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Jacarta, 08 mai (Lusa) – A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) fracassou hoje a sua intenção de resolver o conflito fronteiriço entre a Tailândia e o Camboja e adiou também a decisão do ingresso de Timor-Leste no bloco.
O fracasso das negociações entre Tailândia e Camboja ofuscou, na cimeira do bloco, o objetivo de avançar com a integração regional até 2015.
O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, evitou referir-se ao contencioso no seu discurso de encerramento da cimeira, que decorreu entre sábado e hoje.
No entanto, na declaração final do evento, a ASEAN “reconhece que as disputas territoriais ou jurisdicionais devem ser tratadas de forma bilateral ou entre as partes interessadas”.
Yudhoyono presidiu, pela manhã, um encontro fora do programa entre o primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, e o seu homólogo cambojano, Hun Sen, que acabou sem acordo.
Depois da reunião, Abhisit Vejjajiva disse que “sua prioridade é a paz e a vida das pessoas dos dois lados da fronteira” e insistiu que o Camboja deve as retirar suas tropas da zona de disputa.
O primeiro-ministro prefere resolver o conflito de forma bilateral, através de mecanismos de debate “que já existem”, e denunciou a intenção do Camboja de “internacionalizar” o contencioso.
No entanto, o líder cambojano insistiu em requerer a mediação da Indonésia e reconheceu que o conflito “contaminou a atmosfera da cimeira e criou um desafio para a ASEAN”.
Hun Sen disse que o Camboja firmou o plano da Indonésia para enviar observadores neutros à zona de conflito e assinalou que está disposto a sentar-se à mesa de negociações logo que a Tailândia rubrique o plano.
As duas partes aceitaram continuar as negociações na segunda-feira, numa nova reunião que manterão os ministros dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Camboja e Indonésia.
A cimeira também adiou a decisão acerca da petição de ingresso de Timor-Leste, alegando que ainda são necessárias considerações a serem feitas sobre o assunto.
O bloco asiático prevê aceitar o pedido da Birmânia (Myanmar) para assumir a presidência rotativa do grupo em 2014, decisão anunciada hoje no final da cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização.
O presidente da Birmânia, Thein Sein, apresentou a proposta aos parceiros para assumir a presidência, a que teve de renunciar em 2005 sob pressão internacional e críticas por abusos contra os direitos humanos no seu país.
De acordo com a declaração final da cimeira, os líderes da região prevêem “aceder ao pedido da Birmânia para que acolha a cimeira da ASEAN em 2014".
A ASEAN, fundada em 1967, inclui a Birmânia, Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Tailândia, Singapura, Vietname.
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