segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Extrema-direita infiltrada em forças de segurança atacam Estado de Direito

Portugal

Bom dia (já no inicio da tarde). A seguir vai poder inteirar-se dos focos constantes no Curto do Expresso. Agora nós. Vamos lá a abordar levemente sobre a revolta daqueles senhores que não se cansam de cantar o hino nacional sobre os heróis do mar (e da terra) a marchar contra os canhões. Vai daí, tanto marcharam contra os ditos bombardos que esbarraram numa caçada ilegalidade no singular e outras no plural… Sim, estamos a fazer a abordagem às forças de segurança, a PSP, a GNR, guardas prisionais e eteceteras e tais das digníssimas forças seguras que atualmente já não são tão seguras como deve ser prática e timbre porque uns quantos elementos alienados enveredaram pela insubordinação e por cometimento de ilegalidades que lhes tragaram as evidentes razões da luta de uns largos milhares. 

O ministro da Administração Interna da Lusitânia (em gestão) assim o disse, com razão. Nós, os cidadãos, constatamos a realidade. E sim, pela certa existem arruaceiros da extrema direita infiltrados nas forças de segurança. La Palice não emitiria certeza melhor e maior. Infelizmente. Tudo que está a acontecer vem de há alguns tempos atrás, alguns anos, com a evidência dos alarmes de a PSP – por exemplo e maioritariamente – ter admitido esses tais senhores da dita extrema direita que também aqui algumas dessas evidências veiculámos e também redenunciámos. Mas o quê… Os altos responsáveis deste país à beira-fossa plantado ignoraram a comunicação social que fez tratos sobre o tema. E as secretas parece que entraram de férias.

Na realidade o que acontece atualmente é eles agora já serem alguns em quantidade que influenciaram mais uns quantos que estão a 'embarcar' nas loas que irão descambar em cantos da era hitleriana nazi e fascista q.b.. Pois, sabemos que dirão que estamos a exagerar, que esta conversa é coisa de esquerdalhos, de comunistas e nauseabundos fulanos. De inimigos das liberdades e da democracia… 

Ora, ora, o salazarismo fascista da modernidade está a instalar-se pomposamente em Portugal? Perguntarão. Pois então não sabem que sim? Esses tais energúmenos nazi-fascistas andam livremente por aí a minar, a infiltrarem-se nas instituições de defesa do Estado de Direito e da Democracia, a agirem ainda de pantufas mas quase a deixarem de ocultarem as botas cardadas que um dia não muito distante calçarão nas patorras que esmagarão as liberdades e a democracia que já tanto está a oscilar, até ao derrube final.

Cinquenta anos de derrube do salazar-fascismo para desembocar nisto? Pensem bem. Ajam melhor.

Obrigado, se é que se disporão a defender tudo aquilo que Portugal conquistou em 25 de Abril de 1974.

Justiça aos homens e mulheres de todas as forças de segurança nacionais e patrióticas que atuam sob os desígnios da democracia, das liberdades e do Estado de Direito é imperioso.

Já a seguir o Curto do Expresso.

Redação PG

Um anticiclone para dissipar a bruma

Eunice Lourenço, editora de política | Expresso (curto)

O Anticiclone dos Açores é um centro de altas pressões atmosféricas que influencia o clima em vastas áreas do Norte de África, Europa e América. Muitos de nós, que ainda vimos boletins meteorológicos regulares na televisão com um especialista a apontar para o mapa, ainda hoje usamos o anticiclone dos Açores - cujo funcionamento dificilmente alguma vez percebi - pelas variações do clima. Depois de semanas de alta pressão política, um vento de direita soprou pelas ilhas da bruma e gerou um quadro político, que continua a ser de alta pressão.

A coligação PSD-CDS-PPM venceu as eleições. Pareceu ter a maioria absoluta à mão de semear, mas o vento levou-a. Ainda assim, a noite foi de festa para José Manuel Bolieiro e Luís Montenegro, que ignoraram a sede e as ameaças de André Ventura e colocaram pressão no PS para a viabilização do governo de maioria relativa que o líder regional está disposto a formar.

“Governarei com uma maioria relativa. Não se trata de uma minoria. Uma vitória nunca é uma minoria", disse o presidente do governo regional. E com isso anunciou a reposição de uma forma de governar que parecia esquecida: a negociação constante em vez de alianças para a legislatura. Foi assim que António Guterres governou durante 5 anos: ora com o PSD liderado por Marcelo a viabilizar orçamentos em nome da entrada no euro, ora com o CDS de Paulo Portas a aceitar outro em nome da defesa da lavoura, ora depois apenas com um deputado, Daniel Campelo, em defesa do queijo limiano. Mas nesses anos, o PS também fez uma reforma da segurança social com o PCP, que também viabilizou um orçamento retificativo.

O PS, que já viveu e governou assim, tanto na República como nos Açores - quando entre o CDS e o PSD, Carlos César conseguiu navegar na sua primeira legislatura em que teve com maioria relativa - ficou desconfortável nesta noite eleitoral, com divisões públicas sobre o que fazer. Inviabilizar a maioria relativa de Bolieiro implica votar ao lado do Chega, que se tornou necessário a qualquer maioria absoluta que não implique os dois maiores, ou empurrar o partido de Ventura para o governo regional.

O resultado do Chega, sem dúvida o partido que mais ganhou em votos neste domingo, tem um paradoxo: por um lado mais do duplicou a presença na Assembleia Legislativa Regional; mas, por outro, pode passar de essencial à estabilidade açoriana a dispensável. Dispensáveis mesmo para a construção de maiorias ficam Iniciativa Liberal, PAN e Bloco. Com um Parlamento Regional a fazer maioria a 29, os seus votos não a fazem, nem com os socialistas (que elegeram 23 deputados), nem com a AD (que tem 25).

