial que António Costa proferiu à porta fechada perante a Comissão Nacional do PS, durante o qual não se referiu ao processo judicial que o envolve e que causou a sua demissão das funções de primeiro-ministro na semana passada.

"A melhor solidariedade em relação a mim é uma vitória do PS no dia 10 de março", declarou, citado por dirigentes socialistas presentes na reunião.

Na sua intervenção inicial, o ainda líder dos socialistas elogiou por igual dois dos três candidatos à sua sucessão no cargo de secretário-geral do PS, cujas eleições diretas internas estão marcadas para os dias 15 e 16 de dezembro.

António Costa assinalou que, tanto Pedro Nuno Santos, como José Luís Carneiro, trabalharam consigo. Nesta referência, deixou de fora Daniel Adrião, que se candidatou contra si nas eleições diretas internas de 2016, 2018 e 2012.

Jornal de Notícias | Imagem: Manuel de Almeida

Portugal | O PARÁGRAFO

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Louis Menand: "Estudantes dos EUA estão a influenciar a opinião pública contra Israel"

Professor de História em Harvard, autor premiado, Louis Menand esteve na FLAD para falar do seu mais recente livro, O Mundo Livre. Entrevista à TSF sobre guerras, Trump, Putin, cultura e pensamento na Guerra Fria.

Ricardo Alexandre | TSF, entrevista -  Ouça aqui, na íntegra, o programa O Estado do Sítio, registo em áudio

É historiador, crítico, ensaísta e pensador norte-americano, colaborador de longa data da revista The New Yorker, professor na Universidade de Harvard e autor de inúmeras obras sobre a história cultural e intelectual do século XX, que lhe granjearam vários prémios. Recebeu o Prémio Pulitzer de História pelo seu livro The Metaphysical Club. O livro mais recente, O Mundo Livre, agora publicado em Portugal, foi finalista do National Book Award nos EUA. Antes da conversa sobre esta obra de mais de mil páginas, a perspetiva do autor sobre o conflito israelo-árabe:

"Estive em Israel em junho, numa viagem académica, e encontrámo-nos com muitos advogados israelitas, advogados internacionais, diplomatas e jornalistas. E nós dissemos-lhes: vocês não percebem que os estudantes universitários americanos são profundamente anti-sionistas e pensam que Israel é um estado de Apartheid? E eles disseram-nos: Não nos importamos com o que os estudantes americanos pensam, por que raio nos deveríamos importar? Agora já dizem que devem preocupar-se porque os estudantes americanos estão a influenciar a opinião pública contra Israel nesta guerra em Gaza. E estão a ter um grande efeito. Quer dizer, nem toda a gente gosta dos alunos, mas eles certamente foram ouvidos. Portanto, penso que os israelitas estavam a iludir-se ao pensar que a opinião pública americana não importa. Claramente, isso é importante para eles."

RA - Especialmente na América num ano eleitoral, isso poderá produzir alguma mudança política em relação ao apoio tradicional que o governo dos EUA tem dado a Israel?

LM - Penso que certamente haverá pressão sobre certos políticos para que contrariem a política de apoio incondicional a Israel. Acho que eles vão querer que a administração, no mínimo, imponha condições ao apoio militar e vão querer ver resultados. Biden pode dizer, você sabe, parem de bombardear hospitais, mas até que parem de bombardear hospitais, ninguém mudará de opinião. Mas é interessante, como eu estava a dizer antes, essencialmente foi uma espécie de movimento estudantil, que na verdade acabou por ter um grande impacto na vida pública nos EUA neste momento. E não dá sinais de terminar.

RA - Deveríamos rotular o seu livro mais como história de crítica social, ou mais como uma coleção de biografias daqueles que foram fundamentalmente importantes na cultura e na arte durante a era da Guerra Fria?

