quarta-feira, 24 de agosto de 2011

GOVERNO ANGOLANO NEGA ACOLHIMENTO DE KADAFI NO PAÍS




DESTAK - LUSA

O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicoty, disse hoje em Luanda que Angola nunca foi consultada por ninguém para acolher no país o líder deposto da Líbia, Muammar Kadhafi.

 “Nunca fomos consultados por ninguém, isso é uma pura e simplesmente especulação jornalística”, afirmou, em declarações à imprensa o ministro angolano, antes de deixar Luanda para Adis-Abeba, Etiópia, para participar numa cimeira de chefes de estado da União Africana (UA) sobre a ajuda humanitária à Somália e à actual situação na Líbia.

Segundo o governante angolano, a UA reitera o seu desejo de haver uma solução pacífica, que tenha em conta os interesses do povo líbio. “Sempre foi desejo de Angola e de África de ver um roteiro aprovado pela UA, que fosse a base da solução política na Líbia, que envolvesse não só os membros do Conselho Nacional de Transição, mas também a parte do Presidente Kadhafi e de todos os líbios em geral”, sublinhou Georges Chicoty.

O chefe da diplomacia angolana considera ainda válida a solução do diálogo, após a conquista do quartel-general de Kadhafi em Tripoli pelos rebeldes, porque “ninguém tem a solução”, nem mesmo os que estão a usar a força.

O ministro sustentou o seu discurso exemplificando o apelo feito pelo Secretário-geral das Nações Unidas – “para que tenham em conta a necessidade de uma concertação ampla entre a ONU, a UA, a Liga Árabe e os próprios líbios, para um processo de transição inclusivo”.

“Quer dizer que estaremos a voltar para aquilo que a UA já dizia há uns tempos atrás”, referiu o ministro, acrescentando que “a solução não é tardia, porque ninguém tem solução e mesmo os que estão a usar a força vão precisar de parar”.

Georges Chicoty disse que a situação na Líbia é “difícil, precária, mas na qual a UA tem que se envolver, naturalmente na base da aplicação dos estatutos da UA”.

“Quer dizer que de um lado queremos que se apliquem os estatutos (UA), mas de outro lado que encorajemos os líbios a falarem, a negociarem, a implementarem um roteiro, tal como aprovado pelo conselho de paz e segurança da UA, que possa trazer paz para todos os líbios”, reforçou.

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