terça-feira, 27 de setembro de 2011

Angola diz que a crise financeira provocou a mais grave crise social vista pela atual geração




CSR - LUSA

Nova Iorque, 27 set (Lusa) -- O ministro das Relações Exteriores de Angola disse que a crise financeira provocou a mais grave crise social presenciada pela atual geração, agravada por uma perigosa crise ambiental, com consequências imprevisíveis para a humanidade.

"Pode-se citar a corrente crise económica e financeira, a qual criou a mais séria crise social testemunhada pela atual geração, uma perigosa crise ambiental, com consequências imprevisíveis para o futuro da humanidade, a menos que a comunidade internacional aplique medidas corajosas e imediatas", referiu Chicoti na noite de segunda-feira (madrugada em Lisboa), no discurso na 66ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

"Vivemos uma situação em que uma perigosa combinação de fatores põe em sério risco a estabilidade, a paz e a segurança mundiais", sublinhou.

O ministro chamou a atenção sobre as múltiplas crises que caraterizam a situação internacional atualmente e que pode colocar em causa os próprios fundamentos da ONU, enquanto organização mundial.

"O respeito pelos direitos e liberdades fundamentais, o estado de direito e a boa governação são instâncias basilares para que qualquer sociedade humana possa viver em paz e harmonia e são a principal garantia de uma efetiva prevenção de conflitos", frisou.

Chicoti indicou que as ingerências externas são um fator de obstrução aos esforços de mediação e resolução pacífica de conflitos no mundo.

Em relação a Angola, o chefe da diplomacia declarou que o país "pagou um preço muito elevado devido a essas ingerências, que alimentaram durante demasiado tempo um conflito fratricida, mas que os angolanos puderam finalmente resolver e, com sabedoria, ultrapassar, com base na magnanimidade, equidade e inclusão".

Segundo o ministro, Angola tem servido de referência para a resolução de alguns conflitos no continente africano e tem dividido essas experiências com outros povos e países.

O país, sendo membro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Comissão do Golfo da Guiné e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), tem colaborado com vários parceiros e tem atuado na base de uma diplomacia preventiva na busca de soluções pacíficas às diferentes crises que têm surgido, como são os casos da Guiné-Bissau e Madagáscar, acrescentou Chicoti.

Na sua intervenção, o chefe da diplomacia manifestou ainda preocupação com a situação vivida na Líbia, no Saara Ocidental (conflitos armados), no Corno de África (seca) e no Médio Oriente, defendendo a criação do Estado da Palestina e a convivência pacífica com Israel.

Chicoti disse também que é necessário por fim ao embargo a Cuba, felicitou a República do Sudão do Sul pela sua admissão como membro das Nações Unidas e manifestou a disponibilidade de Angola em cooperar com o novo Estado.

O ministro saudou a criação da ONU-Mulher, considerando que a organização dará maior impulso à promoção e emancipação das mulheres e à conquista dos seus direitos.

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