EL (NME/MMT/AP) - LUSA
Luanda, 18 ago (Lusa) - O chefe de Estado angolano e presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) referiu-se hoje em Luanda ao "muito importante" papel da comunicação social na integração regional, uma declaração que surge dias depois de um polémico repatriamento de jornalistas moçambicanos.
José Eduardo dos Santos, que falava aos jornalistas no final da 31ª cimeira de chefes de Estado e de Governo da SADC, que hoje terminou em Luanda, salientou que "a informação é um bem que deve estar à disposição de todos os cidadãos, para que possam conhecer o que fazem os estados, os governos, se calhar as empresas públicas, e possam, com propriedade, tomar parte do processo de dignificação das respetivas nações".
A referência de José Eduardo dos Santos surgiu dias depois de as autoridades angolanas terem impedido a entrada no país de dois jornalistas moçambicanos, por alegada falta de visto, e que pretendiam cobrir os trabalhos da cimeira da SADC.
Segundo as autoridades angolanas, o caso, definido como um "incidente", não foi "tão grande assim".
Em declarações à imprensa, o ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chicoty, disse que está a trabalhar com o seu homólogo de Moçambique para um esclarecimento da situação.
"O ministro dos Negócios Estrangeiros (moçambicano) irá nos informar o que se passou. Ainda não sabemos quem são as pessoas, mas não há um incidente de maior. É muito normal que em momentos como esse (realização da cimeira da SADC) um visto mal dado possa acontecer", referiu o governante angolano.
Segundo o ministro, do lado de Angola "este não é um incidente tão grande assim".
Na quarta-feira, o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, prometeu averiguar a decisão das autoridades alfandegárias de Angola que, na semana passada, impediram os jornalistas moçambicanos de entrar no país, apesar de estes possuírem vistos concedidos pela embaixada angolana em Maputo.
Oldemiro Baloi, considerou "lamentável" o repatriamento de dois jornalistas pelos serviços de emigração angolanos, afirmando haver "qualquer coisa que não está bem e que precisa de ser clarificada" no caso.
Para José Eduardo dos Santos, nas declarações à imprensa citadas pela Angop, que não precisa se o chefe de Estado angolano se referiu ao "incidente", os órgãos da comunicação social "têm um papel importante no tratamento da informação, na transmissão desta informação, (...) da informação correta e verdadeira sobre o que se passa, e também no processo de formação das consciências para que abracem os bons caminhos, as boas práticas e contribuam para o desenvolvimento social".
A Angop conclui o despacho citando novamente José Eduardo dos Santos, em que este destacou que os jornalistas "ajudam a praticar as regras da transparência, da boa governação e emitem sempre sinais de alerta sobre práticas negativas, falhas da atividade governativa, e não só, que permitem sempre os poderes públicos corrigir o que está mal".
*Foto em Lusa
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