CORREIO DO BRASIL, com ANP - de São Paulo
Após a forte repressão policial às manifestações estudantis que ocorreram na última semana, os estudantes chilenos estão preparando uma paralisação nacional, que irá contar com a adesão de outros segmentos sociais. A estimativa é de que pelo menos 100 mil pessoas saiam às ruas de Santiago no final da tarde desta terça-feira.
Para falar sobre a mobilização, a estudante de psicologia da Universidade do Chile e integrante da Corrente estudantil Práxis, Valentina Olivares, concedeu entrevista à jornalista Luciana Silvestre Girelli para a Radioagência NP, que passamos a reproduzir em seguida.
– Quais os objetivos da paralisação?
– Haverá uma jornada nacional de protestos pela educação, na qual não somente estudantes, mas professores, trabalhadores da educação em geral, funcionários públicos e os trabalhadores da construção civil estarão em marcha contra as forcas de repressão policial e contra o governo. Também convocamos uma paralisação produtiva de todos os trabalhadores do Chile, em 17 de agosto, para apoiar a luta dos estudantes. Haverá também uma paralisação nacional convocada pela CUT para os dias 24 e 25 deste mês.
– Qual tem sido a resposta do governo às reivindicações estudantis?
– Há muita repressão policial e perseguição política nas ruas e nas escolas aos dirigentes de base. Também há uma tentativa de invibiazibilizar o que acontece nas regiões pelo bloqueio midiático. A resposta concreta exigida pelos estudantes na Confederação de Estudantes do Chile deveria ser dada na última quarta-feira, mas o governo continuou com a posição de levar a resolução da questão para o parlamento, onde a população não tem influência nenhuma. As propostas feitas pelo governo para serem levadas ao parlamento apenas aprofundam a contra reforma neoliberal da educação.
– Quais as principais reivindicações dos estudantes?
– Educação gratuita e de qualidade em todos os níveis. No caso da educação secundaria, exigimos que os colégios voltem a ser mantidos pelo Estado, ou seja, queremos a desmunicipalizacao. Na educação superior queremos o aumento do financiamento público para as universidades, porque menos de 10% de recursos aplicados em educação superior são de origem pública.
– Quais as perspectivas para o movimento?
– A perspectiva de luta é convocar todos os setores populares para as manifestações. Na semana passada, famílias saíram às ruas para defender a luta pela educação. Foram feitos protestos e barricadas. O fato demonstrou um apoio popular muito forte. A mobilização não vai diminuir até que alcancemos nossas demandas.
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