quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dirigentes europeus acordam plano de resgate à Grécia de 158 mil milhões de euros





Os dirigentes da Zona Euro anunciaram esta  tarde, em Bruxelas, um segundo plano de resgate da Grécia, no valor de 158  mil milhões de euros, com a contribuição significativa dos bancos e também  do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O plano é de quase 160 mil milhões de euros", afirmou o chefe do governo  italiano, Sílvio Berlusconi, à imprensa após a cimeira extraordinária de  líderes da Zona Euro sobre o futuro da moeda única. 

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, que  durante muito tempo se opôs à participação dos bancos uma vez que isso implicaria  um incumprimento parcial por parte da Grécia, saudou o programa "crucial  para estabilizar as finanças públicas" do país e "para garantir a sustentabilidade  da dívida pública". 

O presidente do BCE também se felicitou com o facto de a participação  do setor privado no novo plano ser limitada apenas à Grécia, não se prevendo  que a opção se repita noutros países. 

De acordo com a declaração final da cimeira, a nova ajuda à Grécia é  composta por 109 mil milhões de empréstimos oriundos da Europa e do FMI  e o restante, cerca de 50 mil milhões de euros, são provenientes do setor  privado credor da Grécia. 

Deste último valor, 37 mil milhões serão de uma "contribuição voluntária"  dos bancos credores, ao passo que 12,6 mil milhões correspondem à compra  de dívida no mercado. 

 Durante muito tempo, os bancos vão atribuir fundos significativos, 135  mil milhões de euros, segundo avançou o presidente francês, Nicolas Sarkozy.  "No total, o esforço (dos privados) será de 135 mil milhões de euros", disse  o governante. 

"Decidimos apoiar a Grécia enquanto membro do euro e da Zona Euro. É  um compromisso determinado. Estamos conscientes dos esforços exigidos aos  gregos e o conjunto dos países da Zona decidiu estar ao seu lado. Não podemos  abandonar um membro da Zona Euro a partir do momento em que se compromete  com um programa de reformas", justificou ainda Sarkozy. 

Num comunicado distinto, o Instituto de Finanças Internacionais (IFF)  anunciou que a banca vai contribuir com 54 mil milhões de euros em três  anos e 135 mil milhões a dez anos para o novo plano de resgate do país.

 A associação de bancos indicou que fez uma oferta para atribuir a Atenas  um financiamento de "54 mil milhões de euros de meados de 2011 a meados  de 2014 e um total de 135 mil milhões de euros de meados de 2011 até ao  fim de 2020". 

O IFF explicou que existem quatro formas de participação dos detentores  de obrigações gregas. Se decidirem manter o valor facial dos seus títulos  de dívida, podem trocá-los por um novo "instrumento" com uma maturidade  de 30 anos ou esperar que atinjam o seu termo para reinvestir neste instrumento. Mas, se aceitarem um corte no valor facial dos seus títulos de dívida,  podem trocá-los por "instrumentos" a 15 ou a 30 anos, sendo que os instrumentos  com maior maturidade oferecem garantias mais sólidas. 

O presidente da União Europeia, Herman van Rompuy, confirmou a participação  do FMI, que durante o dia tinha dito que a hipótese de participar num novo  plano de apoio à Grécia era apenas "hipotética". 

Nicolas Sarkozy, por seu lado, anunciou que apresentará "antes do final  do verão" propostas para melhorar "de forma ambiciosa e voluntária" a governação  da Zona Euro em conjunto com a chanceler alemã, Angela Merkel, numa altura  em que se somam vozes a favor de uma gestão mais federal da moeda única.

*Foto em SIC NOTÍCIAS

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