sexta-feira, 28 de junho de 2024

A Galinha Negra e o Banco dos Roboteiros – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Novo Jornal, arma de arremesso de Sobrinhos e Madalenos, garante aos seus leitores, mesmo em período de férias, que o MPLA é racista e xenófobo porque divulgou um comunicado onde dizia que Adalberto da Costa Júnior é estrangeiro. Os jornais encerram para férias? A informação vai passar o Natal à terra e a opinião pública que se lixe. Eu também digo que Adalberto da Costa Júnior nasceu estrangeiro, cresceu estrangeiro, pensa como um estrangeiro, comportou-se sempre como estrangeiro, serviu forças estrangeiras contra Angola. É um agente do regime de apartheid da África do Sul e pensa assim. 

Luzia Moniz, boa rapariga mas muito distraída, diz que o MPLA confiscou e capturou os órgãos de comunicação social em Angola. Mas ela escreve no Novo Jornal tudo o que lhe apetece e isso contraria liminarmente a sua afirmação. Se fosse verdade que o MPLA captura e confisca os Media, ela ia escrever no Terra Angolana ou nos Media do Galinha e outros mentores do banditismo mediático em Portugal e com tentáculos em Angola.

Para Luzia Moniz, que subitamente tirou a máscara de “activista” e se fardou de Galo Negro, os comentadores e analistas da UNITA são cinco estrelas. Os outros são péssimos. Os escribas da UNITA, como ela, são muito bons. Os outros são propagandistas da intolerância ao serviço do MPLA.

Na sua raiva savimbista, Luzia Moniz diz que o MPLA controla a Justiça. É tão verdade, escreve ela, que esse controlo é denunciado “pela justiça espanhola, e internamente pelos partidos políticos, juízes, magistrados, jornalistas, sociedade civil e confissões religiosas, entre as quais a Igreja Católica”. Eu também acho que forças antidemocráticas controlam alguns agentes do Poder Judicial. Mas generalizar, nunca! Se há profissionais que em Angola merecem todo o respeito, são as centenas de homens e mulheres que servem a Justiça. Um dia a fruta podre será tirada do cesto e atirada para o lixo.

Mas as críticas de Luzia Moniz só podem acontecer em democracia. Maninha Luzia, ex-camarada e sobrinha de Manuel Pedro Pacavira, que engano de alma! Se em Angola não existisse uma democracia aberta, estavas a escrever no papel higiénico e os teus escritos iam depois para a fossa quando puxasses o autoclismo. Manuel Pedro Pacavira não está entre nós e isso é para mim uma mágoa muito grande. Mas pior ainda. Se ele estivesse presente, explicava à sobrinha Luzia o que é uma ditadura, o que é perseguição política, o que é racismo, o que é xenofobia. Luzia, estás a precisar assim tanto de dinheiro? Se tivesse uns trocos mandava-te. Para não fazeres figuras tão tristes.

Comparas a queixa apresentada ao Tribunal Constitucional por militantes e dirigentes da UNITA com aquela que foi apresentada por António Venâncio contra o MPLA. Dizes que é a mesma coisa. Não é, Luzia. Tu és Luzia mas não és igual à grande Luzia Inglês, viúva do gigantesco Mbinda Van-Dúnem. Percebes? A palavra bicho pode ser jogo ilegal, no Brasil, coronavírus, no Universo, ou o meu amigo de infância Rui Bicho, filho do maior camionista de todos os tempos no Congo Português, Arménio Bicho. Percebes esta gramática, Luzia Moniz? Nem todas as queixas são iguais e muito menos merecem as mesmas respostas.

O MPLA anda a subornar jornalistas e militantes de outros partidos? Duvido, Luzia Moniz. Mas se é pelos mesmos motivos que o teu marido atracou ao Orçamento Geral do Estado Angolano não considero isso suborno mas reconhecimento do trabalho de cada um e a justa remuneração. O MPLA não pode atirar para o lixo o que tem valor. Isso é suborno? Não. É promoção de valores da sociedade. Tu não tens a menor razão de queixa. Viveste atrelada ao MPLA anos e anos. Foste paga um milhão de vezes acima do teu valor que, como bem sabes, é um pouco abaixo de rastejante. Ingrata e mal-agradecida.

