< Artur Queiroz*, Luanda >
Dia 30 de Abril 1945. Hitler morreu no seu bunker de Berlim, faz hoje 80 anos. Sabia que o Exército Vermelho estava a caminho. O terceiro Reich desmoronava-se. O nazismo fez milhões de vítimas. Só soviéticos civis foram 27 milhões entre os quais nove milhões de militares. Os nazis exterminaram sete milhões de judeus. Foi derrotado demasiado tarde. Está de regresso ao vivo ou disfarçado. Vai cair novamente.
O Partido Popular Europeu é um disfarce muito eficaz. Está reunido em congresso na cidade de Valência. Curiosamente a região é governada pelos nazis, disfarçados de Partido Popular Espanhol e pelos nazis assumidos do Vox.
Úrsula von der Leyen lá está mexendo os cordelinhos. Até patrocinou a eleição do matraquilho que em Portugal faz figura de ministro dos negócios com o estrangeiro, Pulo Rangel. Nunca esqueçam que Donald Trump lançou a internacional fascista em Espanha, com a famosa Carta de Madrid, em 26 de outubro 2020.
No estado terrorista mais perigoso do mundo o nazismo anda à solta, sem disfarces. Hitler de bigodinho foi substituído por um Hitler rufia, enfeitado com peruca loira. Trump está no poder há 100 dias e já mostrou que tem um projecto de dominar o mundo. Hitler morreu há 80 anos. O nazismo hoje está de volta e irradia a partir da Casa dos Brancos. Pensem nisso.
No Supremo Tribunal prosseguiu, ainda que por pouco tempo, o julgamento dos Generais Kopelipa e Dino, acusados por João Lourenço (olhem quem!) de “burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, branqueamento de capitais e tráfico de influências”. Esclarecimento a tempo: O chefe do Palácio da Cidade Alta não sujou directamente as mãos, pôs Pita Grós a tratar do negócio.
O colectivo de juízes exige que o Ministério do Comércio e Indústria mais o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAP) expliquem coisas muito simples.Porque estão a vender em leilão o património da empresa China International Found (CIF), se apenas agora está a decorrer o julgamento? Pergunta terrível.
A “recuperação de activos” rendia dez por cento de comissões. O Presidente da República comprava, por Decreto Presidencial, magistrados judiciais e a Procuradoria-Geral da República. Na gosma do dinheiro começaram logo a vender activos confiscados, antes de existir uma sentença transitada em julgado! Aconteceu isso com Carlos São Vicente. Até ocuparam os seus prédios com serviços públicos e ministérios! Uma clara demonstração de que a sentença estava lavrada antes do julgamento.
Agora os tempos são outros. O Tribunal Constitucional atirou para o lixo com o Decreto Presidencial dos dez por cento. Vender activos “recuperados” antes de existir uma condenação em Tribunal e transitado em julgado, foi o regresso às sentenças do chefe Poeira e do governador Agapito. É a Cidade Alta descendo ao nível da palmatória do sipaio. Os activos estão apenas à guarda de fiéis depositários. João Lourenço está convencido de que é o dono disto tudo. Megalómano. É só dono do seu património e não é pouco.
Pela conversa revelada na TPA
fiquei com a ideia de que o Presidente João Lourenço foi ao Egipto vender os
hotéis de Carlos São Vicente. Negócio falhado. Os egípcios têm milénios de
experiência
Já voaram, antes do julgamento dos Generais Kopelipa e Dino, activos nas áreas de hotelaria, cimento, bebidas, logística e automóvel. Se forem absolvidos, como fica? Vera Daves já adivinhou. Está em Washington e disse a uma agência noticiosa que Angola vai pedir ao FMI mais milhões. Bem precisam de triliões, quando tiverem de pagar o que torraram na “recuperação de activos”. Isto vai acabar mesmo muito mal. Sigam atentamente o julgamento dos Generais Kopelipa e Dino no Tribunal Supremo.
O grupo BRICS esteve reunido no Brasil ao nível dos ministros das Relações Exteriores e foram tomadas decisões muito importantes. O ocidente alargado ignorou. Os Media não estão organizados para recados desta área. Os donos ainda não passaram instruções aos simpatizantes de jornalismo ou jornalistas não praticantes.
Tudo começou com o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Hoje, além dos países fundadores também fazem parte do BRICS a Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irão. Dezenas de outros países estão à porta para entrar.
O mundo mudou. A internacional fascista é mesmo o último suspiro. O rufia da Casa dos Brancos não vai ser o novo Hitler.
* Jornalista
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