A Plataforma das Comissões de Utentes da Carris está reunida esta manhã, no Cais do Sodré, Lisboa, em protesto contra o aumento dos transportes públicos e nem os novos preços do passe social para as famílias carenciadas os demoveu.
"Isso é por um penso numa ferida que está aberta. Como é que vão fazer? De cada vez que forem comprar o passe têm de levar o IRS?", questionou Carlos Moura, daquela plataforma, em declarações à Lusa.
O Governo vai anunciar entre hoje e terça-feira os novos preços dos passes sociais para famílias com menores rendimentos, esperando-se que beneficiem um milhão de portugueses.
Para o sindicalista, esta medida não se insere nas políticas que "deveriam estar por detrás de uma rede de transportes públicos".
"Pelo contrário. Isto é criar uma medida que prejudica os cidadãos e depois procura-se, com pequenos pensos, remediar determinadas situações para se minorar problemas sociais gravíssimos", referiu.
Sublinhando que a Plataforma "não tem nada contra reduzir-se os preços para as pessoas mais carenciadas", Carlos Moura afirmou considerar que a solução "não é através da compra do passe com apresentação de declaração dos rendimentos".
O sindicalista esclareceu ainda que o protesto de hoje se insere na "linha de atuação" que têm vindo a seguir desde que foram anunciados os aumentos.
"Não podemos deixar de mostrar a nossa profunda indignação com esta situação. O transporte público é, pela sua génese, uma forma de garantir que as pessoas podem chegar ao seu local de trabalho e, portanto, também aí garantem a produção nacional e o aumento da riqueza nacional", sublinhou.
"Se aumentam 1/8os transportes 3/8 e as pessoas deixam de poder aceder ao seu local de trabalho da melhor forma, é evidente que isso também se acaba por refletir na produtividade das pessoas, na capacidade que têm de produzir riqueza e no próprio país", acrescentou.
Carlos Moura disse ainda que os aumentos só agora se irão fazer sentir "no bolso" dos portugueses, porque setembro é "o mês em que tradicionalmente regressam ao trabalho" após as férias.
O sindicalista garantiu que a Plataforma vai continuar com os protestos "enquanto não for encontrado um sistema de transportes públicos que tenha uma boa rede, que seja confortável, a preços acessíveis e que seja rápido".
"Estamos cientes que o governo não parará por aqui. Já disseram claramente que vão aumentar de novo os preços dos transportes públicos em janeiro", sublinhou.
Sem comentários:
Enviar um comentário