PORTUGAL
O Presidente da República salientou que o país será aquilo que os votantes quiserem
O Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, deixou, esta segunda-feira, a tradicional mensagem de Ano Novo
ao país, numa altura
"Há um ano, disse-vos que
2023 poderia ser decisivo no mundo, na Europa e
Depois de falar sobre o panorama internacional, e sublinhando que enquanto durarem as guerras, quem sofrerá mais serão os "mais pobres, mais dependentes, mais excluídos", Marcelo falou sobre Portugal.
"Ficou claro que depois da legítima decisão pessoal de cessar funções de quem foi o segundo mais longo chefe de Governo em democracia e o mais longo neste século, deveremos estar todos atentos e motivados para as eleições de março, para percebermos como vais ser o tempo imediato em Portugal - na avaliação, como na escolha. Numa palavra, 2023 acabou com mais desafios e mais difíceis do que aqueles com que havia começado", salientou.
Notou ainda que a democracia
"nunca tem medo de dar a palavra ao povo", e que é nisso que se
distingue da ditadura. "Portugueses, 2024 vai ser largamente aquilo
que os votantes em democracia quiserem. Em Portugal,
O chefe de Estado sublinhou que 2024 seria ainda "mais decisivo" do que aquele que passou. "E que todos desejamos, possa ser diferente de 2020 e 2021, com a pandemia. De 2020 e 2023, com as guerras. Ou seja, possa ser finalmente de maior esperança no mundo, de maior esperança na Europa e também por isso, de maior esperança entre nós", continuou.
Antes, apontou que em Portugal, no último ano, "ficou claro que contas certas, maior crescimento e emprego, qualificação das pessoas e investimento e exportações são essenciais".
"Mas ficou também claro que crescimento sem justiça social, isto é, sem redução da pobreza e das desigualdades entre pessoas e territórios, não é sustentável. Ficou claro que efetivo acesso à saúde, à educação, à habitação, à solidariedade social é uma peça chave para que haja justiça social e crescimento. Ficou claro que a Administração Pública e a justiça podem fazer a diferença nestes anos em que dispomos de fundos europeus irrepetíveis e de uso urgente", referiu.
Marcelo relembrou ainda que 2024 é o ano em que se assinalam 50 anos de democracia em Portugal. "Por esta altura, 1 de janeiro de 1974, final de 1973, em Portugal as contas já não eram certas", considerou, exemplificando com o choque petrolífero, "a situação em África" que se "degradava todos os dias rapidamente" e ainda com os imigrantes, que ultrapassavam um milhão.
"Há meio século, com censura e sem liberdade de organização e ação política, não era possível libertar-se livremente", apontou, lembrando que os recenseados para votar eram apenas dois milhões e "de um só partido".
"Sabemos que o voto não é tudo, mas sem voto não há nem liberdade, nem democracia. Sabemos que todas as democracias - e também a nossa - são inacabadas, imperfeitas, desiguais. Deveriam ser menos pobreza, justiça, corrupção, desilusão dos menos jovens, mais lugar para trabalhar e viver dos mais jovens. O que se espera e exige nos próximos 50 anos é muito mais do que aquilo que foi realizado naqueles que, em 2024, terminam. Até porque os tempos serão sempre mais rápidos, mais exigentes e mais difíceis. O começo desses 50 anos é hoje. É agora. É já na vossa decisão para o rumo que querereis para os Açores, para Portugal e para a Europa", notou.
"Desde 1974, entre nós, é o povo - e só o povo quem mais ordena, quem mais decide, a pensar no seu futuro, a pensar no futuro de Portugal", rematou.
Notícias ao Minuto | Imagem: © Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Sem comentários:
Enviar um comentário