quarta-feira, 15 de maio de 2024

Atenção! A partir de agora vão aterrar muitos mais trafulhas no velho aeroporto de Lisboa

Bom dia. A seguir acontecerá o Curto do Expressso. Antes, pela lavra PG, abordaremos santidade, negociatas, governantes 'ponderados' ou laxistas com falta de tim-tins para decidirem em prole da maioria a que chamam eleitores (de manipulações eleitorais) ou povo. Esses, os plebeus, são quem arcam com a 'sustentabilidade' de grandes viduxas e ostentações semelhantes aos parasitários da realeza a que chamam agora república e outros epítetos para povinho ver e chorar por mais, repletos que estão de estupidez, ilusões e falsidades político engenhosas e massacrantes.

Alcochete. Terra Santa e de latifúndios, os Salvação (Silva) Barreto sabiam disso e os Motta também, esses últimos próximos de D. Afonso Henriques. Muitos outros de tempos antanhos também sabiam. Fidalgos e famílias ricaças bordejavam as margens do rio Tejo e nem faluas faltavam para transporte a abastecer os Olivais e muita da Lisboa. Agora naquelas bandas disseram que planeiam instalar um aeroporto. Ao fim de mais de cinquenta anos ‘dótores’ de pensamentos rastejantes e imundos da corrupção, da partidarite, das indecisões, da lentidão cerebral e das buscas incessantes de lucros conspurcados finalmente decidiram onde será o aeroporto. Agora, o novo aeroporto de Lisboa será em terras pisadas pelo Santo Padre Cruz desde 1800 e tantos...

Aeroporto em Alcochete, assim está decidida a negociata. Primeiro usado para terrenos da Força Aérea, agora um mega aeroporto para Lisboa na outra banda. Muito antes de tudo isso foram terrenos férteis que alimentavam a capital e arredores. Eram também águas e terras de abrigo de aves migratórias e de vagabundos, alguns fugidos à lei. Á volta dos latifúndios monstruosos grassava a fome e a pobreza em contraste com a opulência da monarquia e de famílias fidalgas que se roubavam umas às outras na proteção das ilhargas da realeza. O Santo Padre Cruz levava as suas avante e protegia e alimentava (na pedincha aos podres de ricos) os paupérrimos esfomeados. Más acções e ganâncias derrotadas pela bondade de um só homem que para tantos era santo.

Teremos aeroporto (talvez) ali. Políticos de hoje assim decidiram, aconselhados por técnicos, por mega empresas sorvedoras de contrapartidas que os portugueses desconhecerão. O roubo naquelas terras e as negociatas continuam, agora até com vastos interesses estrangeiros à mistura. Eles lá sabem. Eles é que são os donos disto tudo.

Basta de conversa fiada. Santo foi o Padre Cruz, amigo dos pobres. Robin dos Bosques na pedincha aos ricos para matar fomes e salvar vidas sofredoras desses tais plebeus a quem chamam povo desprezado, explorado, oprimido e roubado por ladrões engravatados e altaneiros no exercício de cargos cujos desempenhos são quase sempre maus ou, no máximo, medíocres. "Olhem a minha barriguinha e os meus bens materiais", dizem de si para si, como 'pai nosso' para o sucesso das suas lides de venha a eles e os outros que se lixem. Os outros, aqueles que sustentam seus interesses de sucessos pessoais e familiares.

'Vos arrenego´, dizia o Santo Padre Cruz que pairará naquele aeroporto. Se ali for instalado. Pois, mas só operacional daqui por dez ou mais anos. As negociatas serão longas e as locuptações também. O costume.

Do Padre Cruz, a fechar. Só um cheirinho a recordar. Ele pairará naquele anunciado aeroporto. Talvez faça das dele... Milagres.

"Francisco Rodrigues da Cruz, dito o Padre Cruz (Alcochete, 29 de julho de 1859 — Lisboa, 1 de outubro de 1948), foi um sacerdote católico português, que alcançou uma enorme fama de santidade em vida ao ponto de ser conhecido popularmente como o Santo Padre Cruz." – dos anais históricos do conhecimento.

Aviso: Atenção, atenção! A partir de agora vão aterrar muitos mais trafulhas no velho aeroporto de Lisboa para se governarem com a construção do novo aeroporto Luís de Camões (convém que ao menos seja um zarolho a ver mal as negociatas em catadupa). 

O Curto, do Expresso, a seguir para quem vier por mal ou bem. Viva o laxismo dos políticos, dos governantes a transbordar de loas sempre sabujos de povos de mil raças e mil dores.

Adiante que se faz tarde. O Curto, por Pedro Lima. Atire-se a ele.

