segunda-feira, 2 de maio de 2011

GNRs sentem-se quase "em casa" e timorenses não querem que vão embora




MSO – LUSA

Díli, 02 mai (Lusa) - Avelino, um timorense que ainda conheceu o seu país quando era colónia portuguesa, defende que "é melhor para a segurança de Timor" que a presença da GNR seja prolongada, para além de 2012, ano previsto para a saída da missão das Nações Unidas.

"Acho muito bem que a GNR esteja em Timor-Leste, porque nos garante a segurança na cidade e em todo o território. Se estender a sua missão é melhor, para que Timor-Leste continue em segurança", realçou.

Filomena Exposto, outra residente na capital, entende que a continuidade da GNR em Timor-Leste "é uma questão bilateral que cabe ao Estado de Timor-Leste decidir se quer essa cooperação".

"A atuação da GNR em Timor-Leste tem sido muito positiva, com profissionalismo, e tem garantido a segurança nacional. Pessoalmente acho que ainda precisamos da contribuição da GNR porque somos ainda uma nação frágil", disse.

A recetividade popular à presença da Guarda Nacional Republicana (GNR) é partilhada pelas autoridades nacionais.

O Presidente da República condecorou a corporação e os vários contingentes que passaram por Timor-Leste e não tem poupado elogios à força portuguesa.
Apreço idêntico tem o Governo, como disse à agência Lusa o seu porta-voz, Ágio Pereira.

"A GNR é uma instituição com uma capacidade enorme de intervenção internacional e Timor-Leste tem beneficiado imenso dessa capacidade, desse profissionalismo e da sua disciplina institucional. Esperamos que continue a providenciar-nos esse apoio, numa cooperação bilateral que tem um carácter muito especial pela união cultural e histórica de muitos séculos entre Portugal e Timor-Leste", comentou.

O carinho que é dedicado pelos timorenses, quer responsáveis políticos, quer cidadãos anónimos, é sentido pelos próprios militares que prestam serviço em Timor-Leste, sendo essa uma das melhores recordações que levam, quando regressam a Portugal.

"As pessoas reagem bem à presença da GNR. É uma das forças, se não mesmo a força que mais consideram. Respeitam-nos muito e têm uma ligação com os portugueses muito importante", disse à Lusa António Alves, a prestar serviço no Sub-Agrupamento Bravo da GNR e que já vai na terceira missão em Timor, onde chegou pela primeira vez em 2006.

Destaca a evolução que foi possível com a melhoria das condições de segurança.

"Notam-se bastantes diferenças em relação a 2006 e 2007. Encontrei um país praticamente a arder, com muitos tumultos, e atualmente é pacífico e vê-se uma melhoria significativa, com novas construções, apesar das dificuldades", diz.

Idêntica opinião é dada por Cipriano, outro militar da GNR que já conhece Timor-Leste desde o ano 2000.

"A GNR é uma força conhecida aqui, na cidade de Díli, mas também pelos distritos. Quando vamos para a montanha, as pessoas conhecem as viaturas da Guarda e vê-se que têm uma opinião positiva. Não reconhecem a GNR como força de ocupação, mas como uma instituição que está cá para ajudar ao desenvolvimento geral", descreve.

Segundo este militar, "o relacionamento com a população é bom e não há qualquer tipo de dificuldade no terreno".

A GNR celebra na terça-feira 100 anos de existência.

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