Bom dia, hoje trazemos aqui um ligeira abertura antecipando o Curto do Expresso. Apostamos que se ler não vai gostar. Provavelmente chamar-nos nomes feios. Tudo bem, estamos habituados. Adiante.
O medo de Trump vencer as eleições em Novembro nos EUA é enorme para uma minoria de cidadãos norte-americanos e para o mundo ocidental e arredores. A NATO treme e a União Europeia não lhe fica atrás. O Reino Unido revive o Império Falido.
O famigerado neocolonialista e esclavagista Ocidente anda a fazer contas de como sobreviverá neste sistema de pseudo democracia dirigido pelo corporativismo dominado pelos 1% dos donos do planeta. Não têm com o que se preocuparem. As negociatas e roubos continuarão, a exploração dos que trabalham também, o mundo será cada vez mais dos super ricos, esses tais um por cento da população mundial. Guerras? Haverá. Preparem-se. A União Europeia estará também cada vez mais tramada, desgovernada e pobrezinha. Perde a ‘muleta’ dos EUA, pois Trump olhará só para os interesses dos EUA sob todos os prismas. Egoistamente, como são suas características e anúncios. A negritude com que o futuro nos permite vislumbrar o que aí vem será imensurável.
Perante o descalabro a população mundial fora dos EUA espera injustificadamente que Trump seja morto ou preso e apostam no decrépito Biden para vencer um velho-novo mandato como presidente dos EUA… Falsas esperanças. Na atualidade Biden já pouco põe e dispõe no caminho há muito traçado pelos bandidos do 1% que na realidade detêm os poderes… Não por acaso existe o adágio popular “adeus mundo, cada vez pior”.
Este dito pessimismo decerto que será condenado, recusado, está a acontecer isso mesmo agora mais que nunca. Tal resume-se somente a uma causa: o planeta está repleto de cegos que não querem ver apesar de a realidade permitir que as verdades sejam sentidas até somente pelo tato. Vá, tateiem, sintam, ‘vejam’ e reajam. Deixem-se de cobardias e pseudo confortos e egoísmos de só olhar os próprios umbigos, rejeitando que há muito mais mundo por que lutar.
Bom dia e um queijinho. Vão ao Curto, a seguir, e se existir palha comam-na ou rejeitem-na. Sejamos efetivamente soberanos das nossas próprias vidas sem esquecer que a liberdade de cada um acaba quando começa a liberdade e direitos de outro nosso semelhante e companhia nesta viagem efémera.
O Curto. Vá nessa.
Redação PG
Ai, Owa! (EUA)
Pedro Cordeiro, editor da Secção Internacional | Expresso (curto)
Bom dia e boa semana!
Começo por recordar que na
próxima quinta-feira, 18 de janeiro, às 12h, voltam as “Visitas à redação”. Se
quiser conhecer o local onde se faz o Expresso, em pleno dia de fecho da edição
semana, inscreva-se através do email producaoclubeexpresso@expresso.impresa.pt.
Arranca hoje a votação da eleição que provavelmente mais marcará o mundo neste
jovem ano. Os eleitores republicanos do Iowa começam a escolher o candidato do
partido às presidenciais de 5 de novembro nos Estados Unidos da América. Do
lado democrata o mais certo é que figure no boletim de voto, dentro de dez
meses, o atual Presidente, Joe Biden, no cargo há quase três anos. O
correspondente do Expresso do outro lado do Atlântico, Ricardo Lourenço, explica o que está em causa.
O Iowa, território de três milhões de habitantes e 145 mil quilómetros
quadrados — respetivamente 30º e 26º maior entre os 50 que compõem a federação
—, deve o nome ao de um rio que é também o de um povo nativo americano. Terra
conservadora (o governador, os dois senadores e os quatro membros da Câmara dos
Representantes pelo estado são todos republicanos), é palco do primeiro embate
nas urnas entre Ron DeSantis, Nikki Haley, Asa Hutchinson, Vivek Ramaswamy e, é
claro, Donald Trump.
O homem que nunca aceitou ter perdido (mas perdeu!) as eleições de 2020 para
Biden é favorito em todos os estudos de opinião, ao ponto de nem ter querido ir
aos debates onde os demais se digladiaram por ser o seu opositor principal, à
medida que os meses avançam e a falta de entusiasmo vai fazendo cair alguns. O
último foi Chris Christie, antigo governador da Nova Jérsia e, entre todos, o
que mais claramente criticava o antigo chefe de Estado, considerando-o indigno
de regressar à Casa Branca.
Com o outrora reluzente DeSantis (governador da Florida) a perder fôlego,
Hutchinson (ex-governador do Arcansas) a nunca ter entusiasmado eleitorado que
se veja e o inexperiente empresário farmacêutico Ramaswamy a não apelar a mais
do que a franjas do partido, Haley (outrora governadora da Carolina do Sul e
embaixadora nas Nações Unida durante o mandato de Trump) parece a mais bem
posicionada (ainda assim, não muito) para fazer frente ao milionário, como se lê neste trabalho da Ana França.
