O PAÍS (Angola)
O ministro da Saúde, José Van-Dúnem, considerou ontem em que as doenças mentais em alguns países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sobretudo os de África, continuam a ser um “fardo muito pesado”, fruto dos conflitos armados e outras situações de ordem social e económica.
Em representação do vice-presidente da Republica, Fernando da Piedade Dias dos Santos, na cerimónia de abertura do V Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa e do VII Congresso de Saúde Mental da Língua Portuguesa, José Van-Dúnem referiu que a saúde mental se reveste de uma atenção especial em termos de promoção, prevenção e reabilitação.
“Sabemos todos que o elevado fardo das doenças mentais afecta também as famílias, comunidades, assim como as instituições de saúde e o Estado”, disse o governante citado pela Angop, apontando para o caso de Angola, onde os 30 anos de guerra causaram a desestruturação do tecido familiar e social.
Sendo múltiplas as consequências das doenças mentais, do ponto de vista social e económico, o ministro adiantou que a mesma afecta todas as idades, sendo um expoente dos atrasos mentais e desenvolvimento da criança.
José Van-Dúnem considera que as convulsões, epilepsias, perturbações do comportamento, psicoses, depressões, consequências dos abusos de substancias tóxicas, tais como, álcool e drogas, são, entre outros casos, atendidos nos bancos de urgência e serviços especializados, apesar de não serem tão elevados os casos.
Actualmente, de acordo com o governante, existem métodos e medicamentos para o tratamento paliativo e curativo de doenças mentais, mas a fraqueza dos sistemas de serviços de saúde e limites de recursos inviabilizam , de forma considerável, a sua disponibilização e utilização.
O ministro acrescentou igualmente que existe ainda um défice considerável de serviços e de pessoal capazes de tratar e reabilitar com qualidade as patologias mentais.
Por isso, defendeu a necessidade de se prestar uma maior atenção à formação de quadros a todos os níveis para a integração da saúde mental ao nível das estruturas da atenção primaria, como postos e centros de saúde, bem como hospitais municipais.
No que toca aos quadros, VanDúnem disse que os médicos de clínica geral e de família jogam um papel importante no diagnostico, supervisão, e tratamento dos doentes com problemas mentais.
“Precisamos sim de melhorar o conhecimento dos médicos e sua competência para que estejam em altura de responder a demanda”, admitiu José Van-Dúnem, acrescentando que “em Angola se está a integrar de forma progressiva a saúde mental no pacote dos serviços essenciais ao nível dos municípios e pretendem-se também desenvolver através da melhoria das infra-estruturas de saúde e da formação pós graduado dos serviços gerais e especializados a nível provincial e regional, com vista a dar uma resposta mais eficaz e efectiva aos problemas e complexos que representam essas doenças.” O congresso decorre numa das unidades hoteleiras de Luanda e nele participam especialistas dos sete países de expressão portuguesa.
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