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Díli, 12 mai (Lusa) -- O porta-voz do Governo de Timor-Leste, Ágio Pereira, refutou hoje a análise feita pela FRETILIN, o maior partido da oposição, ao último relatório sobre o desenvolvimento humano em Timor-Leste, apresentado pelas Nações Unidas.
José Teixeira, porta-voz da FRETILIN, sublinhava, interpretando aquele relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que "a taxa de aumento na média anual do índice de desenvolvimento humano (IDH), de 2002 a 2010, foi de 3,71 por cento, mas pode-se observar que foi de 4,37 por cento para o período de 2002-2006 e de 3,06 por cento para o período de 2006-2010".
"Isto significa que, apesar de os orçamentos relativamente baixos, cerca de cinco por cento do atual Orçamento Nacional), Timor-Leste mostrou avanços maiores em desenvolvimento humano entre 2002 e 2006 (Governo da FRETILIN), do que nos últimos cinco anos. Compreensível, quando o dinheiro vai direto para os bolsos de uma pequena elite", concluía.
O porta-voz do Governo e secretário de Estado do Conselho de Ministros, Ágio Pereira, considera que os comentários de José Teixeira contêm erros.
Tomando em conta os quatro indicadores que formam o IDH, Ágio Pereira comenta que os dados da esperança de vida aquando do nascimento se reportam ao período de 1980 a 2007, pelo que esse indicador "está desatualizado e não se pode aplicar".
Quanto à expetativa de anos de ensino, "presume-se que a fonte seja o censo de 2004", diz Ágio Pereira, enquanto a média de anos de ensino, outro dos indicadores, considera não refletir "os progressos recentes no setor da Educação".
Já quanto ao Produto Nacional Bruto per capita, Ágio Pereira concorda que os dados são relativamente recentes, tendo por fonte informações do Banco Mundial de 2009, mas observa que é ignorada uma nota de rodapé onde se esclarece que nalguns casos é feita a extrapolação a partir de estimativas de referência do Programa de Comparação Internacional de 2005.
Conclui por isso, que a tabela que avalia o progresso de Timor-Leste em cada um dos indicadores de IDH" de que José Teixeira se serviu para fazer os seus comentários públicos ao relatório do PNUD "é imprecisa, enganadora, e não se aplica ao desenvolvimento humano de Timor-Leste em 2010".
A análise de José Teixeira ao Estudo Demográfico e de Saúde de 2010 é também criticada pelo porta-voz do Governo.
"Dizer que os 20 por cento mais pobres em Díli têm 0,4 por cento da riqueza demonstra uma falta inesperada de conhecimentos económicos. Os valores demonstram sim que em Díli apenas 0,4 por cento dos cidadãos se enquadram no grupo mais desfavorecido, o dos 20 por cento mais pobres", comenta.
Ágio Pereira diz mesmo que "é um sinal positivo", quando comparado com o tempo em que havia cerca de 150 mil refugiados.
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