Lia Pereira, jornalista | Expresso (curto)
Bom dia,
À espera de regulamentação desde
O novo impasse foi lamentado pelos partidos de esquerda e pela Iniciativa
Liberal, que acreditam que a eutanásia corresponde à vontade “da maioria
dos portugueses” e que é possível mudar a lei para corrigir a
inconstitucionalidade.
Independentemente de como se posicione face a esta questão, vale a pena
ouvir Luísa Sobral, cantora-compositora que acaba de publicar o primeiro romance, falar sobre a experiência de fazer
voluntariado numa unidade de cuidados paliativos. Em entrevista no podcast Posto Emissor, a artista partilha histórias
pessoais sobre o poder da música na gestão das emoções de doentes terminais e
defende: “Enquanto não tivermos bons cuidados paliativos, não faz sentido estar
a discutir a eutanásia. Tem de haver duas opções: o doente poder partir, se
quiser, ou poder ficar, mas sem dor e em paz”.
Entretanto, no Vaticano, os fiéis continuam a despedir-se do Papa Francisco.
A trasladação de Jorge Maria Bergoglio para a Basílica de São Pedro decorreu
esta quarta-feira sob o aplauso de milhares de fiéis. O caixão de madeira onde
repousa o Santo Papa, que pediu um funeral simples, foi transportado ao som de
canto gregoriano, e vai permanecer aberto durante o velório. O funeral é no
próximo sábado, às 9h00 da manhã, hora de Portugal Continental. Quanto ao
sucessor de Francisco, as casas de apostas já mexem, com o italiano Pietro Parolin
e o filipino Luis Antonio Tagle como favoritos.
Em Portugal, os três dias de luto nacional declarados pela morte do Papa
levaram o Governo a cancelar toda a “agenda festiva” e a adiar as
celebrações do 25 de Abril. A bandeira será colocada a meia haste e pede-se
“reserva” nas celebrações, neste período de “consternação e homenagem”. No
Parlamento, mantém-se a sessão solene do 25 de Abril, mas por todo o país
várias autarquias cancelaram já concertos e outros espetáculos. No Vaticano, o
luto dura nove dias, até ao início do conclave que determinará quem sucede
a Francisco.
Com novo hino e sem direito a perguntas dos jornalistas, André Ventura apresentou esta quarta-feira o programa eleitoral
do Chega para as legislativas de maio. Ao longo de hora e meia, o foco
recaiu sobre as medidas que visam os migrantes, como limitar o seu acesso
ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou agravar penas e agilizar deportações em
caso de crimes, promessa a que chamou “Lei Manu”, em referência ao jovem de 19 anos morto
OUTRAS NOTÍCIAS
Ucrânia Pelo menos nove pessoas morreram e 63 ficaram feridas num ataque com mísseis russos contra Kiev, esta madrugada.
Entre os 42 hospitalizados, seis são crianças.
Sismo Um sismo de 6.2 foi sentido na Turquia. Mais de 150 pessoas ficaram feridas
ao tentar saltar dos edifícios onde estavam, mas não há registo de mortos.
Martim Moniz A PSP vai fazer uma nova avaliação de risco sobre as manifestações marcadas
para o 25 de Abril, com “objetivos distintos e antagónicos”. A decisão surge um
dia após o Expresso ter noticiado a concentração de grupos de extrema-direita no Martim Moniz, zona de Lisboa
que é casa de uma grande comunidade imigrante indostânica.
Partos sob rodas No domingo de Páscoa, uma bebé de nome Maria nasceu na A1, a bordo de uma
ambulância a caminho de Coimbra. Este ano, houve pelo menos mais 21 casos
semelhantes, apurou o Expresso.
Taça O Benfica venceu o Tirsense por 4-0 na Luz e vai defrontar o
Sporting na final da Taça de Portugal. Esta é a primeira vez desde 1996 que os
dois clubes se encontram na final desta competição.
Conclave Com novo conclave à vista, Rossend Domènech, correspondente do
Expresso em Roma, recorda a longa-metragem do ano passado e explica o que é ficção e o que é realidade no filme
protagonizado por Ralph Fiennes, premiado com o Óscar de Melhor Argumento Adaptado.
FRASES
“Do ponto de vista dos princípios e dos valores, estamos
exatamente nas mesmas circunstâncias”, Luís Montenegro, primeiro-ministro
e líder do PSD, comparando-se a Francisco Sá Carneiro e Aníbal Cavaco Silva, no
lançamento de um livro com textos de Sá Carneiro, apresentado por Cavaco Silva
“Não é por decreto, nem à força que isto [o fim das touradas]
se resolve. As tradições só podem ser resolvidas por quem as cria. O povo que
as criou é que vai acabar com elas. É uma questão de tempo”, Paulo
Raimundo, secretário-geral do PCP, no debate com Inês Sousa Real, do PAN, na CNN
“A adolescência não mudou radicalmente. Também não mudou a
incompreensão entre géneros, a insegurança da puberdade e da descoberta da
sexualidade, a que se acrescentou o empoderamento das raparigas. Mas é um
enorme atrevimento partir do princípio que está a ser como sempre foi quando
nem sequer temos condições para compreender o que está a ser”, Daniel
Oliveira, no Expresso.
PODCASTS
A História Repete-se Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho
conversam sobre as primeiras eleições democráticas em Portugal, a 25 de
abril de 1975. Quase seis milhões de pessoas votaram.
Antes Pelo Contrário Daniel Oliveira e Francisco Mendes da Silva comentam o chumbo da lei da eutanásia pelo Tribunal
Constitucional.
O QUE ANDO A OUVIR
‘O Peso do Meu Coração’, Castello Branco com A Garota Não
Ele tem nome de cidade portuguesa, mas nasceu no Rio de Janeiro. Ela veio ao
mundo em Setúbal e escolheu para nome artístico uma brincadeira com a mais
famosa canção carioca (“A garota não!”, respondia Cátia quando fazia versões em
bares e lhe pediam que cantasse o clássico ‘Garota de Ipanema’). Este ano,
juntaram-se para uma nova versão de ‘O Peso do Meu Coração’, que Castello Branco, músico
brasileiro habituado aos palcos portugueses, gravara pela primeira vez em 2017.
Ágil na voz e nas palavras, A Garota Não, que este ano deverá lançar o sucessor
do aclamado “2 de Maio”, conta tudo: “O Castello fez a convocatória e eu compareci.
A canção já existia - é um pulmão, um ribeiro manso, uma beleza - e
nesta revisitação que ele está a fazer do seu trabalho chamou amigos para
partilhar lugares. Eu entrei nesta. Que seja boa companhia, que nenhum coração
deve andar pesado.”
Faço destas as minhas palavras e desejo-lhe uma excelente véspera de feriado.
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