terça-feira, 30 de agosto de 2011

Guiné-Bissau: Organizações não governamentais querem transparência na indústria mineira




MB - LUSA

Bissau, 29 ago (Lusa) -- Organizações não governamentais da Guiné-Bissau vão exigir das autoridades transparência na indústria mineira e adoção de métodos de exploração que não lesem o meio ambiente, disse hoje à Agência Lusa Alfredo da Silva, coordenador da ação.

As ONG estão agrupadas no chamado Grupo de trabalho sobre o petróleo e outras indústrias extrativas.

No concreto, o grupo quer saber o que se passa com os projetos de prospeção e possível exploração do petróleo (no offshore), fosfatos (em Farim), bauxite (em Boé) e metais pesados (em Varela).

O grupo pretende igualmente iniciar ações de sensibilização da população, sobretudo as das zonas onde vão ser explorados os recursos mineiros, sobre a importância de manterem as suas atividades ancestrais.

"Queremos fazer ver ao pescador que, lá porque o país está a explorar algum recurso mineiro que possa existir na sua zona, não deve deixar de pescar, queremos mostrar ao agricultor que tem que continuar a cultivar a terra, isto porque a experiência de outros países mostrou que os recursos mineiros não resolvem todos os problemas, antes pelo contrário", disse Alfredo da Silva.

Com apoios da agência Suíça de Cooperação e Desenvolvimento (Suisaid), cerca de uma dezena e meia de ONG que operam na Guiné-Bissau vão lançar, nos próximos dias, campanhas de sensibilização nos órgãos de comunicação social sobre aquelas temáticas, indicou ainda diretor geral do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas da Guiné-Bissau.

A questão da adoção de "boas práticas e da transparência" é também outra das atividades a serem levadas a cabo pelo grupo, desta feita junto das instituições do Governo que gerem a indústria extrativa do país, frisou.

"A exploração dos recursos mineiros é um ganho para o país mas é preciso ter em conta os riscos para o ambiente, a biodiversidade e ainda para a saúde humana. Temos que saber arranjar os melhores métodos, seguir as boas práticas de exploração que possam minimizar os impactos negativos", acrescentou Alfredo da Silva.

O coordenador do Grupo de trabalho sobre petróleo e outras indústrias extrativas acredita que o Governo da Guiné-Bissau vai aderir nos próximos tempos à iniciativa "Publicar o que você paga".

É um compromisso assumido na conferência sobre indústria extrativa organizada em Bissau no ano passado, salientou Alfredo da Silva.

"O povo deve saber quanto dinheiro entra dos contratos de exploração dos recursos mineiros e quem são as empresas que operam no país", disse.

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