quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Timor-Leste: KIRSTY GUSMÃO EXPLICA ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO





Novo sistema educativo

Díli – O Governo timorense aprovou o decreto-lei que elimina a língua portuguesa dos primeiros anos da escola primária, em todo o país. Os estudantes de Díli usarão o Tetum e os alunos dos outros distritos usarão as línguas maternas.

Em entrevista exclusiva, a Presidente da Comissão Nacional de Educação, Kristy Sword Gusmão, declarou que os estudantes deveriam começar a aprender a língua portuguesa apenas a partir do quinto ano de escolaridade.

O ministro da Educação, João Cancio Freitas, conduziu, em Novembro de 2009, uma comissão com o fim de desenvolver uma política acerca do uso das línguas nativas dos alunos no sistema de educação de Timor-leste. Participaram quatro representantes do Ministério da Educação de Portugal e dois membros da Austrália.

Neste encontro, surgiu a necessidade de reunir com o Presidente da República, o Primeiro-ministro, o Ministro da Educação, professores, autoridades locais e estudantes, com o fim de discutir sobre a utilização das línguas maternas nas escolas.

Segundo Kristy Sword Gusmão, muitos estudantes transmitiram à Comissão que gostariam de utilizar a língua materna desde os primeiros anos da escola primária, antes de aprenderem línguas estrangeiras como Português ou Inglês. Nesta sequência, a Comissão Nacional de Educação convidou dois especialistas da Universidade de Melbourne e da Suécia, tal como membros da igreja, do Governo e de Organizações não Governamentais (ONG).

A nova política foi estabelecida a 21 de Fevereiro de 2011. Kristy Sword Gusmão defende a necessidade de implementar o novo sistema, uma vez que, desde que se utiliza a língua portuguesa no ensino básico, depois da independência, muitas crianças têm tido dificuldades de aprendizagem. Este é um dos motivos que levam as crianças abandonarem a escola logo nos primeiros anos, por não entenderem as matérias.

«Também observei que, nas salas de aula, as crianças são forçadas a utilizar a língua portuguesa», comunicou a Presidente da Comissão Nacional de Educação, acrescentando que «a realidade mostra que muitos dos próprios professores não sabem a língua portuguesa. É importante melhorar o sistema de modo que as crianças consigam aprender também outros idiomas». Kristy Sword Gusmão chegou à conclusão que os alunos do ensino básico apenas conseguiam ler e escrever se usassem a língua materna.

Segundo a Presidente da Comissão Nacional de Educação, este novo sistema é semelhante ao de outros países, incluindo a política de educação das Filipinas.

O objectivo é preparar os alunos para começarem a aprender a língua portuguesa no quinto ano de escolaridade. Esta medida não pretende remover o Português do sistema de educação de Timor-Leste, uma vez que se trata de uma ligação importante à história do país e do povo.

O novo processo está ainda a ser analisado. O Governo necessita de tempo para o implementar, dado que os professores precisam de formação e as comunidades têm que ser informadas.

«O Governo Português deve investir mais dinheiro para que a língua possa ser utilizada diariamente em Timor-Leste», afirma Kristy Sword Gusmão.

O Secretário-geral FRETILIN, Mari Alkatiri, é de opinião que, se o seu partido ganhar as eleições legistlativas em 2012, irá abolir as políticas educativas que o actual governo pretende implementar, uma vez que o Tetum e o Português devem ser considerados os idiomas oficiais de Timor-Leste. Mari Alkatiri diz ainda que esta política do Governo de Xanana Gusmão vai dividir o povo timorense.

Também o Presidente do Parlamento Nacional, Fernando Lasama de Araujo, diz não concordar com esta posição do Governo, uma vez que as línguas maternas, incluindo Makasae, Fataluku e Mambae, devem ser ensinadas por instituições, em vez de utilizadas como línguas prioritárias para o ensino básico.

O Inglês é utilizado em Timor-Leste como «língua do trabalho», segundo a Constituição. Bahasa Indonesia é o idioma mais falado no seio das gerações mais jovens.

(c) PNN Portuguese News Network

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12 comentários:

Anónimo disse...

Cara Kristy,

"O Governo Português deve investir mais dinheiro para que a língua possa ser utilizada diariamente em Timor-Leste"

Tanto disparate em tão poucas palavras. Se fosse a Lucrécia a mandar o governo Português, não mandava nem mais um centimo para os Timorenses aprenderem Português.
Portugal está a discriminar as outras ex colónias que não recebem um unico tostão para aprender Português. O Brasil, Angola e Moçambique não precisam que Portugal invista na lingua Portuguesa e todos falam Português.
Se em Timor querem falar as linguas locais que assim seja, louvado seja Deus.
Portugal tem é que seguir o exemplo da Austrália, investir no petróleo, investir 5 e vir cá buscar 100. Isso é que Portugal tem que fazer, roubar os Timorenses. Qto mais me bates mais eu gosto de ti.
Assim os Timorenses deixavam de se queixar dos Portugueses, mandar para cá o exercito Português e ocupar Timor, como os Aussies estão a fazer.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

A senhora Kirsty sabe mais de Timor do que Mari Alkatiri ou Fernando Lasama?
Quem vai formar os professores das línguas maternas?

