ANTÓNIO VERÍSSIMO
As comemorações do 1º de Maio em Portugal, ontem, aconteceram com as duas centrais sindicais separadas e, como sempre, divididas. Nesta divisão é a defesa dos trabalhadores que está em causa em período incomparável de ataques aos direitos, liberdades e garantias daqueles que mais produzem, mais contribuem para o enriquecimento de alguns, e que auferem na maior parte dos casos ordenados de miséria.
Sabemos que aquilo que aí vem é mais miséria para aqueles de menores recursos. O desemprego, já numa percentagem assustadora, vai aumentar muito mais, os apoios sociais têm sido desbaratados por este governo de Sócrates, dito socialista, e muito mais serão se acaso o PSD de Passos Coelho-Cavaco Silva tiver maioria de votos nas próximas eleições legislativas. O mesmo acontecerá se acaso PS, PSD e CDS conseguirem maioria de votos e, assim, formarem um Bloco Central que sem contemplações aumentará as agruras dos portugueses, principalmente dos mais carenciados. Esses já são mais de um terço da população.
Já se fala em reduções de salários, em cortes dos subsídios de Natal e de férias, em maiores dificuldades e redução dos subsídios de desemprego… Com tantos “cortes” fala-se afinal da fome que vão infligir aos que menos têm para beneficio daqueles que tudo têm e esbanjam sem contemplações. Para não falar da fome que já existe para imensos milhares de vítimas em Portugal.
Perante este quadro vimos duas centrais sindicais desavindas, que umas vezes dizem a mesma coisa, defendem políticas próximas, e outras vezes estão diametralmente opostas. Sabemos que é com esta divisão entre aqueles que trabalham que políticos e grande patronato somam benefícios. Os políticos por encarnarem na perfeição a obediência à banca e impérios do capital – por isso vendo seus benefícios e fortunas – o patronato por se saber cada vez mais afortunado num país de esfomeados a que têm quebrado a coluna vertebral, a capacidade de raciocinio e defesa dos seus direitos mais elementares de cidadania.
O 1º de Maio foi comemorado em Portugal ao som dos "cortes", da dança do desemprego, dos que rebentam de fome e quase não protestam ou daqueles que optam por dormir, tal é a “fraqueza”. (AV)
1.º de Maio: João Proença defende governo de maioria
PÚBLICO – LUSA – 01 maio 2011
O secretário-geral da UGT, João Proença, considerou hoje “fundamental” que haja um governo de maioria nas próximas eleições de 5 de Junho, e recusou que seja posto em causa o 13.º e 14.º meses de salário.
“É fundamental um governo de maioria. Queremos compromissos claros dos partidos para o futuro do país”, afirmou João Proença, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, no seu discurso de encerramento da manifestação do Dia do Trabalhador.
O responsável da UGT deixou um “recado” para a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), governo e partidos: “não podemos aceitar mais condições e sacrifícios para os trabalhadores. Vamos responsabilizar aqueles que celebrarem um mau acordo”.
Perante pouco mais de duas mil pessoas, que se abrigavam da chuva intensa como podiam, João Proença reiterou que os sindicatos afectos à UGT “não aceitam que se ponha em causa o 13.º e o 14.º meses de salário, a redução do salário mínimo, a quebra dos direitos adquiridos e o respeito pela negociação colectiva”.
“São condições indispensáveis para a UGT”, acrescentou.
O responsável sindical exigiu ainda o respeito pela Constituição, a regulação efectiva do sector financeiro, o combate à economia paralela e o fim da precariedade no emprego, exigindo do próximo governo “políticas públicas que combatam a especulação e a corrupção”.
O seu discurso foi ouvido por vários espectadores políticos, entre os quais o cabeça de lista do PS por Lisboa, Ferro Rodrigues, a ex-ministra da Saúde Maria de Belém Roseira e o líder parlamentar do CDS, Pedro Mota Soares
O responsável da UGT deixou um “recado” para a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), governo e partidos: “não podemos aceitar mais condições e sacrifícios para os trabalhadores. Vamos responsabilizar aqueles que celebrarem um mau acordo”.
Perante pouco mais de duas mil pessoas, que se abrigavam da chuva intensa como podiam, João Proença reiterou que os sindicatos afectos à UGT “não aceitam que se ponha em causa o 13.º e o 14.º meses de salário, a redução do salário mínimo, a quebra dos direitos adquiridos e o respeito pela negociação colectiva”.
“São condições indispensáveis para a UGT”, acrescentou.
O responsável sindical exigiu ainda o respeito pela Constituição, a regulação efectiva do sector financeiro, o combate à economia paralela e o fim da precariedade no emprego, exigindo do próximo governo “políticas públicas que combatam a especulação e a corrupção”.
O seu discurso foi ouvido por vários espectadores políticos, entre os quais o cabeça de lista do PS por Lisboa, Ferro Rodrigues, a ex-ministra da Saúde Maria de Belém Roseira e o líder parlamentar do CDS, Pedro Mota Soares
CGTP anuncia manifestações contra “ingerência da UE e FMI”
PÚBLICO – LUSA – 01 maio 2011
A CGTP convocou hoje duas manifestações para 19 de Maio, uma em Lisboa e outra no Porto, contra “a ingerência da UE e do FMI”.
O secretário geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, anunciou as “duas grandes manifestações” contra as medidas que venham a ser impostas na sequência da negociação entre o governo português e a ‘troika’ que está a preparar o plano de ajuda externa, perante milhares de pessoas que celebravam o Dia do Trabalhador na Alameda.
“É por estas exigências, e contra as medidas que nos querem impor, que convocamos os trabalhadores e as trabalhadoras, os jovens, os pensionistas e reformados para uma ampla participação nas duas grandes manifestações que vão ter lugar no dia 19 de Maio”, disse o sindicalista.
Carvalho da Silva deixou um apelo a todos para que participassem nas manifestações com o objetivo de mostrarem que “o país tem alternativas”.
“O futuro é de esperança e a esperança constrói-se” afirmou, acrescentando que os próximos tempos vão ser de grande trabalho sindical.
“É por estas exigências, e contra as medidas que nos querem impor, que convocamos os trabalhadores e as trabalhadoras, os jovens, os pensionistas e reformados para uma ampla participação nas duas grandes manifestações que vão ter lugar no dia 19 de Maio”, disse o sindicalista.
Carvalho da Silva deixou um apelo a todos para que participassem nas manifestações com o objetivo de mostrarem que “o país tem alternativas”.
“O futuro é de esperança e a esperança constrói-se” afirmou, acrescentando que os próximos tempos vão ser de grande trabalho sindical.
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