sábado, 18 de novembro de 2023

Portugal | ANTÓNIO COSTA FALA COM RAZÕES, FERRO RODRIGUES TAMBÉM

Costa fala em falta de “bom senso” na marcação de eleições e diz que conversas com PR devem “assentar na confiança”

Carolina Quaresma | TSF

António Costa deseja a "continuação de uma boa ação governativa" que "permita continuar esta trajetória de crescimento económico e a melhoria dos rendimentos".

O ainda primeiro-ministro e secretário-geral do PS quer que o partido "aproveite este debate interno para renovar ideias, corrigir erros e apresentar-se aos portugueses de forma unida", reforçando que não apoia nenhum candidato, apesar de "conhecer as qualidades" de Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.

Sobre as questões da Justiça, António Costa defende que "o que cabe ao PS não é intrometer-se no tempo da Justiça, mas sim considerar-se no tempo dos portugueses, que é o tempo que exige resposta aos problemas que estão em curso". "O PS tem de mobilizar os portugueses."

Já relativamente às conversas com o Presidente da República, Costa recusa comentar, dizendo que estas devem "assentar na confiança". "Nunca revelei, por mim ou por heterónimos nos jornais, as conversas com o Presidente da República", afirma, criticando ainda a falta de "bom-senso" na marcação de eleições e na dissolução do Parlamento: "Era totalmente desnecessária."

"O que acontece na Justiça será tratado na Justiça, não sei nada do que acontece na Justiça a não ser um paragrafo que, segundo o Expresso, terá sido escrito pela procuradora-geral da República", sublinha.

"Concentremo-nos no mais importante. Todos os militantes devem mobilizar-se e participar ativamente na escolha do novo líder", adianta, frisando que no dia 17 de dezembro entregará as chaves do seu gabinete ao novo líder.

"Esta é uma boa ocasião para que o debate se faça, novas ideias e novas energias", refere, acreditando que o PS tem condições para vencer as eleições de 10 de março.

António Costa considera que a direita apresenta "uma alternativa de instabilidade". "O Chega é fator de ingovernabilidade, não é um partido igual aos outros", atira.

Costa “entregará as chaves” do Rato no dia 17 e “vai colocar-se ao dispor” do futuro líder

Carolina Quaresma | TSF

António Costa volta a garantir que não vai declarar o apoio a nenhum dos candidatos à liderança do PS, “respeitará quem ganhar” e “vai colocar-se ao dispor” da futuro direção, dando a entender que a saída do Governo pode não ser um ponto final na sua carreira política. O primeiro-ministro falou aos socialistas, na abertura da comissão nacional, sem fazer referências diretas aos dois candidatos, de acordo com fontes ouvidas pela TSF.

O ainda primeiro-ministro e secretário-geral do PS “estará no Largo do Rato ao meio-dia do dia 17 para entregar a chave” da sede ao seu sucessor. Volta a repetir que “há dois quadros que dão 10-0 a Luís Montenegro", numa referência a Pedro Nuno Santos e a José Luís Carneiro, excluindo o candidato da terceira via, Daniel Adrião.

Sem referências diretas ao trabalho de qualquer candidato (José Luís Carneiro foi seu secretário-geral adjunto e ministro da Administração Interna; Pedro Nuno Santos foi o pivô da geringonça e ministro das Infraestruturas e da Habitação), António Costa falou também no seu legado.

“Emprego, emprego, emprego” é a grande herança dos Governos socialistas desde 2015, de acordo com o próprio António Costa, que destaca também o crescimento do país, em grande parte dos anos acima da média europeia.

Ferro fala na crise “mais grave da democracia originada por um comunicado irresponsável”

Francisco Nascimento | TSF

Aos militantes socialistas, Eduardo Ferro Rodrigues apontou o dedo à justiça, que é responsável pela maior crise “da nossa Democracia quase no cinquentenário”. O antigo presidente da Assembleia da República quer “dedicar a última fase da vida política a defender a causa das causas – a democracia”.

“Esta crise, a mais grave da nossa Democracia quase no cinquentenário, foi originada por um comunicado irresponsável, ou consciente dos efeitos que produziria, ou então analfabeto de responsabilidade da PGR, referindo o Supremo Tribunal de Justiça”, atira.

E, falando diretamente para António Costa, disse que “o Governo de maioria absoluta que o PS conquistou contigo ao leme foi destruído por actos e omissões da PGR e do Supremo Tribunal de Justiça”. “Não foi por força das oposições, seus argumentos ou gritos. Não foi por défice de vontade ou de empenhamento da tua parte. Não foi devido à situação social, económica ou financeira do país”.

TSF | Imagem: © Pedro Rocha/Global Imagens

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