LM - São as duas coisas. É uma história social e cultural. Mas é contada usando essas figuras importantes como uma espécie de apoio para organizar a minha discussão sobre as tendências sociais. Então apresentei ao leitor, ou lembrei ao leitor, pessoas que já conhecem como Jackson Pollock, Elvis Presley, Hanah Arendt, Susan Sontag, James Baldwin, mas tentei usar as suas vidas como forma de ilustrar o que está a acontecer no período.

Erdogan | Negociações tensas na Alemanha quando divisões sobre Gaza se aprofundam

O presidente da Turquia sublinha a necessidade de um cessar-fogo, enquanto o alemão Scholz apoia o direito de Israel se defender.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, estava numa breve e tensa visita à Alemanha, no meio de profundas diferenças entre os dois aliados da NATO sobre a guerra em Gaza .

Erdogan chamou Israel de “estado terrorista” e apontou os seus aliados ocidentais, incluindo a Alemanha, por apoiarem os “massacres” militares em Gaza.

Na sexta-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz sublinhou o direito de Israel de se defender .

“A nossa solidariedade com Israel não está em discussão”, disse ele numa conferência de imprensa conjunta com Erdogan.

“Não devemos nada a Israel, por isso podemos falar livremente”, disse Erdogan, referindo-se às responsabilidades da Alemanha no Holocausto e à forma como Berlim pode influenciar a sua relação com Israel. “Se estivéssemos endividados, não poderíamos falar tão livremente. Mas aqueles que estão endividados não podem falar livremente”, disse ele.

O líder turco também atacou Israel pela sua implacável ofensiva aérea e terrestre em Gaza , dizendo que os ataques a crianças e hospitais não tinham lugar no livro sagrado judaico.

“Atirar em hospitais ou matar crianças não existe na Torá, você não pode fazer isso”, disse Erdogan aos repórteres.

Ismail Thawabta, diretor-geral do gabinete de comunicação social do governo em Gaza, disse aos jornalistas na sexta-feira que o número total de palestinos mortos desde o início da guerra, em 7 de outubro, ultrapassou os 12 mil, incluindo 5 mil crianças.

O Genocídio de Gaza e o Vazio dos “Valores Ocidentais”

Roger Sheety* |  Palestine Chronique | opinião

Os povos do Ocidente colectivo, em desafio aberto aos seus governos falhados e corruptos, manifestaram-se esmagadoramente aos milhões em apoio ao povo palestiniano.

É extremamente difícil colocar em meras palavras o que estamos actualmente a testemunhar em Gaza. Deveria ser claro até para os “jornalistas” mais densos dos meios de comunicação social corporativos ocidentais que estamos a assistir a um genocídio a desenrolar-se perante o mundo em tempo real. As imagens que vemos diariamente em vários meios de comunicação social dos habitantes de Gaza são indescritivelmente horríveis e desmentem as reportagens sóbrias e falsas dos chamados grandes meios de comunicação social.

No momento em que este livro foi escrito, 11.240 palestinos somente em Gaza (incluindo muitas famílias inteiras) foram mortos pela selvagem máquina de guerra israelense usando bombas de fabricação americana e lançadas por jatos de guerra de fabricação americana desde 7 de outubro de 2023. O número de mortos inclui 4.630 crianças. e mais de 3.000 mulheres. O número de feridos é de cerca de 29 mil, a maioria dos quais são crianças.

Os Estados Unidos e os seus vários vassalos patéticos e cobardes, incluindo o Reino Unido, a Alemanha, a Itália, a França e o Canadá, estão totalmente a bordo e são cúmplices do genocídio, uma vez que armaram Israel e/ou bloquearam repetidamente as resoluções da ONU para um cessar-fogo total .

A definição legal de genocídio

Se alguém ainda duvida que o termo genocídio seja aplicável a Gaza, aqui está a definição legal completa :

“De acordo com a Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, o genocídio inclui vários atos 'cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso' como tal, incluindo:

(a) Matar membros do grupo;

(b) Causar danos corporais ou mentais graves a membros do grupo;

(c) Infligir deliberadamente ao grupo condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física, total ou parcial; e

(d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos dentro do grupo.”