Sendo apenas o primeiro de muitos confrontos, o caucus do Iowa (modo
especial de escolher um candidato, que passa por reuniões e discussões
públicas, mais do que apenas pela cabine de voto) dará indicações sobre dois
aspetos: quão grande é a vantagem de Trump e quem está à frente na corrida ao
segundo lugar. No ano em que se tornou Presidente, 2016, o nova-iorquino não
venceu neste Estado, onde foi batido por Ted Cruz. Desta vez seria uma surpresa
não ficar em primeiro lugar.
Tudo isto torna pertinente a leitura do artigo que faz a capa da Revista E esta
semana: como será o mundo se Trump ganhar não só o Iowa, mas o
país? A hipótese de repetir a proeza que só Grover Cleveland alcançou no século
XIX deve ecoar na cabeça de todos, leva o ex-candidato democrata Bernie Sanders
a fornecer conselhos a Biden. Da economia aos costumes, da
imigração ao porte de armas (aqui tratado pela Salomé Fernandes) da Ucrânia a Gaza,
da China à NATO, nada será igual.
A série que consagrará Trump ou proporcionará a maior reviravolta de sempre
continua nas próximas semanas e meses, até 4 de junho se até lá não ficar só um
Dia 5 é a Super Terça-feira, com 16 votações simultâneas (Alabama, Alasca,
Samoa Americana, Arcansas, Califórnia, Colorado, Maine, Massachusetts,
Minnesota, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, Vermont e
Virgínia). Em dois deles, Maine e Colorado, tribunais decretaram que Trump não pode concorrer, por
ter incitado a tentativa de sedição de 6 de janeiro de 2021. O caso está
pendente de recurso e o Supremo Tribunal dos Estados Unidos deve fixar
jurisprudência em breve.
O calendário completa-se com Guam (9 março), Marianas do Norte e Porto Rico
(10), Geórgia, Havai, Mississípi e Washington (12), Arizona, Florida, Illinois,
Kansas e Ohio (19), Luisiana (23), Connecticut, Delaware, Nova Iorque, Rhode
Island e Wisconsin (2 abril), Wyoming (
Outras notícias
TAIWAN Outra eleição
importante aconteceu do outro lado do mundo, onde William Lai ganhou as
presidenciais de Taiwan. A reportagem do Nelson Moura dá conta de um “sábado normal” para os taiwaneses, que agasta Pequim. O
regime comunista vai apostando na integração económica, explica o António Caeiro, enquanto
não decide forçar militarmente a reunificação. No podcast Expresso da Manhã, o Paulo Baldaia pergunta à investigadora
Raquel Vaz Pinto até quando durará a paciência dos chineses.
DAVOS Começa hoje a reunião anual do Fórum Económico Mundial e o Jorge Nascimento Rodrigues
conta-nos que o encontro vai decorrer em ambiente sombrio. Um mundo “fraturado”,
o papel da inteligência artificial na desinformação global e as guerras na
Ucrânia e no Médio Oriente são os riscos em debate no evento, que juntará 2800
participantes na estância alpina. Entre os convidados estão António Guterres,
Kristalina Georgieva, Antony Blinken, Christine Lagarde, Li Qiang, Emmanuel
Macron ou Javier Milei.
EQUADOR O país está a ferro e fogo, com ataques do narcotráfico ao Estado
de Direito. A Manuela Goucha Soares conversou com dois eurodeputados conhecedores da realidade
local sobre as causas desta forma de terrorismo sem ideologia. A
resposta chama-se “desigualdade” social e atinge quase toda a América Central e
do Sul. No podcast O Mundo a Seus Pés, a jornalista conversa sobre o que se
passa no Equador com Luís Novais, correspondente do Expresso no vizinho Peru.
PORTUGAL Já há calendário de debates para as legislativas de 10 de
março, informa a Eunice Lourenço. Agendados entre 5 e 23 de fevereiro, o tiro
de partida é dado pelo duelo PS-IL na SIC e o final reúne todos os partidos com
representação parlamentar na RTP). Pelo meio assinale-se o embate entre Pedro
Nuno Santos e Luís Montenegro, dia 19 nos três canais de âmbito nacional. No
dia seguinte debatem na RTP os partidos que não estão na Assembleia da
República.
VIANA DO CASTELO A convenção do Chega,
BOLA O Benfica começou a perder em casa, mas acabou por espetar 4-1 ao Rio Ave, mantendo o segundo lugar da Primeira Liga,
descreve a Lídia Paralta Gomes. A norte, foi o Porto a bater o Braga por 2-0, o que, somado à vitória do
Sporting na véspera sobre o Chaves (3-0), deixa o topo da tabela na mesma.
Noutras latitudes, assinala o Pedro Barata, arrancou na Costa do Marfim a Taça Africana das Nações, onde estão quatro dos cinco países
lusófonos daquele continente e dois técnicos lusos.
