terça-feira, 31 de maio de 2011

O DESEMPREGO CONTINUA A SUBIR? “PORREIRO, PÁ”, DIZ JOSÉ SÓCRATES




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O Eurostat anunciou que 12,6% da população activa no que resta de Portugal estava sem emprego em Abril. É o mesmo valor de Março, mas já acima dos 12,4% que o INE contabilizou para o primeiro trimestre do ano.

São perto de 800 mil desempregados, 20 por cento de pobres e outros tantos que já têm saudades de ver os pratos com alguma coisa dentro. Ou, noutra linguagem, o fruto de seis anos de governação de José Sócrates e seus acólitos.

A taxa de desemprego portuguesa mantém-se assim substancialmente acima dos 9,9% registados na União Europeia. O Governo do sumo pontífice já reagiu a estes dados, tendo Valter Lemos, secretário de Estado do Emprego, dito que apesar de tudo há sectores que estão a criar emprego mas que os próximos meses vão continuar a ser difíceis.

Aliás, Valter Lemos deveria acrescentar (seguindo a cartilha do seu “querido líder”) que, apesar de tudo, não existe desemprego nos que têm emprego, nos reformados, nos estudantes, nos que já morreram…

A cartilha do secretário-geral do PS e primeiro-ministro é, aliás, bem clara na estratégia de tratar a maioria dos portugueses como trata a maioria dos socialistas: mentecaptos.

Pelo menos os socialistas aplaudem, o que se calhar é normal... Aliás, cada vez mais, o que é normal para José Sócrates não o é para o país. A seriedade e o rigor não são, nunca foram, compatíveis nem com o secretário-geral do PS, nem com o primeiro-ministro.

Brincando política e mentalmente ao pé-coxinho com os portugueses, José Sócrates sacode a água do capote e veste a farda do político impoluto que, no mínimo, se assemelha a Deus e que só não fez mais pelos seus servos porque o Diabo tomou conta da Oposição.

Afinal quem reduziu os salários, quem congelou as pensões, quem pôs Portugal com uma mão atrás e outra à frente (ambas vazias), não foi Sócrates, apesar de estar há seis anos no governo, mas sim a Oposição... apesar de não ser governo.

Portugal, pelos vistos, nunca teve um tão bom primeiro-ministro como o que tem agora. Aliás, o próprio José Sócrates diz que "Está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu".

E quando assim é, e quando os socialistas permitem que assim seja, e quando os portugueses não se importam que assim seja, o melhor é nomear uma comissão liquidatária.

O Secretário-Geral do PS o que quer é continuar no poder, mesmo que tenha (como aconteceu nos últimos anos) de às segundas, quartas e sextas dizer o contrário do que diz às terças, quintas e sábados.

O país pouco o preocupa. Os cidadãos nada o preocupam. O que o verdadeiramente preocupa é poder.

Quem de facto fez tudo, saltando de PEC em PEC, para abrir as portas de Portugal ao FMI foi o governo de José Sócrates. Incapaz de tomar com tempo as medidas necessárias, apostou e aposta tudo numa máquina de fazer sonhos que é capaz de projectar comida no pratos dos portugueses. E a projecção lá está. Mas a comida não.

José Sócrates conseguiu aumentar o défice, o desemprego, a dívida pública e a pobreza. Apesar disso, com os seus apaniguados a bater palmas numa orgia colectiva, quer aparecer como o salvador da pátria, cantando e rindo no convés de um navio que por sua culpa se afunda a olhos vistos.

E, ao que parece, os portugueses continuam a manter bem vivo o adágio que diz: “quanto mais me bates, mais eu gosto de ti”.

E a ser assim, parafraseando José Sócrates, ainda está para nascer um povo que consiga contar até 12 sem ter de se descalçar...

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

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