MM | Redação PG

Decisões, o Camões e como a História se repete

Pedro Lima, editor-adjunto de economia | Expresso (curto)

Bom dia,

Antes de passarmos à atualidade começamos por lhe fazer um convite: quarta-feira, às 14h, “Junte-se à Conversa” com Paula Santos, Raquel Albuquerque e Vítor Andrade para abordar o tema "Há um novo pacote para a Habitação. Responde aos problemas?". Inscreva-se aqui.

E agora as notícias que têm marcado as últimas horas, das quais se destacam a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa anunciada ontem pelo Governo.

A 11 de dezembro Luís Montenegro prometeu que nos primeiros dias de um eventual governo seu seria anunciada finalmente uma decisão sobre a localização do aeroporto. E ao 32º dia do seu governo, houve não uma nem duas mas sim três decisões relevantes relacionadas com o tema. Se assumirmos que o 32º dia do seu governo ainda corresponde à definição dos primeiros dias do seu governo, a promessa está cumprida.

Confirmou-se então que o governo se decidiu por uma das localizações apontadas pela Comissão Técnica Independente que esteve a analisar as várias hipóteses que estavam em cima da mesa. O novo aeroporto vai ser construído em Alcochete – no mesmo local que há mais de 16 anos tinha sido anunciado por um governo socialista, liderado por José Sócrates.

Foi a 10 de janeiro de 2008 e o Expresso escrevia, pela mão de Hélder Martins e Maria Luiza Rolim, que “o novo aeroporto será construído em Alcochete e a terceira travessia do Tejo entre Chelas e Barreiro combinará comboios com automóveis”. Pelo meio meteu-se uma crise financeira gigantesca a nível mundial e uma troika de credores que aterrou em Portugal para resgatar o país da falência. E depois houve uma pandemia. Eis-nos portanto chegados a 14 de maio de 2024, dia em que foi anunciada outra importante decisão: o atual aeroporto de Lisboa, Humberto Delgado, vai fechar. Será alvo de obras que ampliarão o seu espaço, o que permitirá resolver no curto prazo os constrangimentos que se voltam a sentir com o forte crescimento do turismo, mas depois, com o novo aeroporto Luís de Camões já a funcionar, o que se prevê que aconteça em 2034, será desmantelado.

Parêntesis: 2023 foi ano de recordes no turismo e este ano promete voltar a sê-lo. Ontem foi anunciado que os proveitos do turismo subiram mais de 20% em março com crescimentos em todas as regiões do país. Por isso, urge resolver o mais rápido possível os problemas de espaço da atual infraestrutura e o governo garantiu que a ANA – Aeroportos de Portugal vai avançar com as obras, algo que a concessionária dos aeroportos portugueses veio confirmar logo a seguir.

E a terceira decisão relevante que o governo anunciou ontem diz respeito à ferrovia, com o anúncio da construção de uma nova linha, de alta velocidade, entre Lisboa e Évora, alicerçada na nova ponte sobre o Tejo, entre Chelas e o Barreiro, que complementará o troço que está a ser concluído entre Évora e Elvas. Objetivo: ter em 2034 uma ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid que dure à volta de três horas. Hoje para chegar a Madrid é preciso apanhar três comboios e perder mais de 9 horas. Mas para se reduzir o tempo da viagem em um terço vai ser necessário que Espanha construa as ligações de alta velocidade que tem previstas.

Também em 2008 o governo de Sócrates lançou um concurso para a construção da linha Poceirão-Caia que ligaria Lisboa a Elvas. E ontem o antigo primeiro-ministro não perdeu a oportunidade para lembrar isso mesmo: que as decisões agora anunciadas já tinham sido decididas por ele. Foi com farpas aos anteriores governos PS: o governo AD fez em 30 dias o que os anteriores não fizeram em oito anos, disse.

Será que é desta que estas obras vão mesmo para a frente? Tendo em conta que os avanços e recuos que este tema tem tido são já há muito tempo alvo de chacota e um bom exemplo da incapacidade de decisão do país, o facto de desta vez se ter enveredado pela busca de consensos para as obras consideradas estratégicas abre boas perspetivas. Isso mesmo auguram as reações do atual líder do PS – Pedro Nuno Santos expressou “apoio inequívoco” à decisão – e do anterior – António Costa elogiou a “maturidade democrática” do atual governo. Mas no geral todos os partidos, exceto o PAN, concordaram com a decisão.

OUTROS ASSUNTOS

Debate quinzenal O primeiro-ministro estreia-se hoje nos debates quinzenais e leva para apresentar a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa. A necessidade de mostrar serviço é premente: já foram apresentados no Parlamento mais de 130 projetos de lei, mas nem um do PSD ou do CDS-PP.

