Díli - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, manifestou hoje o seu apreço pelas universidades indonésias por terem permitido a milhares de estudantes timorenses prosseguirem estudos naquele país pagando propinas como alunos nacionais, após a independência.
Ramos-Horta falava na cerimónia de lançamento do programa de pós-graduação e pesquisa da Universidade Nacional de Timor-Lorosa'e, no qual vão colaborar várias universidades de diversos países, entre elas portuguesas e indonésias.
"As universidades indonésias, desde 2000, fizeram arranjos especiais com as sucessivas administrações de Timor-Leste, mesmo antes da independência e depois com o Governo, para facilitar o pagamento de propinas aos nossos estudantes, equiparando-os aos estudantes nacionais indonésios", afirmou o Presidente.
Ramos-Horta sublinhou ainda que "teria sido impossível aos milhares de estudantes (timorenses) poderem continuar a estudar na Indonésia se, automaticamente, após 2002, passassem a pagar propinas como estudantes estrangeiros. E essa é uma contribuição que é poucas vezes falada".
Entre várias referências que fez à evolução do ensino superior em Timor-Leste, o Presidente destacou igualmente o contributo de Portugal "que, a partir de 2000, deu centenas de bolsas de estudo" a alunos daquele país, e ainda "a excepcional cooperação cubana".
"Se há programa de que é visível o seu êxito, é o da formação dos médicos nacionais, que foi iniciada em 2003 e que vai permitir, dentro de poucos anos, que Timor-Leste tenha um índice de médicos por habitante dos mais elevados na região", considerou.
Em relação ao programa de mestrados e doutoramentos na Universidade Nacional de Timor Lorosae (UNTL), Ramos-Horta disse que "a Universidade tem de estar aberta e prosseguir a cooperação com as variadas universidades do mundo, porque essa encruzilhada de conhecimentos ao nível intelectual, científico e cultural é um grande desafio que pode contribuir para Timor-Leste se afirmar na região".
O Presidente da República felicitou a Reitoria e os parceiros de desenvolvimento pelo programa, que na sua opinião, representa mais um passo na consolidação da UNTL, mas recomendou também ao Governo que tenha maior atenção à qualidade do ensino básico, cujas condições ainda não são satisfatórias ao nível da merenda escolar, do acesso à água potável e à luz eléctrica e a instalações adequadas.
O vice-primeiro ministro, José Luís Guterres, igualmente presente na cerimónia, deu a garantia de apoio do Governo liderado por Xanana Gusmão ao salto qualitativo no ensino universitário.
Para o representante do Governo, o ensino universitário de qualidade terá reflexo no aproveitamento da riqueza nacional e ajudará o país na desejada integração na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Sem comentários:
Enviar um comentário