terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cabinda: Carta a António Guterres alerta para situação de refugiados cabindas nos Congos




DESTAK - LUSA

A Casa de Cabinda em Portugal alertou hoje para a situação dos 40 a 50 mil refugiados cabindas nos Congos, acusando as Forças Armadas Angolanas (FAA) de atacarem os campos, perseguirem e matarem pessoas.

O alerta surge numa carta que a Associação Tratado de Simulambuco-Casa de Cabinda, em Portugal, pretende entregar ao Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, que hoje participa em Lisboa numa cerimónia que assinala os 20 anos do Conselho Português dos Refugiados.

Na missiva, a organização expressa a sua “profunda preocupação” e "solicita a atenção do ACNUR para a situação dos refugiados de Cabinda e a insegurança dos seus campos" na República Democrática do Congo (Kinshasa) e na República do Congo (Brazzaville).

"Atualmente, nos dois Congos, são entre 40 e 50 mil os Refugiados albergados. Nos campos de refugiados, aproveitando o conflito existente, as Forças Armadas Angolanas (FAA) têm por várias vezes atacado os campos e morto várias pessoas", refere o texto.

Segundo o texto da Casa de Cabinda, os refugiados são também "perseguidos e coagidos" a regressar "vendo-se confrontados inúmeras vezes com tentativas de os deslocar" para outras províncias de modo a que "não possam regressar à sua terra".

Neste contexto, a Casa de Cabinda pede a atenção de António Guterres "para evitar desaparecimentos forçados e assassínios" e reclama um "estatuto especial" que permita proteger estes refugiados.

À missiva, os responsáveis da Casa de Cabinda anexam dois relatórios de organizações internacionais sobre violação de direitos humanos no território.

Cabinda luta pela independência desde 1975, rejeitando a soberania de Angola sobre o enclave, que produz cerca de 60 por cento do petróleo angolano.

Nota da redação Página Global

Por metodologia óbvia, em respeito à história e ao futuro histórico absolutamente previsivel, passamos a partir deste momento a dispôr da ligação CABINDA, separado de ANGOLA (inclusive na barra lateral), por reconhecer que ANGOLA ocupa colonialmente a NAÇÃO CABINDA, ao arrepio da história e dos acordos celebrados entre os então reinos de Portugal e de Cabinda. Para o Página Global CABINDA é um país ocupado por ANGOLA, como ANGOLA foi ocupado por PORTUGAL até à Revolução de Abril de 1974, criando-se então as condições para a mais que justa independência. Repudiamos que ANGOLA tenha passado de país oprimido a opressor.

3 comentários:

Orlando Castro disse...

A Nota da redacção é digna de registo por ser uma pedrada, e que pedrada, no charco do marasmo e da cobardia da comunidade internacional, começando em Portugal e terminando na CPLP.

Um abraço,

Orlando Castro

Afonso Bumba disse...

Sim, o problema que temos chama-se colonizacao e a solucao para isso eh a descolonizacao, a auto-determinacao, independencia de Cabinda. Importa-nos quebrar o silencio, debatar o problema para liberdade de Cabinda como de Angola.

Felicidades,
Afonso Bumba (email: bumbaafonso@yahoo.com)
Tchiowa, Cabinda, Africa Ocidental

Anónimo disse...

Recentemente tomei conhecimento da situação de Cabinda. Do Brasil, fica difícil saber a disposição da população de Cabinda sobre a indepêndência do território. Tudo leva crer que a maioria dos cabindenses desejam a indepêndecia para gerir seus recursos e distribuí-los entre sua população. Para sair do anonimato sugiro uma campanha, a princípio, no meio universitário brasileiro que é muito sensível a estas questões.

Mais lidas da semana