terça-feira, 26 de março de 2024

Mandantes Falantes e Executantes -- Artur Queiroz

Hiroxima pulverizada

Artur Queiroz*, Luanda

Gravíssimo. O Japão de joelhos, derrotado, pronto para assinar a rendição e os russos, esses malvados, mandaram os EUA despejar bombas atómicas sobre as cidades de Hiroxima e Nagasaki. Na hora, nos dias, meses e anos seguintes, um milhão de vítimas civis. Só no primeiro dia dos bombardeamentos morreram 100.000 pessoas. No final do segundo mês estavam contabilizados 166 mil mortos em Hiroxima e 80 mil em Nagasaki. As radiações mataram ou estropiaram meio milhão nos anos seguintes. 

Os russos são um perigo para a Humanidade. Porque mandam nos EUA, a sua colónia favorita. Fizeram esta mortandade no Japão e sob a capa dos EUA! Até inventaram nomes para as bombas atómicas em inglês. 

Os coreanos viviam felizes nas suas cidades vilas e aldeias em miniatura. Orgulhosos por pertencerem a um povo que mil anos antes de Gutenberg já imprimiam palavras em papel usando tipos em bronze. Miniaturas, como as que criavam os angolanos do Bembe e do Mavoio. A Humanidade está ligada pelas maravilhas que brotam do génio criativo dos seres humanos. Os coreanos seguiam o budismo. Pensavam como Confúcio. Rezavam nos templos cristãos a novidade que veio do Ocidente. 

Um dia os céus foram rasgados por máquinas voadoras que despejavam bombas sobre as miniaturas, as pessoas, os templos, os campos cultivados, a montanha de  Paektu. Uma carnificina. Os russos. Foram os russos! Na Guerra da Coreia, entre Junho de 1950 e Julho de 1953 foram mortos quase dois milhões de civis. Só militares dos EUA, por conta dos russos, morreram 36 mil. Militares norte-americanos, desaparecidos, até hoje, foram oito mil. Tudo por culpa dos russos.

A guerra estava a dar para o torto e o general Douglas MacArthur deu ordens para um bombardeamento nuclear sobre a coreia do Norte, igual ao de Hiroxima e Nagasaki. Culpa dos russos. O Presidente Truman disse que isso de bombas atómicas era com ele, os russos não tinham nada que se meter. Maka mundial. O general foi despedido e os massacres continuaram. Culpa dos russos. Também foi culpa de Moscovo quando na Conferência de Potsdam, em Julho de 1945, os “aliados” decidiram dividir a Coreia, sem consultarem ninguém. A sorte da civilização ocidental é que a Coreia do Sul foi ocupada pelos EUA. Russos, fora!

Portugal | O chumbo de Aguiar-Branco, a queda da ponte e os fundos do Maestro

Henrique Monteiro | HenriCartoon -- O Primeiro Dia

Pedro Candeias, editor-executivo | Expresso Diário - newsletter

Cara leitora, caro leitor:

Tinha chegado o tempo dos formalismos e mandavam os procedimentos que as coisas se processassem assim: os deputados eleitos começavam a ocupar os respectivos lugares no Parlamento e eleger-se-iam o presidente e os vice-presidentes da Assembleia da República; os partidos escolheriam também os seus líderes da bancada.

Mas havia circunstâncias que tornavam curioso este momento solene: a presença de um partido populista da direita radical (Chega) com mais de um milhão de votos; uma coligação vencedora (PSD + CDS) escolhida pela margem mais curta da história da democracia; e um partido do arco da governação (PS) que dera um trambolhão assinalável nas urnas. Mais do que isso, era visível que PSD e PS ensaiavam argumentos semelhantes: o de que um e outro andam amigados com os populistas.

