ANA LORO METAN
Em Timor Leste e por todo o mundo os timorenses estão a poucas horas da comemoração da independência. Passaram nove anos. É notório que estamos cada vez mais a exercer a nossa independência e a afirmar-nos enquanto nação com vontade própria.
Nestes nove anos não aconteceu tudo que seria ideal para o povo massacrado. Vimos muito povo faminto e alguns que literalmente roubam o que a ele pertence. Não há dúvidas de que a responsabilidade é de Xanana Gusmão e de Ramos Horta, como antes terá sido de Mari Alkatiri enquanto foi primeiro ministro. Os que assumem as chefias dos governos sabem muito bem que acontece surgirem oportunistas que se movimentam e agem no sentido de se aproveitarem dos seus cargos nos governos para enriquecerem ilegalmente. Pior ainda quando os primeiros ministros não são completamente honestos e conluiam-se em circunstâncias de corrupção como vimos estar a acontecer com este governo da AMP.
Mas nem tudo é negativo do que se passa em Timor Leste. Tirando a fome e a miséria, o desenvolvimento por fazer e que já devia ser realidade em maior monta, as ilegalidades graves cometidas por Xanana Gusmão, seus aliados e de Ramos Horta, alguns vivem um pouco melhor que o esperado apesar de tantos sorverem em proveito próprio. Mas o interior está abandonado. As obras por fazer. Díli a abarrotar de chegados ao “El Dorado” da capital devido às políticas erradas de abandono do interior. E afinal para virem passar fome e todo o tipo de dificuldades na capital. Para se prostituírem, para cometerem pequenos furtos aos incautos e assim sobreviverem. Para aumentarem os índices de criminalidade devido às suas carências.
Mas somos independentes. Apesar de contrariada, isso mesmo teve de compreender a primeiro ministro australiana Júlia Gillard ao desistir de construir um campo de reclusão para refugiados em território timorense. Isso mesmo vai ter de compreender a Woodside, acerca do gasoduto submarino que deve desembocar em Timor Leste e não na Austrália, nem se quedar numa plataforma marítima. Algumas políticas levadas avante por este governo AMP devem ser consideradas patrióticas e positivas. Nem tudo é nódoa.
Não fosse a incompetência de alguns do governo. Não fosse a enorme corrupção, o conluio, o roubo descarado, a impunidade de elites, o défice de independência no setor da Justiça, o défice democrático, a fome, o desemprego, o abandono de povoações e populações no interior do país, não fossem tão evidentes as obras públicas por fazer corretamente, como evidentes são os roubos autorizados e de conluio com certos empreiteiros e outros amigos do sistema AMP, e os timorenses viveriam bem melhor.
Mas somos independentes. Comemoramos nove anos disso mesmo. Em 2012 é chegada a hora da ONU sair do pote de mel que Timor Leste representa para os inúmeros parasitas que nos trouxe. Salvem-se aqui os não parasitas, os amigos do nosso povo – homenageemos na independência a memória do contribuidor Sérgio Vieira de Mello. Também para o ano que vem é chegada a hora dos ocupantes militares australianos saírem do país. A Austrália deve capacitar-se de que não pode repetir o que tem tentado até aqui: Fazer de Timor Leste colónia sua. Nem deve voltar a provocar golpes de estado como o de 2006 para se impor contra a independência e vontade dos timorenses. A Austrália e os EUA que se ponham no seu lugar, de países amigos, e que nos deixem procurar e seguir o melhor rumo para a democracia e bem-estar timorense. Precisamos de amigos, não precisamos de voltar a ser colonizados.
No ano que vem haverá eleições. Ninguém se admire de quem sairá vencedor. Xanana Gusmão sabe muito bem que voltará a ser primeiro ministro e que consolidará o seu objetivo: reforçar substancialmente a votação no CNRT. De nada valerá a FRETILIN também reforçar o resultado eleitoral em mais 7 ou 8 pontos percentuais e continuar a ser o partido mais votado… mas não governo. Uma nova aliança com o CNRT de Xanana Gusmão já está a ser ponderada e acabará por ir dar tudo ao mesmo. A continuidade está garantida a Xanana Gusmão. Nenhum partido gozará da vantagem de ser votado maioritariamente. Forçosamente têm de haver alianças partidárias. Mas vença quem vencer existirá sempre mais ou menos fome no país, mais ou menos miséria. A própria Igreja Timorense e as ONGs precisam disso para se afirmar e se implantarem no terreno. Afinal sobrevivem e evoluem à custa da miséria produzida pelas más políticas dos governos. Pelos governos injustos e corruptos. Como o governo de Xanana Gusmão de agora e o do futuro. E o futuro é já em 2012.
Nove anos de independência declarada que ainda não se efectivaram na realidade plena. Mas estamos cada vez mais perto e isso depende de nós, da sabedoria de escolhermos os líderes. Quem diria que chegávamos até aqui com altas perspetivas de avançarmos muito mais? Muito obrigada, meus irmãos timorenses. Agora é hora de lutar por mais independência, por justiça, liberdade, mais progresso e democracia. É hora de paz e não de ódios. É tempo de exigências de honestidade. Avancemos com os olhos postos nos valores democráticos por que tanto lutámos e devemos continuar a lutar todos os dias. Só assim estaremos de parabéns e prestaremos verdadeira homenagem aos nossos mártires e heróis perecidos numa luta titânica que ainda não vencemos completamente porque no nosso próprio seio existem inimigos. A independência conquista-se todos os dias.
1 comentário:
Sim e verdade, temos ainda os problemas internos a resolver, embora, o execrcicio da democracia em Timor-Leste esteja num bom caminho. Todos os timorenses devem ter a consciencia em combater a impunidade dos elites, a injustica, a corrupcao e o conluio, e, paralelemente, desenvolvermos o nosso pais num caminho e que os timorenses se sentem satisfeitos e beneficiados. Temos uma polpulacao pequena mas temo a riquza do pais que se possa garantir a prosperiedade dos timorenses, porem tem que haver bons lideres para geri-la e distribui-la em conformidade. Quanto aos outros (os internacionais) podem se ir embora a comprirem as suas missoes noutros paises que precisam mais. Sabemos que ainda precisamos de assistencia dos internacionais em determinadas areas identificadas pelos proprios timorenses, porem o papel deles so pode ser como assessoria. Em Timor temos um espaco de liberdade para acumular as opinioes e a expressarem-se, isto ve-se no dia a dia dos timorenses; nos jornais e na TVTL. Sabemos que ha muita coisa ainda por fazer, mas isto entre nos os timorenses, a endereitarmo-nos com as criticas e com as mudancas, e e verdade, tem que ser todos os dias. Temos que ser coesos, unidos e fortes dentro de diferencas ideias que temos mas os interesses sao dos timorenses. Temos que criar um ambiente de paz, harmonia e prospera no nosso pais e ao nosso querido povo que tanto sofreu pelos sistemas impostos por outros e por nos proprios. Temos que tambem combater os timorenses que com outros querem nos dividir para se satisfazerem de si mesmos, atencao...e vigilantes....! Todos nos temos que ter o espirito de nacionalismo e patriotismo, e fortes....a enfrentar este mundo globalizado...onde existem pessoas boas e pessoas mas. Enfim, Viva Timor-Leste e Povo heroico timorense...!!!
Enviar um comentário