quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Espanha: Polícia carrega com bastões contra manifestantes da Puerta del Sol


foto Jorge Guerrero/AFP

JORNAL DE NOTÍCIAS

Agentes policiais carregaram esta quarta-feira contra centenas de manifestantes na Puerta del Sol, depois de alguns terem agredido agentes com garrafas de água e outros objectos, no fim da manifestação contra os gastos com a visita de Bento XVI.

Com bastões, os agentes fizeram uma linha que foi "limpando" a Puerta del Sol, no centro de Madrid, onde antes já se tinham vivido momentos de muita tensão entre os manifestantes e grupos de jovens peregrinos que ali se encontravam.

Os manifestantes foram afastados para várias ruas de acesso à Puerta del Sol - nomeadamente Carretas e Carrera de San Jerónimo - e a praça ficou praticamente deserta.

"Assassinos, assassinos", gritavam repetidamente os manifestantes, com relatos a darem conta de algumas agressões a agentes.

Os poucos peregrinos que ainda ali permaneciam já abandonaram o local.

Antes, peregrinos e manifestantes provocaram-se mutuamente com os primeiros a cantar, rezar e a gritar "Benedicto, Benedicto", e os manifestantes a repetirem palavras de ordem em defesa de um Estado laico e contra os gastos originados pela visita do papa.

Muitos dos participantes no protesto, autorizado pelo Governo, queixam-se de a polícia ter permitido que os peregrinos, que estavam na praça, praticamente travassem os manifestantes, que acabaram por ficar concentrados no local.

Um cordão policial tem tentado separar os dois grupos mas pelo menos uma pessoa foi já detida, com os peregrinos a rezarem e a cantarem, gritando repetidamente "Benedicto, Benedicto" e os manifestantes a responder "Eu sou pecador, eu sou pecador".

Os manifestantes, em que se incluem pessoas de todas as idades, cristãos anti-gastos com a visita, homossexuais, republicanos e indignados, começaram o protesto às 19.30 horas (18.30 horas em Lisboa).

A tensão na Puerta del Sol causou alguns problemas ao percurso da manifestação, com muitos já na praça e outros ainda sem terem conseguido sair da praça Tirso de Molina, a cerca de 700 metros.

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