Portanto, condicionantes suficientes para acontecerem surpresas e inesperados, caso as coisas estivessem para aí viradas. E estavam: José Pedro Aguiar-Branco, antigo ministro da defesa e escolha única do PSD para presidir à Assembleia da República, tinha um novo cargo aparentemente garantido com o apoio do Chega, até ver a sua candidatura chumbada. 230 votantes, 80 votos a favor, 134 votos em branco e sete votos nulos.

Consequências: o PSD retirou a candidatura de Aguiar-Branco, colou o PS ao Chega, o Chega colou o PS ao PSD e a esta hora os grupos parlamentares estão reunidos para tentar encontrar uma solução ainda hoje.

O que aconteceu? Bom, é preciso um largo contexto que tentarei resumir.

Bom, Pedro Nuno Santos avisara antes da votação que o PSD não falara com o PS e que isso prenunciava uma ‘coligação’ com André Ventura para eleger Aguiar-Branco e que por isso que não contassem com os socialistas para eleger Aguiar-Branco. Isto explica uma parte dos votos em branco. E a segunda parte? Ora, o deputado do Chega Pedro Frazão escreveu o seguinte no “X” logo a seguir à votação: “Não é não. Então?”

As conclusões são facílimas de retirar do ponto de vista aritmético: PS e Chega vetaram Aguiar-Branco. O PS assume-o; o Chega, nem por isso.

André Ventura recordou que, na segunda-feira, tinha anunciado um acordo com a AD para viabilizar Aguiar-Branco, acordo esse que “foi desmentido por Nuno Melo” durante a manhã desta terça-feira, “espezinhando o Chega”. Ainda assim, e apesar “da humilhação”, André Ventura disse ter repisado as indicações aos seus deputados para viabilizar Aguiar-Branco. O que aconteceu então? Roeram a corda? Desobedeceram ao chefe? “O voto é secreto” e ele “respeita a democracia”, disse ele, singelamente.

O circo tinha data marcada para entrar na cidade. Mas chegou mais cedo do que o previsto.

"Não vamos parar até que a Bíblia entre no Parlamento". Os fascistas já entraram. Amén

A influência dos pastores evangélicos nos votos: "Não vamos parar até que a Bíblia entre no Parlamento"(de Portugal)

Amanda Lima | Diário de Notícias

O uso de desinformação, provocando medo nos fiéis – naquilo que um investigador designa de conspiritualidade”, a associação de teorias de conspiração e espiritualidade – e a aliança com políticos bolsonaristas marcou campanha política do Chega e do ADN.

Uma multidão aglomerou-se em frente a uma porta em Vila Nova de Gaia no dia 16 de março. Um “empurra-empurra”, como em concertos de grandes astros da música, todos à procura do melhor ângulo para ver o ídolo, telemóvel na mão para filmar. Adultos, crianças e muitos jovens, Bíblia debaixo do braço, queriam ver de perto quem estava naquela sala, com capacidade para mais de mil pessoas e já repleta de gente, em pé e sentada: era o pastor brasileiro Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), que ali estava para inaugurar a sua segunda igreja em Portugal. 

Três domingos antes, outra multidão vestida de verde e amarelo - alguns com Bíblias - ouvia atentamente os gritos do mesmo pastor. O líder da ADVEC estava em cima de um palco no meio da Avenida Paulista, no coração de São Paulo. “Eu vou levantar uma oração e nós vamos ouvir o presidente Bolsonaro. Por favor, se você concordar com a minha oração, quando eu disser ‘amén’, dê um ‘amén’ retumbante. E ore”, disse, ao lado do ex--presidente brasileiro, do qual é publicamente um fervoroso apoiante e defensor. 

Este foi mais um capítulo da história que comprova a interpenetração entre a política e o culto evangélico no Brasil. No entanto, esse movimento já vai além fronteiras, não só pelo uso profissional das redes sociais, mas também pela expansão das igrejas pelo mundo, sendo o território português um dos alvos. “Portugal é um laboratório, nós vamos abrir igrejas em todo o país e aqui na Europa”,afirmou Silas Malafaia na cerimónia de inauguração em Vila Nova de Gaia. Na sequência, ouviram-se gritos de “amén”, “glória a Deus” e aplausos. O pastor havia prometido o mesmo aos fiéis um domingo antes, em celebração na manhã de 10 de março - dia das eleições - na igreja em Santa Iria de Azoia, perto de Lisboa, onde também a casa estava cheia e o pastor visto como uma pop star.

