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Os dirigentes da Zona Euro anunciaram esta tarde, em Bruxelas, um segundo plano de resgate da Grécia, no valor de 158 mil milhões de euros, com a contribuição significativa dos bancos e também do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"O plano é de quase 160 mil milhões de euros", afirmou o chefe do governo italiano, Sílvio Berlusconi, à imprensa após a cimeira extraordinária de líderes da Zona Euro sobre o futuro da moeda única.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, que durante muito tempo se opôs à participação dos bancos uma vez que isso implicaria um incumprimento parcial por parte da Grécia, saudou o programa "crucial para estabilizar as finanças públicas" do país e "para garantir a sustentabilidade da dívida pública".
O presidente do BCE também se felicitou com o facto de a participação do setor privado no novo plano ser limitada apenas à Grécia, não se prevendo que a opção se repita noutros países.
De acordo com a declaração final da cimeira, a nova ajuda à Grécia é composta por 109 mil milhões de empréstimos oriundos da Europa e do FMI e o restante, cerca de 50 mil milhões de euros, são provenientes do setor privado credor da Grécia.
Deste último valor, 37 mil milhões serão de uma "contribuição voluntária" dos bancos credores, ao passo que 12,6 mil milhões correspondem à compra de dívida no mercado.
Durante muito tempo, os bancos vão atribuir fundos significativos, 135 mil milhões de euros, segundo avançou o presidente francês, Nicolas Sarkozy. "No total, o esforço (dos privados) será de 135 mil milhões de euros", disse o governante.
"Decidimos apoiar a Grécia enquanto membro do euro e da Zona Euro. É um compromisso determinado. Estamos conscientes dos esforços exigidos aos gregos e o conjunto dos países da Zona decidiu estar ao seu lado. Não podemos abandonar um membro da Zona Euro a partir do momento em que se compromete com um programa de reformas", justificou ainda Sarkozy.
Num comunicado distinto, o Instituto de Finanças Internacionais (IFF) anunciou que a banca vai contribuir com 54 mil milhões de euros em três anos e 135 mil milhões a dez anos para o novo plano de resgate do país.
A associação de bancos indicou que fez uma oferta para atribuir a Atenas um financiamento de "54 mil milhões de euros de meados de 2011 a meados de 2014 e um total de 135 mil milhões de euros de meados de 2011 até ao fim de 2020".
O IFF explicou que existem quatro formas de participação dos detentores de obrigações gregas. Se decidirem manter o valor facial dos seus títulos de dívida, podem trocá-los por um novo "instrumento" com uma maturidade de 30 anos ou esperar que atinjam o seu termo para reinvestir neste instrumento. Mas, se aceitarem um corte no valor facial dos seus títulos de dívida, podem trocá-los por "instrumentos" a 15 ou a 30 anos, sendo que os instrumentos com maior maturidade oferecem garantias mais sólidas.
O presidente da União Europeia, Herman van Rompuy, confirmou a participação do FMI, que durante o dia tinha dito que a hipótese de participar num novo plano de apoio à Grécia era apenas "hipotética".
Nicolas Sarkozy, por seu lado, anunciou que apresentará "antes do final do verão" propostas para melhorar "de forma ambiciosa e voluntária" a governação da Zona Euro em conjunto com a chanceler alemã, Angela Merkel, numa altura em que se somam vozes a favor de uma gestão mais federal da moeda única.
*Foto em SIC NOTÍCIAS
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