quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Moçambique : Governo condena representantes líbios em Maputo por violação





Maputo - O governo moçambicano acusou hoje (terça-feira) os actuais representantes da embaixada da Líbia em Moçambique de violação dos acordos diplomáticos por não comunicarem oficialmente que apoiariam os rebeldes líbios e terem hasteado a bandeira do Conselho Nacional de Transição (CNT).   
 
"O território de qualquer embaixada é território deste país. O que nós dissemos ao representante da Líbia, que não sabemos qual o seu posto neste momento, é que ele deve seguir os procedimentos que são necessários nestas circunstâncias", afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Henrique Banze.  
 
Na semana passada, o encarregado de negócios da Líbia em Maputo, Rajab Dakam, disse aos jornalistas que os funcionários da embaixada na capital moçambicana decidiram abraçar "a causa que é vista como legítima pelo povo" líbio.  
 
Em conferência de imprensa, o diplomata líbio sublinhou, contudo, que a decisão ainda não havia sido comunicada ao governo moçambicano e que faria isso posteriormente.  
 
O embaixador da Líbia do regime de Muammar Kadhafi já abandonou Maputo. 
 
Reagindo hoje aos jornalistas, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique criticou o procedimento usado por Rajab Dakam, considerando que, "sem dúvida", violou as normas diplomáticas.   
 
"Diplomaticamente o que eles deveriam ter feito era mandar essa informação ao Governo moçambicano. Sem dúvida que sim (violaram) do ponto de vista de informação. Eles têm que informar qualquer alteração que haja", frisou Henrique Banze.  
 
Falando após a sessão do Conselho de Ministros, o diplomata moçambicano referiu que o executivo de Maputo defende a via diplomática para resolver o conflito líbio, que, desde início do ano, opõe as forças pró-Kadhafi e rebeldes do CNT que assumiram o controlo de Tripoli há uma semana, apesar de as operações para tentar encontrar Kadhafi prosseguirem.  
 
"A posição de Moçambique é aquela que foi adoptada pela União Africana, ou seja, é preciso continuar os esforços no sentido de que todas as medidas serão necessárias para se conseguir uma transição pacífica na Líbia", sustentou.

É preciso, segundo Henrique Banze, continuar a trabalhar para se encontrar uma forma mais pacífica de ser poder resolver a situação.
   
No entanto, o Zimbabwe decidiu expulsar o embaixador da Líbia em Harare, que anunciou na semana passada apoiar as autoridades rebeldes líbias, indicou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Simbarashe Mumbengegwi. 

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