Israel, que tem continuamente bombardeado áreas residenciais, mesquitas, igrejas, campos de refugiados, hospitais , escolas, padarias e distritos comerciais de Gaza, por exemplo, viola claramente todas as secções desta definição deste manual.

Israel, a potência ocupante, também cortou o fornecimento de água e electricidade a Gaza e está a tentar fazer passar fome toda a sua população, ao mesmo tempo que impede a entrada de ajuda através da passagem fronteiriça de Rafah.

Além disso, Raz Segal, professor associado israelense de estudos do Holocausto e genocídio na Universidade de Stockton e professor dotado de estudo do genocídio moderno, declarou :

“A campanha de Israel para deslocar os habitantes de Gaza – e potencialmente  expulsá-los completamente  para o Egipto – é mais um capítulo da Nakba, em que cerca de 750.000 palestinianos foram expulsos das suas casas durante a guerra de 1948 que levou à criação do Estado de Israel. Mas o ataque a Gaza também pode ser entendido noutros termos: como um caso clássico de genocídio que se desenrola diante dos nossos olhos. Digo isto como um estudioso do genocídio, que passou muitos anos escrevendo sobre a violência em massa israelense contra os palestinos.”

BLOG DE GAZA -- Devastação, crimes contra a humanidade e o genocídio continuam

BLOG AO VIVO DE GAZA: Exército israelense ordena evacuação de Al-Shifa | 63 corpos chegam ao hospital indonésio | Cinco mortos no ataque israelense a Balata – DIA 43

Equipa do Palestine Chronicle  | # Traduzido em português do Brasil

Milhares de palestinos, incluindo quase 650 pacientes, alguns em estado crítico, receberam ordem de evacuar o complexo médico Al-Shifa, na Cidade de Gaza.

Entretanto, dezenas de palestinianos foram mortos durante a noite em ataques israelitas a residências na Faixa de Gaza. Só o hospital indonésio informou ter recebido 63 corpos.

Na Cisjordânia, o exército israelita matou 5 palestinianos no campo de refugiados de Balata, perto de Nablus, e outro em Tubas.

Enquanto isso, a Resistência continua.

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ULTIMAS ATUALIZAÇÕES:

Sábado, 18 de novembro, 10h (GMT+3)

MINISTÉRIO DA SAÚDE DE GAZA:

Saímos do complexo Al-Shifa para o sul e as cenas são trágicas.

5 médicos ainda estão no complexo para supervisionar o processo de coordenação da saída dos feridos.

Até agora caminhamos dois quilômetros e a área está completamente destruída.

Os bebês prematuros ainda estão no hospital e estamos em contato com a Cruz Vermelha a respeito deles.

Soldados israelenses caminhavam dentro do hospital e seus atiradores foram mobilizados.

SUPERVISOR DE EMERGÊNCIA DA AL-SHIFA: Nem todos conseguiram sair do hospital. Os deslocados foram orientados a dirigir-se para a rua Al Wahda e muitas crianças e adultos não conseguiram continuar a caminhar.

Sábado, 18 de novembro, 10h (GMT+3)

AL-JAZEERA: Sirenes soam em Shtoula, Galiléia Ocidental.

HAMAS: O Hamas lamentou o presidente em exercício do Conselho Legislativo Palestino, Ahmed Bahr, que foi martirizado ontem, sexta-feira, como resultado de seus ferimentos em um bombardeio israelense.

AL-JAZEERA: Um bombardeio teve como alvo uma casa em Khuza'a, a leste de Khan Yunis.

UNRWA: O carregamento de combustível previsto para Gaza não é suficiente.

BRIGADAS DE AL-QUDS: Nossos combatentes atacaram 7 veículos militares israelenses em operações separadas em Tal Al-Hawa e Al-Sabra, a sudoeste da cidade de Gaza.

ENVIADO DOS EUA PARA O ORIENTE MÉDIO BRETT MCGURK: Rejeitamos o deslocamento do povo de Gaza.

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