Anónimo disse...

Quem vai escrever os manuais de ensino?
Já estou a ver réplicas ou traduções de manuais australianos e indonésios.
Quem vai reproduzi-los e edita-los?
Como é que isto pode ser feito se a lingua Tétum ainda esta a dar os primeiros passos?
Mas que estudo foi este? Será que a falta de interesse escolar ou seu insucesso é devido exclusivamente á lingua Portuguesa.Não existem outros factores tais como subnutrição, metodos e disciplina de trabalho.

Anónimo disse...

Pergunto: O Conselho de Ministros e o Ministério da Educação não têm assessoria jurídica com capacidade para dizer ao Senhor Ministro da Educação e aos restantes Membros do Governo com assento naquele Conselho, que o Decreto-Lei é ilegal e inconstitucional?
Assim,o Senhor Presidente da República, no pressuposto de uma boa assessoria jurídica, deverá vetar o diploma aprovado!

Anónimo disse...

E se alguém quiser saber por que é que este Decreto-lei é ilegal e inconstitucional, terei todo o gosto em explicar!!!

Anónimo disse...

Já agora gostava de ficar elucidado
obg

Anónimo disse...

Terei todo o gosto em elucidá-lo daqui a pouco tempo!

Anónimo disse...

Para o anónimo de 18 de Agosto de 2011 17:37:


Nos termos do n.º 2, alínea l, do artigo 95.º da Constituição da República Democrática de Timor-Leste, o Parlamento Nacional tem reserva absoluta (exclusiva) de competência legislativa para legislar sobre as bases do sistema de ensino, tendo aquele órgão, no uso dessa sua competência, aprovado a Lei n.º 14/2008, de 29 de Outubro – Lei de Bases da Educação.
Sucede, porém, que nos termos do artigo 9.º da Lei n.º 14/2008, “As línguas do sistema de ensino timorense são o tétum e o português”, o que muito bem se compreende por se tratar das duas línguas consagradas constitucionalmente como línguas oficiais da República Democrática de Timor-Leste, estando por essa razão bem o legislador ao colocá-las em plano de igualdade em sede de Lei de Bases da Educação.
Assim sendo, só posso concluir pela existência de uma ignorância absoluta relativamente à Lei de Bases da Educação de Timor-Leste, nomeadamente por parte de quem presta assessoria jurídica neste país.
Não me querendo alongar, e não apresentando soluções técnico-jurídicas para o problema, até porque não sou pago para o fazer, apenas direi o seguinte: É manifesto que o Decreto-Lei que dizem ter sido aprovado viola de forma explícita e grave o disposto no artigo 9.º da Lei n.º 14/2008 (Lei de Bases da Educação), consubstanciando, ainda, por razões que me dispenso de explicitar, uma tríplice inconstitucionalidade: formal, orgânica e material.
Caro anónimo peça um jurista para analisar a situação, e ele lhe dirá que o acto legislativo agora aprovado, o tal Decreto-Lei que conduz à abolição da língua portuguesa nos dois primeiros anos do ensino básico, é ilegal e inconstitucional.
Em outra sede, apenas lhe direi que, em face das fragilidades do sistema educativo timorense actual, em várias das suas componentes, obviamente uma situação herdada, e daqueles que julgam pensar a Educação quando desta nada percebem, não auguro nada de bom para o futuro da educação timorense, em prejuízo manifesto das futuras gerações!

Anónimo disse...

O governo timorense está correto. Impor guela abaixo um idioma que não se fala na casa dos meninos e meninas timorense é condená-las ao fracasso; é uma violência absurda e neocolonialista. O português virá após a quinta série o que está de bom tamanho

Anónimo disse...

Então significa que todos aqueles que aprenderam o portugues durante o periodo colonial foram condenados ao fracasso. Tal como agora o Portugues de então tambem só era falado na escola e algumas repartiçoes do estado.É realmente muito estranho que os fracassados de ontem são os lideres politicos de hoje.

Anónimo disse...

Fico muito triste com este tipo de acao, pois faz me pensar em algumas questoes do tipo:
• Este e um pais que continua a ser “legislado” pelo Governo. Como uma decisao tao importante e estrategica destas com grande impacto no futuro, nao passa pelo Parlamento Nacional?
• De quem foi a orientacao psicopedagogica desta decisao?
• Este e mais um decreto-lei que nao podera ser implementado. Ao inves de agregar essa e uma acao desagregadora ...
• Isso seria conclusao de alguem incompetente (psicopedagogicamente falando) ou uma manobra sordida para retardar ainda mais o desenvolvimento do pais.
• Sera que vale a pena eu continuar neste pais tentando desenvolver os Recursos Humanos e ver passar uma estrategia dessas?
• Sera que a lideranca politica endoidou de vez? Que tal contratar PSICOLOGOS/PSIQUIATRAS para esta Nacao, sendo o que os primeiros pacientes podem ser os do Conselho de Ministros.
• Essa e mais uma prova de um pais que nao pensa nem educa suas criancas adequadamente. O que sera do futuro desta nacao?
MENOS POLITICA E MAIS EDUCACAO !!!

