domingo, 21 de agosto de 2011

TODOS OS CABO-VERDIANOS QUEREM REGRESSAR, MAS AINDA FALTA TRABALHO




SV - LUSA

Lisboa, 21 ago (Lusa) -- Todos os cabo-verdiano espalhados pelo mundo desejam voltar à terra natal, nem que seja para morrer, e os que estão em Portugal não são exceção, mas ainda falta trabalho, falha que esperam que o próximo Presidente resolva.

António João Neves, 55 anos, há 36 em Portugal, votou hoje na segunda volta das eleições presidenciais caboverdianas porque é um dever e porque quer um Presidente melhor, que traga ideias novas.

"O país precisa de trabalho e de gente com mais cabeça", diz à Lusa, depois de ter votado numa das mesas de voto instaladas na freguesia da Buraca, na Amadora.

Para António não há dúvidas: "Se houvesse trabalho em Cabo-Verde voltava logo amanhã".
Maria Manuela Amado, 36 anos, tem opinião semelhante e apesar de achar que o país tem melhorado bastante nos últimos anos, admite que é a falta de oferta de empregos que faz com que ainda não tenha voltado.

"Não sei exatamente quando, mas tenho a esperança de voltar para lá um dia para ficar, mas falta trabalho", explicou à Lusa, acrescentando que espera que estas eleições melhorem o país.

Já para Nelza Fortes, 37 anos, a principal falha em Cabo-Verde está na saúde. Diz não saber se com estas eleições o país vai ou não melhorar, mas entende o ato de votar como "um direito".

"Por acaso temos bons médicos em Cabo-Verde, mas não temos equipamento suficiente e por causa disso muita gente desloca-se para cá e quando vem às vezes já é muito tarde. Isso é um grande problema", adiantou.

"Qualquer cabo-verdiano, onde estiver, anseia sempre voltar, nem que seja para morrer", resume, por seu lado, Caetano Sousa, 67 anos, em Portugal por causa dos problemas de saúde de um filho.

Para Caetano Sousa votar "é um dever", mas espera igualmente que estas eleições tragam "um presidente que tenha perfil, que tenha presença e ajude Cabo-Verde a sair do marasmo em que tem estado nos últimos anos".

"Não vou dizer qual é o meu candidato, mas penso que há um que tem mais condições, embora qualquer um deles pode servir para Cabo-Verde", defendeu.

Se a primeira volta das eleições presidenciais ficou marcada pela abstenção, tudo aponta para que esta segunda volta não seja diferente, apesar de nas mesas de voto onde a Lusa esteve a adesão estar a ser "muito maior" do que na primeira volta.

"Já votaram até agora (12:30) mais pessoas do que no dia todo da primeira volta", disse à Lusa fonte da mesa de voto, referindo que tinham já votado cerca de 45 pessoas, enquanto na primeira volta votaram 67 no total.

Situação semelhante na outra mesa de voto, onde fonte ligada ao processo eleitoral adiantou terem votado cerca de 50 pessoas, por oposição à primeira volta em que votaram no total cerca de 70 cabo-verdianos.

Contactada pela Lusa, Ana Mercedes, da Comissão Nacional de Eleições de Cabo-Verde disse que "até este momento a afluência não é muita" e que "tudo indica que a grande abstenção que se registou na primeira volta vai continuar".

Ainda assim, "todas as mesas de voto estão a funcional normalmente" e "tudo está a correr bem", disse.

*Foto em Lusa

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