ÁFRICA 21
Cerca de 1,7 mil milhões de dólares foi quanto custou o projeto da mina de carvão inaugurada no primeiro semestre deste ano no distrito de Moatize, província de Tete, pela Vale.
Brasília - Mais do que as jazidas de petróleo ou de gás, é no carvão que reside a grande promessa de prosperidade para Moçambique. Gozando de uma das maiores reservas do mundo, o país deverá tornar-se em breve um dos principais abastecedores da indústria do aço, com os mercados da China e da Índia avidamente à espera.
Cerca de 1,7 mil milhões de dólares foi quanto custou o projeto da mina de carvão inaugurada no primeiro semestre deste ano no distrito de Moatize, província de Tete, pela Vale. O investimento do gigante brasileiro assenta na perspetiva de vir a extrair parte das maiores reservas de carvão metalúrgico (ou coque) e térmico do mundo.
Estimadas em 23 mil milhões de toneladas, as reservas de Moatize tornaram-se o centro das atenções quando a maior empresa mineira do mundo, a Rio Tinto, entrou numa corrida às ações da australiana Riversdale, que identificou até à data 13 mil milhões de reservas nas suas concessõesem Tete.
«Os três novos horizontes na produção de carvão metalúrgico, a nível mundial, são a região australiana de Belvedere, Moçambique e Mongólia», afirmou à agência Dow Jones Luiz Sarcinelli, um consultor de carvão da firma Sage Consultoria Técnica, com sede no Rio de Janeiro.
Para este ano, a Vale espera exportar um milhão de toneladas, aumentando para 11 milhões no decurso dos anos seguintes. Com um registo de 22 mil toneladas extraídas no ano passado (pela britânica Beacon Hill), o ano de 2011 marca assim o salto para a produção em grande escala.
Os dragões asiáticos
Cerca de 1,7 mil milhões de dólares foi quanto custou o projeto da mina de carvão inaugurada no primeiro semestre deste ano no distrito de Moatize, província de Tete, pela Vale. O investimento do gigante brasileiro assenta na perspetiva de vir a extrair parte das maiores reservas de carvão metalúrgico (ou coque) e térmico do mundo.
Estimadas em 23 mil milhões de toneladas, as reservas de Moatize tornaram-se o centro das atenções quando a maior empresa mineira do mundo, a Rio Tinto, entrou numa corrida às ações da australiana Riversdale, que identificou até à data 13 mil milhões de reservas nas suas concessões
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Para este ano, a Vale espera exportar um milhão de toneladas, aumentando para 11 milhões no decurso dos anos seguintes. Com um registo de 22 mil toneladas extraídas no ano passado (pela britânica Beacon Hill), o ano de 2011 marca assim o salto para a produção em grande escala.
Os dragões asiáticos
À espera de Moatize estão os mercados orientais da China e da Índia. O consumo de carvão na China, segundo a agência Reuters, deverá crescer 28% até 2015, atingindo as 2,67 mil milhões de toneladas por ano. Em particular, a procura de carvão metalúrgico no mercado chinês deverá rondar, em 2011, os 563 milhões de toneladas, o que excede em 56 milhões a produção doméstica. «Há cinco anos, a China exportava carvão metalúrgico, mas de há três anos para cá, começou a importar pequenas quantidades, como quatro a cinco milhões de toneladas por ano», explicou Sarcinelli. «Hoje em dia, a China importa cerca de 40 milhões de toneladas e em 2015 poderá vir a ultrapassar o Japão, que importa cerca de 100 milhões de toneladas, tornando-se o maior importador do mundo».
No caso da Índia, prevê-se que as importações de carvão metalúrgico tripliquem dos atuais 30 milhões de toneladas por ano para 90 milhões em 2015. Este é o principal tipo de carvão que os mercados procuram para a produção de aço e é aí que reside o apelo de Moçambique. Para além das reservas conhecidas de Moatize, calcula-se que a vizinha província do Niassa poderá conter quantidades importantes de carvão térmico, na bacia de Mandiamba.
**Leia na íntegra o artigo assinado por Cristiana Pereira, na edição de agosto da revista África21
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