DEUTSCHE WELLE
Reunido no Brasil, empresariado discute como perenizar a virada econômica latino-americana. Desempenhos de Brasil, Argentina, México, Colômbia e Chile impulsionam a região.
Uma legião de representantes do mundo dos negócios chegou ao Fórum Econômico Mundial da América Latina com a crença de que a região está mais importante. É essa a motivação que levou um número recorde de inscritos a participarem da edição do Fórum que começou nesta quarta-feira (27/04) no Rio de Janeiro.
Depois de seguidos anos focados em descobrir o que havia de errado com a região – falhas na democracia, desequilíbrios econômicos, problemas sociais –, desta vez os mais de 700 representantes que atuam no topo da pirâmide de liderança econômica se concentram em discutir a continuidade do progresso latino-americano.
O carro-chefe dessa pujança é a economia brasileira, que cresce a taxas acima dos 5% desde 2007. Mas o Brasil não está sozinho no centro dos negócios regionais. E é por isso que, para Donna Hrinak, executiva da PepsiCo nos Estados Unidos, o planeta deve prestar mais atenção: "Agora é hora de ir além, de não apenas notar o que a América Latina tem feito, e perguntar como a região pode contribuir com o resto do mundo."
Vitrine brasileira
Martin Sorrel, diretor da WPP, maior grupo de serviços de comunicação do mundo, admite que América Latina tende a ficar um pouco esquecida no meio empresarial. E adverte logo: "esse fato é um erro".
"O Brasil está levando a região para frente. Com o brilhante trabalho feito por Lula e, agora, pela presidente Dilma Rousseff", avalia Sorrel. E, em parte, a garantia do futuro sucesso latino-americano vai continuar temporariamente em mãos brasileiras. Isso porque o mundo está de olho em oportunidades regionais com base nos dois grandes eventos esportivos sediados no Brasil, a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
O desenvolvimento positivo do México – apesar de muitas vezes ofuscado pela violência do narcotráfico – também impulsiona a região. Assim como o desempenho da Argentina, que em 2010 registrou um crescimento de 9,2% do PIB, fato tido como "quase milagroso" por muitos empresários.
Na lista dos Top 5 da América Latina também estão Colômbia e Chile. Esse último é um país menor em termos de população, mas com crescimento estável. No ano passado, a expansão do seu PIB foi de 5,2%, taxa admirável frente ao terremoto devastador registrado em fevereiro de 2010.
A previsão da firma de consultoria PricewaterhouseCoopers, num estudo feito especialmente para o Fórum, é que o crescimento argentino continue acima do brasileiro em 2011. Argentina e Brasil devem crescer 5% e 4,2%, respectivamente, segundo a empresa de consultoria. O México vem em terceiro, com 4%. Os três países são também os únicos da América Latina que fazem parte do G20.
Dez anos pela frente
Essa edição do Fórum quer ajudar a abrir mais espaço no caminho rumo à prosperidade definitiva da região. Com uma população de um pouco mais de meio bilhão de habitantes, uma força jovem de trabalho e uma classe média em expansão, ainda persistem na América Latina todavia vários obstáculos, velhos conhecidos dos investidores internacionais.
A inflação é um dos fantasmas que voltou a circundar os países da região. A iniciativa privada também já está cansada de tanta burocracia e excesso de regulamentação, que atrapalham o clima de negócios. E, com o crescimento econômico, ficaram ainda mais urgentes os investimentos em infraestrutura, educação e inovação – chaves para aumentar a competitividade.
Autora: Nádia Pontes - Revisão: Carlos Albuquerque
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