sexta-feira, 25 de abril de 2025

Angola | Aliança e Pujança Antidemocrática – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O Conselho Superior da Magistratura Judicial organizou um concurso para provimento da vaga de presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE). Concorreram dois juízes e uma juíza. Manuel Pereira da Silva ficou em primeiro lugar e tomou posse na Assembleia Nacional, Casa da Democracia, mas com um anexo ocupado pelos sicários da UNITA, que ergueram lá uma Jamba em miniatura. Para não serem contaminados com os ares democráticos, os trauliteiros abandonaram o plenário atacado a democracia com pauladas na cabeça. 

A CNE é obrigatoriamente dirigida por um magistrado judicial, designado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial. Manuel Pereira da Silva preside ao Plenário da CNE. Convoca e propõe a agenda das sessões do Plenário da CNE. Coordena todas as actividades dos órgãos centrais e locais da CNE. Dá posse aos membros das Comissões Provinciais Eleitorais. Nomeia e exonera os titulares dos cargos de direcção e chefia, ouvido o Plenário. Assina as credenciais dos membros das Comissões Provinciais e Municipais Eleitorais. Exerce o voto de qualidade. Não conta os votos. Não vota pelos eleitores. Não interfere no sistema informático. Nem sabe nada dessa maquinaria.

A UNITA odeia as eleições. Tem um ódio de morte à democracia. Oposição? Nem pensar. Na Jamba, quem pensava era logo morto à paulada. Para ninguém duvidar do poder de Jonas Savimbi, mulheres e crianças eram queimadas vivas nas fogueiras. Os dirigentes carregavam a lenha! Ainda tremo quando recordo o depoimento de Jorge Valentim no seu livro. Com os olhos injectados de ódio, o criminoso de guerra gritava-lhe: Corre! Corre! Vai buscar lenha! E ninguém recusou. Ninguém ousou dizer não. Uma mulher antes de ser imolada atirou o seu bebé para a multidão e pediu que cuidassem da criança. Pujança antidemocrática. Uma aliança com o regime racista de Pretória. Ressurreição do nazismo.

Seja qual for o presidente da CNE, a UNITA está contra. Porque ignora a legislação eleitoral. Os deputados do Galo Negro, quando a quadrilha era capitaneada por Isaías Samakuva, abandonaram a Assembleia Nacional na hora de votar a Constituição da República. Não votaram a favor. Não votaram contra. Não se abstiveram. Foram embora. Para eles a Lei Fundamental não existe. Só contam as pauladas e fogueiras da Jamba. Se um dia chegarem ao poder, pela força e em conluio com a internacional fascista, fazem uma imensa fogueira e nela queimam todos os agentes do Poder Judicial. Todas as Leis. Todos os que não aceitarem a aliança pujante antidemocrática.

Os avisos estão feitos. A direcção do Galo Negro garantiu publicamente que “em 2027 vamos acabar com este regime”. O regime vigente é de democracia representativa e economia de mercado. A UNITA promete acabar com ele. Clareza mais clara é impossível. Anunciaram “manifestações em todo país” contra o concurso curricular do Conselho Superior da Magistratura Judicial do qual resultou a escolha do Venerando Juiz Conselheiro Manuel Pereira da Silva. Isto de “manifestações” é a nova arma da internacional fascista, devidamente testada em Moçambique nas últimas eleições. Destruições, mortes, poder do Estado nas ruas da amargura.

João Lourenço é o grande apoiante desta UNITA. Desde 2017 que pôs em marcha uma política que visa destruir o edifício da Justiça. Demolir o Poder Judicial. O Venerando Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, é vítima da quadrilha mediática de João Lourenço. Mas também e sobretudo de Pita Grós. E como o presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial está permanentemente sob suspeita, todas as juízas e todos os juízes, d e todas as instâncias, ficam sob suspeita. A internacional fascista agradece que o inquilino do Palácio da Cidade Alta tenha prisioneiros em cárcere privado, compre sentenças a dez por cento dos activos “recuperados” e faça do Poder Judicial a sua xitaca de recreio.

A internacional fascista conseguiu fazer da morte do Papa Francisco um espectáculo. Os canais de televisão usam e abusam da sua imagem. O chefe máximo do cartel, Donald Trump, vai ao funeral. O líder da Igreja lutou denodadamente pelos direitos dos migrantes O quadrilheiro da Casa dos Brancos criou campos de concentração para migrantes em quintalões dos EUA, como El Salvador. Vai estar em Roma, mostrando que é bandido para todas as ocasiões.

A guerra movida pelos EUA e a União Europeia à Federação Russa, por procuração passada à Ucrânia, está chegando ao fim. Trump diz que a guerra é do assassino genocida Biden e não dele. Bruxelas Já não sabe se acerta o relógio ao dá corda aos sapatos. A reunião de Londres, apresentada como decisiva pra o futuro da Ucrânia, foi cancelada porque Washington informou que não ia comparecer. Um tal Durão Barroso, furioso, diz que não se pode confiar na palavra do Presidente Putin. E a palavra dele?

Durão Barroso, então primeiro-ministro de Portugal os e o seu ministro da Defesa, Paulo Portas, juraram por Santa Efigénia que viram as provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque. Ele recebeu nos Açores George W. Bush, presidente dos EUA, Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido, e José Maria Aznar, chefe do governo de Espanha. 

Da cimeira saiu a decisão de iniciar a guerra no Iraque onde eu levei com mísseis de cruzeiro em cima! Sacanas queriam matar-me em Bagdade, Ramadi e Rutebah. Tinha um computador portátil que de pouco me serviu, porque não funcionavam as telecomunicações. Mas escrevia todos os dias textos em forma de memórias. Esse material serviu para depois publicar o livro “Eu Vi Bombardear Bagdade”. Não vão a correr comprar, está esgotado.

Durão Barroso é um mentiroso. Um MRPP que quando a mama do extremismo contra o 25 de Abril secou, meteu-se no PSD até chegar onde chegou. Agora é banqueiro. O artista tem um círculo asqueroso. Viu as provas das armas de destruição maciça no Iraque, que ninguém decente viu. Esta mentira de George W. Bush, Tony Blair, Durão Barroso e Aznar custou mais de um milhão de mortos e dois milhões de refugiados ou deslocados. Destruíram o país mais próspero e progressista do Médio Oriente. 

Durão Barroso, está sob vigilância permanente. Na hora da verdade vai pagar num qualquer Tribunal de Nuremberga. Eu sei que tu não és de confiança. Sei que és um genocida. Sei que te vendeste. Sei que tens as mãos e o corpo todo manchado de sangue dos iraquianos. Vais pagar. Não somos todos como o Papa Francisco. Não damos todos a outra face. Vais ter de sangrar. Rende-te bandido!

* Jornalista

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