terça-feira, 20 de setembro de 2011

ANGOLA JÁ É O MAIOR PARCEIRO COMERCIAL DA CHINA NO CONTINENTE AFRICANO




AC - LUSA

Paris, 20 set (Lusa) -- Angola tornou-se em 2006 o maior parceiro comercial da China no continente africano, destronando a África do Sul, devido sobretudo às exportações de petróleo, indica um estudo divulgado hoje pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

No primeiro semestre de 2008, pela segunda vez no espaço de dois anos, Angola destronou mesmo a Arábia Saudita como maior fornecedor de petróleo à China.

Pelas contas do BAD, em 2006, as exportações angolanas para a China representaram 35,6 por cento do total, fazendo daquele país o segundo maior parceiro comercial de Angola, a seguir aos Estados Unidos.

No conjunto, o comércio sino-angolano duplicou em apenas dois anos, somando 14.000 milhões de dólares (10.220 milhões de euros) em 2007, diz o referido estudo, intitulado "China and Africa, an Emerging Partnership for Development?".

A exploração do petróleo em Angola continua "dominada por grandes empresas ocidentais", mas nos últimos cinco anos Luanda "tem procurado diversificar as suas parcerias" e "atrair companhias de outros países", entre os quais a China, Índia e Japão, assinala o estudo.

"Excluindo o petróleo e os diamantes", refere a mesma fonte, "mais de metade do investimento direto chinês em Angola é dirigido para o setor da construção, seguido da indústria ligeira, retalho e transportes".

Segundo estatísticas chinesas, em 2009, a China tornou-se o maior parceiro comercial de África, ultrapassando a União Europeia e os Estados Unidos.

No seu primeiro "Livro Branco sobre a Cooperação Económica e Comercial com África", divulgado em dezembro passado, o Governo chinês disse que nos primeiros onze meses de 2010 o comércio bilateral somou 114.800 milhões de dólares (84.158 milhões de euros), um aumento de 143,5 por cento em relação a igual período de 2009.

Aquele valor bate também o anterior recorde de 106.800 milhões de dólares (78.294 milhões de euros), estabelecido imediatamente antes da crise financeira global de 2008.
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Adenda Página Global: "O Ministério da Cultura do MPLA proibiu a venda do disco “ditadura da pedra” do musico Brigadeiro 10 Pacotes  por alegadamente conter criticas ao Presidente José Eduardo dos Santos."

Vídeo: DITADURA DA PEDRA - Brigadeiro 10 Pacotes

1 comentário:

Anónimo disse...

EQULÍBRIOS TÁCITOS EUA-CHINA EM RELAÇÃO A ANGOLA.

1 ) No comércio de Angola com a China há uma parcela que interessa destrinçar: trata-se daquela que está a ser realizada substancialmente com a "plataforma financeira" de Hong Kong (onde gravitam tamém interesses que se sediam em Macau).

2 ) Essa "plataforma financeira" permitiu a concentração de capacidades oriundas de diversas partes do mundo, investidores externos na China que incluem os provenientes dos Estados Unidos e Europa;´uma parte dos relacionamentos é feita por essa via, ganhando expressão o CHINA INTERNATIONAL FUND" ("CIF").

3 ) Hong Kong, que possui "vitalidade" própria, é uma região que serve de "interface" para a própria China como garante de fluxo de capitais; Angola percebeu isso e os fundos da SONANGOL em Singapura, integraram também o capital da "CIF".

4 ) O Wikileaks em relação a Angola, revela a atenção da Embaixada dos Estados Unidos em relação ao comércio Angola-China e também uma particular atenção em relação ao "interface" de Hong Kong.

5 ) Isso quer dizer que Angola por essa via e com esse tipo de estratégias, tem conseguido até ao momento um certo equilíbrio tácito de interesses, pelo que procura evitar um aumento de tensões entre as potências, de forma a não haverem conflitos que se reflitam na situação interna.

6 ) Este é um dos pontos mais fortes das ideologias que sustentam as novas elites angolanas, inclusive as que compõem a parte "mais nutrida" da oposição.

7 ) Uma constante atenção para este tipo de equilíbrios (?) pode assim tornar-se importante para avaliar até que ponto vai conseguir Angola uma estratégia interna que permita uma relativa estabilidade, mesmo com a evidência dos desequilíbrios sociais que têm vindo a aumentar desde 2002.

Martinho Júnior.

Luanda.

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