Luzia Moniz, na sua diatribe descabelada diz que o Presidente João Lourenço não foi à Zâmbia com medo do contágio eleitoral. Não foi a São Tomé com terror do contágio eleitoral. Temos um presidente cheio de medo entrincheirado no Palácio da Cidade Alta. E a Luzia Moniz, com asinhas de galinha negra e bico voraz do milho da lavra alheia, vai bolsando cacarejos de Galo Negro. Pensa que assim arranja um dinheirinho para gastos sumptuários. Engano de alma perigoso! Luzia, o máximo que levas do Galo Negro é uma fogueira com muita lenha até ficares reduzida a pó, cinza e nada. 

O Jornal de Angola escreve isto sobre Daniel Nascimento: “É sem dúvida uma das maiores referências do jornalismo angolano contemporâneo”. Ferraz Neto, o Netito de quem sou amigo faz esta afirmação. Amélia, que era mulher de verdade, dizia ao Ataúlfo Alves, quando ele estava contrariado e de bolsos vazios: Meu bem, o que se há-de fazer? Nada. 

O Jornalismo Angolano continua a ser massacrado, espezinhado, desonrado, injuriado, pelos próprios jornalistas. O Dani, Netito, é artista da televisão e das cantorias. Se ele é jornalista, eu sou aquele santinho que está sentado à mesa de deus, à sua mão direita. Só me faltava esta. Depois a Oposição diz que os Media públicos são armas de propaganda do MPLA. Entreguem já tudo à Luzia Moniz e ao Adalberto da Costa Júnior. Mas têm de pagar a factura mensal sem o dinheiro dos diamantes de sangue.

Angola é uma grande democracia e os angolanos, com a sua luta ingente, derrotaram ditaduras, regimes racistas e colonialistas. Esse emblema, ninguém mais tem no mundo. Ninguém! Agora até estamos a resvalar para o populismo. Essa de entregarem o BCI aos roboteiros não lembrava nem ao diabo. Aquilo do Carrinho é mesmo veículo de roboteiro, acreditem. Ao câmbio médio de 17 de Dezembro, data em que foram vendidas, as acções do BCI valiam 118 milhões de dólares, ao contrário dos 29 milhões a que foram vendidas ao Grupo Carrinho.  

A administração do BCI, que já foi no carrinho dos roboteiros, “preparou a informação financeira do banco a partir das demonstrações individualizadas relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2019 e das contas consolidadas aprovadas pelos gestores do BCI das desmonstrações financeiras individualizadas e consolidadas até 31 de Dezembro de 2020”. Roboteiros milionários. Carrinho da sorte!

Angola é uma grande democracia. Até analfabetas e analfabetos de pai e mãe chegam a jornalistas. A maioria está nos Media privados. São verdadeiramente uma praga imortal. Ninguém vai ver-se livre desses vírus do papel, dos ecrãs e das ondas da rádio. Olhem para a longevidade de alguns. 

O caso mais espectacular do populismo caseiro é o senhor Bicudo, a quem o Estado Angolano entregou toda a sua riqueza a privatizar. O cretino esférico bicudo é um Chicago Boy e ameaça não deixar pedra sobre pedra. Mas estranhamente as e os grandes economistas angolanos estão remetidos a um silêncio que só não lhe chamo cúmplice porque é tudo gente de respeito e patriotas.

As minhas amigas e amigos economistas da  escola keynesiana estão a ver o desastre e nada dizem. Nem uma palavra quanto mais não seja para explicar à opinião pública o que é um cretino esférico bicudo, embrulhado em papel de Chicago Boy. 

Ai é assim? Então também eu me calo. Que falem as Luzias Moniz, os Gustavos Costa, os Ismael Mateus, os João Melo e agora, nas páginas do Jornal de Angola, a opinião de um servente do banditismo mediático em Portugal, Pedro Tadeu, criado do Galinha, que também é dono do Carlos Rosado de Carvalho igualmente agente do general Miala. Bicudo estás perdoado!

* Jornalista

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