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A Comissão Eleitoral da Tailândia suspendeu temporariamente a nomeação como deputada da vencedora das eleições legislativas, Yingluck Shinawatra, o que impedirá a formação imediata de governo, informou hoje a imprensa local.
O organismo informou ao final da noite de terça-feira que decidiu por uma suspensão cautelar de 142 candidatos, incluindo-se Yingluck, líder da oposição e irmã do ex-primeiro-ministro em exílio, Thaksin Shinawatra, e o primeiro-ministro cessante, Abhisit Vejjajiva, até que se investiguem alegadas irregularidades no ato eleitoral.
A maioria dos políticos do partido liderado por Yingluck, o Puea Thai, afetados por esta decisão são membros do movimento conhecido como os “camisas vermelhas”, mas a mesma também afetou membros do Partido Democrático e outras formações políticas menores.
A Comissão Eleitoral aprovou a nomeação de 358 deputados, 79,6 por cento do Parlamento, mas é necessária a nomeação de 95 por cento – 475 dos 500 lugares – para se poder constituir a câmara.
O primeiro-ministro cessante é acusado de alegadamente ter comprado votos na província de Samut Prakan, junto a Banguecoque, e Yingluck de ter distribuído refeições durante a campanha, o que também é considerada fraude eleitoral.
Em sequência da investigação que decorre, a Comissão vai decidir se suspenderá definitivamente ou não os candidatos.
Segundo a lei tailandesa, o Parlamento deverá ser constituído nos 30 dias seguintes às eleições, que tiveram lugar a 03 de julho.
O Puea Thai, que na semana passada anunciou a formação de uma coligação com outros quatro partidos para governar a Tailândia, conseguiu uma maioria absoluta ao conquistar 265 dos 500 lugares do Parlamento.
O Partido Democrático apresentou na semana passada queixas por alegadas ilegalidades do Puea Thai, processo que poderá estender-se por vários meses e caberá ao Tribunal Constitucional decidir pela dissolução ou não da formação política vencedora das eleições.
As ações judiciais e a decisão da Comissão Eleitoral deixaram irritados os “camisas vermelhas” aliados ao Puea Thai e protagonistas das manifestações do ano passado em Banguecoque que acabaram com uma batalha campal com membros do Exército, que causou 92 mortos e 1.800 feridos.
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