Artur Queiroz*, Luanda
Ronald Lamola, ministro da
Justiça da África do Sul, defendeu hoje, ante o Tribunal Internacional de
Justiça em Haia, a acusação contra Israel por genocídio na Faixa de Gaza.
Orgulho. Senti um orgulho imenso. Em 1988, há apenas 36 anos, os sul-africanos
viviam sob um regime racista, muito igual ao que hoje vigora
Adila Hassim é a advogada escolhida pela África do Sul para provar ante os juízes do Tribunal de Haia, que os nazis de Telavive são mesmo genocidas. Orgulho. Imenso orgulho. Aquela mulher é fruto do esforço sobre humano feito pelos angolanos na Guerras pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial, contra a coligação mais agressiva e reacionária que alguma vez se formou no planeta: EUA, Reino Unido, França, Alemanha Federal e África do Sul racista.
A advogada Adila Hassim é uma prova viva da Libertação na África Austral protagonizada pelos angolanos na Batalha do Cuito Cuanavale. Mas quem tinha de estar no Tribunal de Haia era uma das muitas e excelentes advogadas angolanas. Falta de comparência dolorosa.
A queixa apresentada pela África do Sul contra Israel foi apoiada pela Liga Árabe (22 países), Turquia, Jordânia, Paquistão, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Brasil ou Namíbia entre outros países. Fizeram sua a acusação contra Israel por genocídio na Faixa de Gaza. Namíbia está lá, contra os genocidas! Que orgulho.
A Namíbia é um país que foi ocupado por uma potência estrangeira, nazi e defensora do apartheid. Como a Palestina é ocupada por uma potência nazi e racista, Israel. A Namíbia foi libertada com a ajuda preciosa do Povo Angolano. Hoje está contra os ocupantes e genocidas. Apoia a libertação da Palestina.
Angola até hoje não condenou o morticínio executado diariamente, ao longo de três meses, pelos nazis de Telavive. Porque Joe Biden, o parceiro estratégico de João Lourenço, não deixa! Ninguém percebe como chegámos a este ponto. Uma múmia apodrecida, um estado terrorista, ditam ordens em Angola!Rafael Savimbi encontrou em Ondjiva um senhor magrinho, desdentado, mensageiro do pai, o criminoso de guerra Jonas Malheiro que adoptou a morte e os crimes de guerra como pseudónimo. O rebento diz que encontrou um herói! É assim que esta gente vê Angola. Uma espécie de Jamba em ponto grande, com uma fogueira em cada esquina para queimar vivas as elites femininas angolanas.
O senhor Procurador-Geral da República, Hélder Pita-Grós, acaba de anunciar que vai remeter ao Tribunal, “nos próximos dias”, o processo contra Isabel dos Santos por actos praticados na gestão da Sonangol. Espantoso!
Mas atenção, ainda não é o fim. Porque só a acusação é que está na sua fase final. Isto é Justiça? Uma cidadã angolana está há sete anos a ser julgada nos Media pagos pelo chefe Miala. Roubou! Roubou! Mandados de capturas internacional! E tantos anos depois o processo está a caminho (devagarinho) do Tribunal! Isto é barbárie senhor Procurador-Geral da República. É fomentar linchamentos na praça pública.
Pessoas ligadas ao Banco Espírito
Santo decidiram criar um jornal
O Banco Espírito Santo Angola (BESA) cresceu, cresceu e tornou-se uma potência. Álvaro Sobrinho era o chefe. Para o bem e para o mal. Hoje diz que os milhares de milhões que voaram não entraram nos seus bolsos ou cofres privados. Mas também diz que comprou ao BES, o Novo Jornal. Como era o chefe dos chefes ninguém duvida que sim, comprou mesmo. Álvaro sobrinho diz que o título foi adquirido por ele ao Grupo Espírito Santo, através da White Capital, detida em 70 por cento pela empresa New Media. É o dono de quase tudo. O seu irmão, Emanuel Madaleno, diz que é dono do Novo Jornal, através do Grupo Nova Vaga.
O Tribunal decidiu que a propriedade é mesmo de Álvaro Sobrinho e estoirou uma maka mundial. Quem se lixa? Os jornalistas. O público nem por isso. Infelizmente, o Novo Jornal hoje tem um lugar diminuto no panorama mediático. Já teve muito mais. É pena. Um sujeito que nunca trabalhou na vida e come à mesa do Orçamento-Geral do Estado mas fingindo que não, Reginaldo Silva, diz que a ERCA devia tomar posição no diferendo entre Sobrinhos e Madalenos! Só se estivessem todos loucos. Ou recebessem por baixo da mesa para dizerem disparates.
Até porque numa entrevista à Deutsche Welle, Álvaro Sobrinho, além de negar que tenha arrombado os cofres do BESA também diz que é um filantropo e quer libertar-se rapidamente dos processos judiciais “para continuar a dedicar o seu esforço a ajudar os menos favorecidos e a apostar na formação da juventude em África, não só em Angola”.
Álvaro Sobrinho filantropo é algo que me deixa admirado. Estava a vê-lo mais como consultor de João Lourenço. Mas ele tem razão. A Justiça não pode colaborar com os julgamentos na praça pública (nos Media). Não pode fomentar esses linchamentos. Se há provas contra o banqueiro, pois que o julguem e condenem. Se não há, arquivem os autos. Só não fazem nada porque já foi julgado, condenado e executado na comunicação social. Os julgamentos nos Media continuam sempre que convém. E isso é inaceitável.
* Jornalista
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