DINAMARCA O país escandinavo trocou ontem de chefe de Estado. Margarida II
abdicou no dia em que completava 52 anos de reinado, abrindo caminho ao seu
primogénito, agora Frederico X. Monarca há mais tempo no trono (desde a morte
da britânica Isabel II, em 2022), a octogenária anunciara a saída na mensagem
de ano novo, mencionando razões de saúde. Num domingo ameno, houve festa nas
ruas e beijos na varanda, além de lágrimas de mãe e filho. Veja as melhores fotografias da jornada.
Frases
“É preciso fazer mais — e melhor
— para consciencializar os eleitores de que o que se passa em Bruxelas é, por
assim dizer, uma extensão da vida política nacional e que, por isso, o seu voto
pode fazer a diferença”
Inês Matos Pinto, num artigo que sublinha (nunca é de mais) que as
eleições europeias são cruciais
“Quando os cidadãos desistem da democracia e da exigência perante os que
elegem, não é o ‘sistema’, se o entendermos como sinónimo de quem tem o poder,
que sofre. São os de baixo. Porque os únicos que realmente precisam democracia
são os que não têm outro poder para além do voto.”
Daniel Oliveira, a escrever no Expresso sobre o conclave do Chega
“Em vez de se dedicarem ao tráfico de droga, aos roubos ou violações, os imigrantes
no Martim Moniz dedicam-se à gastronomia, ao comércio e ao convívio na rua,
fazendo daquela parte de Lisboa uma das que mais valem a pena visitar e
conhecer. Insegurança zero. O sonho do multiculturalismo tornado realidade. O
Martim Moniz fez de Lisboa uma cidade mais cosmopolita, esse adjetivo tão
considerado.”
Carmo Afonso, no “Público”, sobre uma zona de Lisboa onde certas pessoas
deviam ir mais
“Só vale a pena comemorar o 25 de Abril em modo combativo Pouca gente atacará o
25 de Abril directamente, principalmente no terreno da política, mas existem
ataques que minimizam o seu significado.”
José Pacheco Pereira, no mesmo jornal, num excelente texto sobre o cinquentenário
que se avizinha
Podcasts a não perder
O fundador do Expresso volta às
ondas sonoras com um podcast sobre inteligência artificial. No
episódio de estreia de A próxima vaga, Francisco Pinto Balsemão reuniu
Ansiedade, mal a que poucos escapam, é tema do Que Voz é Esta?, programa de Joana Pereira Bastos e Helena
Bento dedicado à saúde mental. “Trabalhava a noite inteira, vangloriava-me por
dormir tão pouco e trabalhar tanto. A toda a hora, sentia um aperto muito
grande no peito”, conta a arquiteta Ana Rita Filipe, numa emissão com Ana Rita
Goes, psicóloga e docente na Escola Nacional de Saúde Pública.
Já pensou de que forma os ataques dos hutis, rebeldes do Iémen, a navios de
mercadorias na rota do canal do Suez podem afetar o seu quotidiano? O facto é
que já influenciam o mercado português, como explica a jornalista Margarida
Cardoso, que viajou até Frankfurt para a feira de têxteis-lar, e é convidada de
Teresa Amaro Ribeiro no mais recente episódio do Economia Dia a Dia.
O que ando a ler, ver e ouvir
Passou pouco tempo desde que
assinei o último Expresso Curto, mas o suficiente para me ter chegado um dos
presentes que, conquanto mencionados na minha carta, o Pai Natal deixara de
fora
Esta newsletter foi escrita, em grande parte, ao som de “Owl Song”, disco do trompetista de jazz Ambrose Akinmusire
que Rui Miguel Abreu recenseou para o Expresso esta semana, considerando
que atinge “um novo patamar de excelência”. Tirando a parte do novo, sobre a
qual não posso pronunciar-me pois desconhecia o músico em causa (mas irei
explorar a sua obra pretérita), tendo a concordar. A outra parte foi escrita
escutando Missas de Filipe de Magalhães, compositor português do
século XVI, pelo agrupamento Cupertinos, sobre o qual escreveu Ana Rocha. Muito mais recente e jovem é, aos 17
anos, Muireann Bradley, cujo álbum de estreia, “I kept these old blues”, fez parte das minhas delícias este
fim de semana.
Nos palcos, destaco comédias que não penso perder: “O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24” de Gilles
Dyrek, vai no Maria Matos, encenado por Ricardo Neves-Neves e interpretado por
Adriano Luz, Ana Nave, Jéssica Athayde, Miguel Thiré, Raquel Tillo, Rui Melo,
Samuel Alves e Susana Blazer. O Tivoli propõe “Feliz Aniversário”, um êxito internacional de Marc
Camoletti, que esteve seis anos em cena no West End londrino e na Broadway
nova-iorquina. Adaptado e encenado por João Baião e Frederico Corado, o elenco
inclui Cristina Oliveira, Fernando Gomes, Heitor Lourenço, Bruna Andrade e
Joana França.
Fica por aqui o Curto, mas segue toda a informação no site do Expresso. Até breve e até sempre!
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