AFONSO PINHEIRO – PERSPECTIVA LUSÓFONA
Portugal já tem um novo Governo com uma matriz de Direita e Liberal. O Governo em si, é consensual, com um perfil muito técnico mas com pouco peso político. A leveza política poderá explicar-se pela juventude e independência, em termos políticos, Portugal acaba de fazer uma mudança geracional.
O nome mais sonante neste executivo é sem sombra de dúvidas Paulo Macedo que ficou com a pasta da saúde, penso que finalmente vai-se resolver o problema do despesismo na saúde, é uma pena que seja a custa do utente. Um outro nome relevante no Governo poderá ser Nuno Crato, apesar, do Ministério da Educação, ser muito particular, nomeadamente, com uma profunda aversão a mudança e com muita propensão a contestação. No entanto, são os dois nomes que mais chamam a minha atenção.
Depois existem duas grandes incógnitas, nas Finanças e na Economia. É verdade que o novo Ministro das Finanças tem um impressionante Curriculum, talvez, do ponto vista técnico, será a pessoa mais bem preparada para ocupar este Ministério, neste preciso momento, no entanto, tem pouco peso político. O mesmo acontece na Economia, um reputado académico, com um excelente perfil técnico mas com pouco peso político, com a agravante de viver desfasado da realidade portuguesa. Ambos têm em comum serem independentes.
Penso que a ausência de peso e experiência política poderá passar factura ao novo Governo porque o programa imposto pela Troika é extremamente exigente e vai produzir tensões acentuadas no tecido social português, já por si, bastante debilitado. O preço do Bailout vai ser alto, a questão, é saber se a população está disposta a pagar a factura, nomeadamente, sem ter garantias que mais sacrifícios impliquem um futuro melhor. Principalmente, após uma década traumática de sacrifícios que não produziram os resultados desejados, aliás, apenas contribuíram para acentuar a divergência de Portugal em relação aos seus parceiros europeus. É do desempenho destes dois ministros que depende o futuro deste Governo e de Portugal.
Em relação aos demais Ministros são escolhas consensuais, têm todas as condições para realizar um bom lugar, apesar, de serem claras escolhas partidárias. Apenas, sinto algumas reservas, em relação aos 2 Ministros do CDS/PP, parecem-me que estão deslocados. Especialmente, a futura Ministra da Agricultura.
Esta escolha de Ministros faz-me pensar que o CDS/PP esta menos comprometido no Governo porque tem pastas residuais, com menos visibilidade e menos impacto mediático. Por uma questão de honestidade intelectual, sou forçado a reconhecer que o actual Governo de Passos Coelho é superior ao anterior Governo de José Sócrates. Apenas desejo que este Governo tenha sucesso e que dentro de um ano Portugal não seja uma nova repetição da Grécia.
Afonso Pinheiro
O nome mais sonante neste executivo é sem sombra de dúvidas Paulo Macedo que ficou com a pasta da saúde, penso que finalmente vai-se resolver o problema do despesismo na saúde, é uma pena que seja a custa do utente. Um outro nome relevante no Governo poderá ser Nuno Crato, apesar, do Ministério da Educação, ser muito particular, nomeadamente, com uma profunda aversão a mudança e com muita propensão a contestação. No entanto, são os dois nomes que mais chamam a minha atenção.
Depois existem duas grandes incógnitas, nas Finanças e na Economia. É verdade que o novo Ministro das Finanças tem um impressionante Curriculum, talvez, do ponto vista técnico, será a pessoa mais bem preparada para ocupar este Ministério, neste preciso momento, no entanto, tem pouco peso político. O mesmo acontece na Economia, um reputado académico, com um excelente perfil técnico mas com pouco peso político, com a agravante de viver desfasado da realidade portuguesa. Ambos têm em comum serem independentes.
Penso que a ausência de peso e experiência política poderá passar factura ao novo Governo porque o programa imposto pela Troika é extremamente exigente e vai produzir tensões acentuadas no tecido social português, já por si, bastante debilitado. O preço do Bailout vai ser alto, a questão, é saber se a população está disposta a pagar a factura, nomeadamente, sem ter garantias que mais sacrifícios impliquem um futuro melhor. Principalmente, após uma década traumática de sacrifícios que não produziram os resultados desejados, aliás, apenas contribuíram para acentuar a divergência de Portugal em relação aos seus parceiros europeus. É do desempenho destes dois ministros que depende o futuro deste Governo e de Portugal.
Em relação aos demais Ministros são escolhas consensuais, têm todas as condições para realizar um bom lugar, apesar, de serem claras escolhas partidárias. Apenas, sinto algumas reservas, em relação aos 2 Ministros do CDS/PP, parecem-me que estão deslocados. Especialmente, a futura Ministra da Agricultura.
Esta escolha de Ministros faz-me pensar que o CDS/PP esta menos comprometido no Governo porque tem pastas residuais, com menos visibilidade e menos impacto mediático. Por uma questão de honestidade intelectual, sou forçado a reconhecer que o actual Governo de Passos Coelho é superior ao anterior Governo de José Sócrates. Apenas desejo que este Governo tenha sucesso e que dentro de um ano Portugal não seja uma nova repetição da Grécia.
Afonso Pinheiro
Sem comentários:
Enviar um comentário