segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Lisboa: UTENTES DA CARRIS MANIFESTAM-SE CONTRA AUMENTOS





A Plataforma das Comissões de Utentes da Carris  está reunida esta manhã, no Cais do Sodré, Lisboa, em protesto contra o  aumento dos transportes públicos e nem os novos preços do passe social para  as famílias carenciadas os demoveu

"Isso é por um penso numa ferida que está aberta. Como é que vão fazer?  De cada vez que forem comprar o passe têm de levar o IRS?", questionou Carlos  Moura, daquela plataforma, em declarações à Lusa.
 
O Governo vai anunciar entre hoje e terça-feira os novos preços dos  passes sociais para famílias com menores rendimentos, esperando-se que beneficiem  um milhão de portugueses. 

Para o sindicalista, esta medida não se insere nas políticas que "deveriam  estar por detrás de uma rede de transportes públicos".
 
"Pelo contrário. Isto é criar uma medida que prejudica os cidadãos  e depois procura-se, com pequenos pensos, remediar determinadas situações  para se minorar problemas sociais gravíssimos", referiu. 

Sublinhando que a Plataforma "não tem nada contra reduzir-se os preços  para as pessoas mais carenciadas", Carlos Moura afirmou considerar que a  solução "não é através da compra do passe com apresentação de declaração  dos rendimentos". 

O sindicalista esclareceu ainda que o protesto de hoje se insere na  "linha de atuação" que têm vindo a seguir desde que foram anunciados os  aumentos. 

"Não podemos deixar de mostrar a nossa profunda indignação com esta  situação. O transporte público é, pela sua génese, uma forma de garantir  que as pessoas podem chegar ao seu local de trabalho e, portanto, também  aí garantem a produção nacional e o aumento da riqueza nacional", sublinhou.

"Se aumentam  1/8os transportes 3/8 e as pessoas deixam de poder aceder ao  seu local de trabalho da melhor forma, é evidente que isso também se acaba  por refletir na produtividade das pessoas, na capacidade que têm de produzir  riqueza e no próprio país", acrescentou. 

Carlos Moura disse ainda que os aumentos só agora se irão fazer sentir  "no bolso" dos portugueses, porque setembro é "o mês em que tradicionalmente  regressam ao trabalho" após as férias.
 
O sindicalista garantiu que a Plataforma vai continuar com os protestos  "enquanto não for encontrado um sistema de transportes públicos que tenha  uma boa rede, que seja confortável, a preços acessíveis e que seja rápido".

"Estamos cientes que o governo não parará por aqui. Já disseram claramente  que vão aumentar de novo os preços dos transportes públicos em janeiro",  sublinhou.

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