quarta-feira, 29 de junho de 2011

Despedimentos: Trabalhadores dos Estaleiros de Viana ameaçam com protesto em Lisboa




PYJ - LUSA

Viana do Castelo, 29 jun (Lusa) - Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) aprovaram hoje uma moção em que pedem ao Governo a "suspensão imediata" do despedimento de 380 funcionários, admitindo para julho um protesto em Lisboa.

Para 07 de julho está agendada, em Lisboa, uma assembleia-geral da Empordef, holding do Estado que detém a totalidade do capital social dos ENVC. 

Em plena Praça da República, cerca de 700 trabalhadores aprovaram esta manhã, por unanimidade e aclamação, a possibilidade de viajarem até Lisboa, para protestar contra o plano de reestruturação, se "nada for feito" até ao dia anterior à reunião do acionista Estado.

"Pensamos que é um prazo razoável para haver um sinal da parte do poder político de que vai haver uma suspensão da decisão de despedimento brutal e que haverá outra solução para a empresa", explicou António Barbosa, porta-voz da Comissão de Trabalhadores (CT).

A administração dos ENVC anunciou, na semana passada, um plano de reestruturação da empresa, a aplicar até final do ano, prevendo a saída de 380 dos 720 trabalhadores.

No entanto, segundo a CT, só desde o início do mês de junho, "de forma natural", a empresa já reduziu os postos de trabalho para 703 e reclama que, nos próximos cinco anos, "mais de 450 funcionários estarão acima dos 55 anos".

"Ou seja, com outra disponibilidade para negociar a pré-reforma e não implementando este processo em cinco meses. Em outubro a administração falou numa reestruturação, ainda sem números, mas a implementar em cinco anos, não percebemos o que mudou entretanto", criticou António Barbosa.

Os ENVC apresentam atualmente um passivo acumulado de 200 milhões de euros e em 2010 somaram prejuízos de 40 milhões de euros.

A manifestação de hoje concentrou mais de 3000 pessoas, entre funcionários, ex-trabalhadores e população, numa marcha de protesto contra os despedimentos e pela viabilização da empresa, que chegou a parar o trânsito em várias artérias da cidade.

*Foto em Lusa

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