E se o anticiclone verdadeiro tem influência no clima de Lisboa, os ventos políticos também podem contaminar a República. Com o resultado dos Açores e a estratégia da noite eleitoral, Montenegro pode ganhar pontos entre os indecisos, seja os que estão indecisos entre a AD e o Chega, que percebem que o “não é não” vale e, portanto, se Ventura não vai chegar ao governo, mais vale votar AD para o PS não vencer; seja entre os indecisos entre PS e PSD, mas que receiam alianças com o Chega.

Outras notícias

Protestos e inquéritos. Os protestos dos polícias dominaram o fim-de-semana e subiram a outro patamar, com jogos e da I e da II Liga a serem cancelados e até uma ameaça de colocar em causa a logística das eleições de 10 de março. O ministro da Administração Interna demorou a aparecer e foi o gabinete do primeiro-ministro o primeiro a reagir. Marcelo esteve atento e José Luís Carneiro acabou por convocar uma reunião com os diretores nacionais de PSD e GNR. Anunciou inquéritos, lembrou que há limites para o direito de manifestação e disse que um governo em gestão não tem capacidade para assumir compromissos permanentes. Montenegro, mas também Paulo Portas e Marques Mendes dão razão aos polícias, mas alertam para protestos ilegais e instrumentalização da luta das forças de segurança por extremos políticos. A luta já terá fugido ao controlo dos sindicatos, mas esta segunda-feira deve chegar a S. Bento a carta da plataforma sindical dos polícias que já tem resposta prometida de António Costa.

Amor e ódio. O racismo saiu à rua, mas foi um arraial que encheu a praça. No sábado, enquanto uns polícias usavam baixas médicas para pôr em causa jogos de futebol, outros garantiam a segurança de manifestações contrárias em Lisboa.

Começam os debates. No rescaldo das eleições nos Açores, começam esta segunda-feira os debates para as legislativas de 10 de março. Aqui tem todo o calendário desta série longa que começa com o frente-a-frente entre Pedro Nuno Santos e Rui Rocha. E aqui uma antevisão do que conta para lá da política. No Expresso vamos acompanhar os debates a par e passos e teremos os nossos comentadores a dar notas às prestações dos líderes.

Decisões na Madeira. Esta segunda-feira será dia de decisões na Madeira e sobre a Madeira. Ou talvez ainda não. Com tantos avanços e paragens de Miguel Albuquerque, a reunião do conselho regional do PSD Madeira de hoje fica dependente da reunião entre o ainda chefe de governo e o representante da República. E em Lisboa, Avelino Farinha continuará a ser ouvido, mas as decisões sobre medidas de coação só devem ser tomadas depois de também Pedro Calado ser ouvido.

Contas. O Novo Banco teve os melhores resultados de sempre e quer ir para a bolsa, mas para isso precisa de libertar-se de proibição de distribuição de dividendos. “Somos um banco que funciona e que gera capital”, diz o seu presidente numa entrevista em que tenta mostrar a normalização do banco.

Outras contas e uma dúvida. Na sexta-feira à noite, soube-se que estavam em curso negociações para que o fundo com sede nas Bahamas saia da Global Media, mas o futuro do Diário de Notícias parecia ficar de fora do negócio. Em entrevista ao Público, o empresário Marco Galinha mostra-se dispostos a perder entre 500 e 700 mil euros por ano para manter o histórico jornal.

A catedral da Joana. Há uma história que se conta com várias versões: na minha preferida, um rei francês vai a Notre Dame e vai pergunta aos operários o que estão a fazer; “uma janela”, diz um; “uma coluna”, responde outro e assim vão respondendo até que um deles responde que está a construir uma catedral. As nossas vidas também são catedrais que outros ajudam a construir: pais, vizinhos, professores, médicos ….No caso da Joana foram 21 anos para uma uma construção em que até foram usadas técnicas das catedrais. Tudo para que possa hoje tricar uma maçã.

Noite de mulheres. A noite passada não foi apenas de vitórias e derrotas nos Açores. Foi também noite de Grammy, com Taylor Swift a bater um recorde e Miley Cyrus e Phoebe Bridgers a levarem os seus primeiros gramofones para casa.

Frases

“A democracia é uma palavra pobre sem levar a liberdade às cavalitas.”

José Tavares no ensaio “O humor vai salvar a Democracia?

“A oposição automática ao cheiro a azeitonas tresanda a preconceito de classe e a superioridade osfrésica”

Rogério Casanova, em “Onze teses sobre o cheiro a azeitonas em Lisboa”, no Público

Para ouvir

A reforma pode ser um choque. Manuela Moutoso chegou a ir ao supermercado só para trocar umas palavras. A psiquiatra Lia Fernandes explica que a entrada na reforma pode ser acompanhada de uma sensação de “perda de identidade”. Para ouvir no“Que voz é esta?”

A Inteligência Artificial não é o futuro, em muitos setores já é presente. É o caso da educação, um setor em que os professores têm de conseguir acompanhar as mudanças tecnológicas para lidarem com este novo companheiro de estudo dos alunos. Tema para a conversa de A Próxima Vaga

Ainda os Açores, onde o Chega se tornou um problema também para o PS. Para ouvir no Expresso da Manhã

Por hoje, fico por aqui que a noite foi longa e a próxima já tem debates. Acompanhe toda a atualidade no seu Expresso e decida bem informado

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