segunda-feira, 2 de maio de 2011

MPLA: TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS GERA LISTA NEGRA




ANGOLA 24 HORAS – 02 maio 2011

“Há dirigentes que, utilizando a sua influência política, pressionaram alguns bancos e o Ministério das Finanças a proceder a pagamentos de dívidas falsas, apresentadas por empresários desonestos em troca de chorudas comissões “ – revelou uma fonte do “Kremlin”.

Essas figuras, conhecidas nos meios públicos pelos lugares cimeiros que ocupam na hierarquia do MPLA fazem, deste modo, parte da lista negra dos dirigentes que serão no próximo ano afastados do bureau politico e comité central e do grupo parlamentar, a sair das próximas eleições. “Vamos conhecer uma purga selectiva e, para começar já não é mau…”

– disse um politico da oposição, confrontado com esta iniciativa do MPLA. Na esteira desta purga, um dos visados poderá vir a ser um conhecido empresário de Malange, ligado ao negócio de vinhos em Portugal que, depois de ter sido ressarcido de uma dívida junto do Ministério das Finanças, veio a ser descoberto como estando envolvido numa fraude com a apresentação de facturas falsas que culminaram com o embolso ilícito de mais de 6 milhões de dólares!

“O dirigente do MPLA que beneficiou da comissão desse empresário, que pressionou as finanças e que gosta de se apresentar como impoluto, todos o conhecemos…” – ironizou um alto funcionário da antiga sede dos serviços da repartição de Fazenda e Contabilidade.

Um outro comerciante sobre o qual poderá vir a impender um mandado de captura, confrontado pelas autoridades judiciais face a uma colossal dívida contraída junto de um banco, apressou-se a ir ao “Kremlin” para apresentar a lista dalgumas altas figuras do MPLA que terão recebido dinheiro e viaturas Touaregs resultante da fraude em que aquele está envolvido. “Esta gente perdeu toda a confiança política do sistema e, a esta altura, já deve saber o destino que lhe está reservado” – disse uma fonte da Procuradoria Geral da República.

Tendo o MPLA como principal agente das suas realizações eleitorais a estratégia do Executivo vinculada ao programa de governação gizado para o período que vai de 2O12 a 2O16 assentará os seus pilares na luta contra a pobreza, no combate às assimetrias e na valorização dos quadros.

Aspirando a ter um papel preponderante na região austral de África, o MPLA, enquanto força líder do país, propõe-se potenciar o empresariado nacional para que este deixe de ser dependente do exterior. “É inconcebível que coisas tão simples como um saco de plástico ou botas para a tropa tenham que ser importadas”- explicou um economista que participou na elaboração dalguns documentos que serão submetidos a discussão no congresso.

Ao apresentar um balanço dos três anos de governação, o congresso, garantiu uma fonte do MPLA, não se coibirá de reconhecer o incumprimento dalgumas promessas feitas no passado e de apresentar as razões do não cumprimento. O que resta saber é se para lá da crise económica e financeira internacional que abalou o mundo inteiro, no plano interno serão arrestados e condenados publicamente os verdadeiros culpados para a situação de paralisia que o país viveu nos últimos anos.Veremos…

Gustavo Costa - Novo Jornal

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