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Pequim, 26 abr (Lusa) – O governo chinês disse hoje não recear as críticas estrangeiras à detenção de Ai Weiwei, reafirmando que aquele artista plástico, detido há mais de três semanas, “está a ser investigado por suspeita de crimes económicos”.
“A China rege-se pelo primado da lei e não tem medo dos comentários de outros países (…) Os indivíduos e organizações estrangeiros [que protestaram contra a detenção de Ai Weiwei] devem aguardar pacientemente os resultados da investigação policial”, disse um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei.
Ai Weiwei foi detido no passado dia 03 de abril no aeroporto de Pequim quando ia embarcar para Hong Kong.
O porta-voz do MNE chinês não revelou o local onde Ai Weiwei se encontra detido, indicando apenas que “na devida altura as autoridades competentes divulgarão informação sobre o caso”.
Ai Weiwei, 53 anos, é um dos mais conhecidos artistas plásticos chinês e um frequente crítico do governo de Pequim.
Os governos dos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, o embaixador da União Europeia na China, a Amnistia Internacional e a organização Repórteres sem Fronteiras protestaram contra a sua detenção.
Ai ajudou a desenhar o “Ninho de Pássaro”, o Estádio Olímpico de Pequim, mas recusou-se a assistir à cerimónia de abertura dos Jogos, no verão de 2008.
“O governo quer usar estes Jogos para se celebrar a si próprio e à sua política (…) Não há nada a celebrar”, disse na altura Ai a uma revista alemã.
Uma das suas últimas criações, a instalação “Sementes de Girassol”, com dezenas de milhões de ‘sementes’ de porcelana feitas à mão, está patente na galeria Tate Modern, em Londres, até 02 de Maio.
“Num pais tão populoso como a China é normal ter pessoas como Ai Weiwei, mas também é normal controlar o seu comportamento através da lei”, disse um jornal oficial ao justificar a detenção do artista.
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