OBS: Ja que voces sao capazes e competentes para tomar decisoes idiotas, parem de se fazer de pedintes a todos os paises da CPLP para que ajudem sempre... alias acho que o correto seria sair da CPLP. Que tal?

Anónimo disse...

No dia 18 e 19 de agosto a sra. Kristy promoveu o segundo encontro sobre linguas nacionais de Timor-Leste ,em Dili.Eu tambem participei no encontro.Nos maioria estamos muito tristes porque vemos que a sra. Kristy agora colaborar com os malaes que tem objectivo de destruir a unidade nacional dos timorenses sobre a lingua.Todos nos sabemos que nosso pais temos dois linguas oficiais ,sao Tetum e portugues.Estou muito contente quando Sr Benjamim do INL esplicou que o irmao xanana Gusmao antigamente falou portugues quando ele defendeu se no no Tribunal onde os indonesios preparar para lhe castigar ,apesar de juiz indonesio nao comprendeu portugues. Isto porque naquela altura ele segurou bem a nossa identidade nacional.
Mas a organizacao do encontro convidou o sr.Benjamin nao tem com objectivo para ele ensinar os participantes sobre o processo de desenvolvimento tetum que INL ja tinha criado.Eles querem fazer armadilha para sr Benjamin para por INL para ser mais outro grupo, que tem o mesmo nivel com a sra. Australiana Catharina Klinkin que tem um grupo em DIT ou igual com os Malaes de organizacao cujo nome SIL que recem chegado a Timor-Leste . Eles nao querem respeitar a lei e seguir as regras do nosso pais,onde dar mandato para INL para desenvolver Lingua Tetum e Linguas maternas emTimor -Leste. Durante esse encontro tem muitos apresentacoes mas quase maioria de pessoas de DIT ou de SIL. Eles tambem nao mostraram muitos livros qual os colegas de Timor Aid ja tinham publicado porque esses livros foram escritos com ortografia oficial de INL mas eles fizeram cerimonia de lancamento de livros todos da senhora australiana que refere publicou em DIT, apesar de so um livro que novo e os outros ja eram antigos, mas eles fizeram lancamento la. Ainda bem que os nossos autoridades fizeram boicota ao encontro. So o marido da Sra Kristy que apareceu la. O Ministro de Educacao fez boicota, o Vise Ministro de Educacao fez boicota, eles escrevem o nome do Sr. Virgílio Smith na ajenda mas ele tambem fez boicota, eles disseram para nos que o Presidente Ramos Horta que vai encerrar a cerimónia de encerramento mas afinal o Presidente tambem fez boicota.
No ultimo dia eles pediram nos para dividir em grupos para fazer discussao. Cada grupo escolha o portavóz para apresentar o resultado da discussao.Os grupos criticaram muito as organizacoes divizionistas e disseram que DIT e os outros tem que aceitar lideranca de INL e nao pode promover a ortografia da Sra Australiana Catharina, e nao pode procurar estragar o trabalho do INL, e os grupos disseram que tem que dar prioridade para as duas linguas oficiais e nao e para todas as linguas maternas. Mas depois de tudo estamos assustar quando a Sra Kristy com seu colega mostraram as suas propostas de declaracao final da conferencia, porque eles nao ligam a conclusao do nosso discussao, as propostas deles ja escreveu antes, e nao ha ligacao com o nosso opiniao como participantes timorenses no encontro, so querem criar nova instituicao que dar oportunidade para os malaes DIT e SIL para destruir o trabalho de INL. Nos maioria dissemos que nao aceitamos, entao a sra Kristy quer fazer medo para nos atraves de dizer que o Xanana que quer criar este Conselho Nacional, e tambem quer nos enganar atraves de dizer que sr. Benjamim proprio que pediu ajuda para INL e que este Conselho Nacional para fazer conforme ele pediu. Nos timorenses nao somos estupidos. Depois ela percebeu que as maiorias contra, e eles fazer votacao atraves de levantar braco. Eles disseram que a maioria aprova mas achei que talvez 40% nao aprovou. O comportamento da Sra Kristy fez nos muito tristes, e nos tambem sentimos como ela engana a nos para participar neste processo apesar de nos nao aceitamos mas ela vai dizer para todas as pessoas que todos participantes no encontro querem destruir o INL e destruir as nossas duas linguas oficiais como ela quer.

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