“Sem dúvida, o voto evangélico chegou a Portugal. O Chega já o fazia de forma discreta, desde o início recebeu apoio de evangélicos e o ADN (Alternativa Democrática Nacional, nova designação, aceite em 2021 pelo Tribunal Constitucional, do Partido Democrático Republicano, que fora criado em 2014 por Marinho e Pinto. Em 2023, num relatório da ONG norte-americana Global Project Against Hate and Extremism, o ADN, que tem como líder Bruno Fialho, surge classificado  como “grupo de ódio e de extrema- direita”) foi o primeiro a falar disso abertamente”, afirma Donizete Rodrigues, professor de Sociologia da Religião na Universidade da Beira Interior (UBI). O docente investiga há 10 anos a influência dos evangélicos na política. Segundo este especialista, a estratégia é chamada de “teologia do domínio”, já aplicada com sucesso nos Estados Unidos e no Brasil, com Donald Trump e Bolsonaro. 

“É uma ideologia que assenta na ideia de tomar o poder para transformar a sociedade. Isso começa com um grupo, é uma ideologia extremamente ultraconservadora, que navega facilmente nos partidos ou nos movimentos de direita, direita radical ou extrema-direita, como é o caso do Trump, Bolsonaro e agora André Ventura em Portugal, além do ADN”, argumenta  Donizete. De acordo com o investigador, tanto o Chega quanto o ADN “claramente, têm por trás o apoio dessa elite evangélica que defende a teologia do domínio”. 

Portugal | Direita radical Chega faz do PSD/AD gato-sapato num monte de esterco

CHEGA ENCOSTA À PAREDE A AD DEVIDO ÀS MENTIRAS DE MONTENEGRO/NUNO MELO. AGUIAR BRANCO NÃO É ELEITO PARA PRESIDENTE DO PARLAMENTO

"PSD tem de escolher companhias"; Aguiar-Branco falha eleição

Aliança Democrática venceu as eleições a 10 de março e líder do PSD já foi foi indigitado primeiro-ministro. Hoje, realiza-se a sessão inaugural da XVI legislatura.

Aguiar Branco não foi eleito presidente do Parlamento. Montenegro já falou com Pedro Nuno e líder do PS diz que não vai deixar o país sem presidente da AR

Apesar do entendimento entre o PSD e o Chega, José Pedro Aguiar-Branco falhou a eleição para presidente do Parlamento A XVI Legislatura começa hoje, já com um sinal sobre a falta de entendimentos à direita: primeiro falhou acordo entre PSD e IL, depois a primeira tentativa para eleição da segunda figura do Estado

Em atualização no Expresso

Imagem: © Paulo Spranger/Global Imagens

Portugal | Afinal não 'não é não para o PSD'. Montenegro mente descaradamente

O 'abracinho' entre o Aldrabão e o 'Senhor das Loas' Montenegro-Ventura

A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS. JÁ HÁ ACORDO ENTRE PSD/AD E A EXTREMA-DIREITA NAZI-FASCISTA DO CHEGA. MONTENEGRO JÁ COMEÇOU A MENTIR SOBRE AS SUAS PROMESSAS AOS ELEITORES E AOS PORTUGUESES QUE ACREDITARAM NO "NÃO É NÃO" RELATIVO A FAZER ACORDOS COM O CHEGA DE VENTURA. SENDO ASSIM LOGO NO PRIMEIRO DIA IREMOS ASSISTIR AO DESCALABRO QUE VAI ACONTECER NESTA ALIANÇA ESCAMOTEADA ENTRE O PSD E OS FASCISTAS DO CHEGA. 