Imigração Manteve-se ontem a confusão nos processos de regularização de imigrantes: as longas filas de pessoas a pretenderem regularizar a sua situação laboral em Portugal à porta da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) obrigaram o Governo a chamar a PSP. A associação Solidariedade Imigrante critica a atuação do governo e a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, garante que a situação vai ser resolvida “muito brevemente”.

Finanças Fernando Medina foi ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre a estratégia de redução da dívida pública do anterior governo. O ex-ministro das Finanças, entre fortes críticas ao Governo e à UTAO, garantiu que não foi usado propositadamente dinheiro das pensões para baixar o rácio de endividamento no final do ano e defendeu o direito do governo de definir a estratégia financeira das empresas públicas.

Médio Oriente Cerca de 450 mil palestinianos terão já fugido de Rafah e a organização Human Rights Watch acusou Israel de atingir deliberadamente trabalhadores humanitários em várias ocasiões. Entretanto Israel comemorou o Dia da Independência que assinala os 76 anos da fundação do Estado, um evento marcado pelo conflito com o Hamas. E a Amnistia Internacional desafiou os portugueses a escreverem aos deputados a exigir o cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Ucrânia O Presidente da Ucrânia cancelou as viagens a Portugal e Espanha, que deveriam acontecer nos próximos dias. Seria a primeira visita de Zelensky a Portugal desde que começou a guerra. E o secretário de Estado norte-americano visitou Kiev de surpresa para reafirmar o apoio dos EUA. Reconhecendo o “momento crítico” que o país enfrenta atualmente, sobretudo na região de Kharkiv, Antony Blinken declarou que “a Rússia tem de pagar para reconstruir o que Putin destruiu”.

Guerra comercial Os EUA vão aumentar as tarifas comerciais sobre importações chinesas no valor de 16,7 mil milhões de euros, em produtos e sectores estratégicos que incluem veículos elétricos, semicondutores, baterias e seus componentes, minerais críticos, painéis solares, equipamentos e produtos médicos, aço e alumínio.

Fisco Milhares de contribuintes com incapacidades físicas estão a ser notificados indevidamente pela Autoridade Tributária para procederem à entrega do comprovativo médico junto das Finanças, denunciou a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública.

Rendas A Câmara Municipal de Lisboa aprovou uma proposta que prevê que a autarquia possa assumir o contrato de arrendatários com mais de 65 anos, independentemente dos rendimentos auferidos ou da vontade dos senhorios.

Burla A Polícia Judiciária anunciou que desmantelou uma estrutura que criava milhares de burlas informáticas e que deteve um homem suspeito dos crimes de burla qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais.

Desinformação O Conselho da União Europeia quer que os influenciadores digitais que criam conteúdos tenham noção do impacto negativo da partilha de desinformação, propondo à Comissão Europeia que explore formas de os apoiar nesse sentido.

Dubai Uma investigação a partir de uma fuga de informação sobre centenas de milhares de imóveis no Dubai revela como centenas de criminosos e indivíduos com ligações políticas suspeitas têm escolhido o Dubai, a cidade mais cosmopolita dos Emirados Árabes Unidos, para investir o seu dinheiro e para residir.

Cultura Cerca de 95% dos jovens entre os 18 e os 34 anos, inquiridos num estudo realizado pela Católica Lisbon Business and Economics sobre a forma como consomem cultura e a frequência com que o fazem, indicaram ter usado plataformas digitais para ouvir música e ver filmes e séries no último ano, como a Netflix, HBO ou Disney e Spotify. E três em cada quatro fizeram-no para ouvir podcasts.

FRASES

“As cousas árduas e lustrosas se alcançam com trabalho e com fadiga” – Luís Montenegro, primeiro-ministro, citando Luís de Camões durante o anúncio da localização do novo aeroporto de Lisboa

“As qualidades técnicas dos relatórios da Unidade Técnica de Apoio Orçamental são muito discutíveis” – Fernando Medina, ex-ministro das Finanças, na Assembleia da República

PODCASTS

Muita Europa, alguma demagogia e todos à conquista dos jovens: esta segunda-feira começou a época de debates para as europeias e a Comissão Política analisou o primeiro, onde se discutiram políticas europeias e onde estiveram só partidos europeístas e os cabeças de lista mais jovens.

Não há fome que não dê em fartura: Cinquenta e três anos depois do primeiro anúncio, feito por Marcello Caetano em 1971, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, comunicou ao país que o novo aeroporto ficará em Alcochete. E com ele vem uma nova ponte e o comboio de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.

Desejamos-lhe a continuação de uma excelente semana.

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