O 'ABRACINHO' DE MONTENEGRO MENTIROSO E DESCARADO DEMONSTRA A DESGRAÇA QUE AÍ VEM FUTURAMENTE. O 'ABRACINHO' DE URSO VAI DEVORAR A DEMOCRACIA, O PSD/AD, PORTUGAL E OS PORTUGUESES. APÓS 50 ANOS DA REVOLUÇÃO DE ABRIL DE 1974 OS NAZI-FASCISTAS-SALAZARISTAAS DA MODERNIDADE INICIARAM O CAMINHO DO PODER PARA DERRUBAR A DEMOCRACIA E AS LIBERDADES CONQUISTADOS PELOS CAPITÃES DE ABRIL E POR IMENSOS PORTUGUESES QUE LUTARAM CONTRA A DITADURA, A OPRESSÃO, A TORTURA E ASSASSINATOS DO NAZI-FASCISMO DA PIDE SALAZARISTA/MARCELO CAETANISTA.

PARABÉNS AOS 20% DE ELEITORES PORTUGUESES QUE VOTARAM NO NAZI-FASCISMO DO CHEGA E SE APERCEBERAM QUE PARA O PSD/AD/ MONTENEGRO O NÃO É SIM. MONTENEGRO É O MAIOR PINÓQUIO DA POLÍTICA PORTUGUESA COM NECESSIDADE DE UMA BASE DE SUSTENÇÃO PARA O SEU ENORME NARIZ ALTAMENTE ALDRABÃO.

COMO EM MARIA DA FONTE, TRECHO DA CANÇÃO TÃO PORTUGUESA E RESISTENTE AOS INIMIGOS DA LIBERDADE, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA E DA DEMOCRACIA QUE ELA NOS ASSEGURA:

    É avante portugueses
É avante não temer
    Pela santa liberdade
   Triunfar ou perecer

Redação PG

Chega propõe Pacheco de Amorim para vice; PS quer Perestrello

Aliança Democrática venceu as eleições a 10 de março e líder do PSD já foi foi indigitado primeiro-ministro. Hoje está a realizar-se a sessão inaugural da XVI legislatura.

A Assembleia da República eleita nas legislativas de 10 de março reúne-se esta terça-feira pela primeira vez para eleger o novo presidente do Parlamento, bem como os vice-presidentes e secretários.

Na sessão inaugural da XVI legislatura, será assim eleita toda a Mesa da Assembleia, composta pelo presidente da Assembleia da República, por quatro vice-presidentes, quatro secretários e quatro vice-secretários e os elementos do Conselho de Administração do parlamento.

A coligação Aliança Democrática (que juntou PSD/CDS-PP/PPM) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo a 28 de março, sendo que a tomada de posse está prevista para 2 de abril.

No novo parlamento, o PSD terá 78 deputados (mais um que na anterior legislatura), o PS também 78 (menos 42), o Chega sobe de 12 para 50 parlamentares, a IL mantém os oito deputados e o BE os cinco que já tinha, enquanto o PCP desce de seis para quatro. O Livre cresce de um para quatro e o PAN mantém a sua deputada única. O CDS-PP regressa ao parlamento com dois deputados.

Natacha Nunes Costa | Notícias ao Minuto

Música pela Paz

Nicocomix, Itália | Cartoon Movement

Seria bom ver os soldados largarem os fuzis, largarem as bombas com cuidado, abrirem a partitura e “pegarem” um violino, sentados um ao lado do outro, independente se vocês são russos ou ucranianos, se lutaram até um momento antes. Talvez pudessem interpretar uma composição de um ato de Strauss, Friedenstag (Dia da Paz), uma história incompreendida ambientada na época da Guerra dos Trinta Anos, mas de caráter abertamente pacifista. Seria bom, sim, pelo menos por uma noite, e depois quem sabe, talvez para sempre, porque o poder da música também é espalhar a paz.

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