terça-feira, 20 de setembro de 2011

Moçambique no grupo de 18 países africanos com taxas baixas de mortalidade infantil




A VERDADE

Apesar de continuar com “maiores taxas de mortalidade infantil”, Moçambique está no grupo de 18 países africanos tidos pelo Banco Mundial (BIRD) como tendo registado uma redução de 25% nas suas taxas de mortalidade infantil nos últimos quatro anos.

Dados, entretanto, mais actualizados do Ministério da Saúde (MISAU) indicam que as crianças moçambicanas são mais susceptíveis de ter uma vida inicial “mais saudável” do que há 20 anos, ganhos que, no entanto, não são iguais em todo o país, pois muitas crianças e mulheres que vivem nas zonas rurais remotas continuam em risco.

Entretanto, e segundo o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, em nota da sua lavra enviada ao Correio da manhã, durante os 10 anos anteriores à crise financeira mundial, as economias da África ao Sul do Sahara cresceram em média de 5% a 6% “e a maioria dos africanos já se tinha recuperado e ido além dos níveis da pré-crise”.

Para ele, se aquele nível de crescimento de taxas tivesse sido mantido, o Produto Interno Bruto (PIB) africano poderia duplicar em cerca de 12 anos e aumentar aproximadamente 50% em termos per capita, gerando receitas públicas para investimento nos seus habitantes, na produtividade e em infra-estrutura, “algo inédito em anos anteriores”, sublinha Zoellick na mesma nota.

Sector privado

Trata-se de um potencial atribuído pelo presidente do BIRD à contribuição do sector privado do continente negro que no período investiu cerca de 77 biliões de dólares norteamericanos nas redes de telecomunicações na África Subsaariana na última década, aumentando o número de assinantes de telefonia móvel de menos de 10 milhões para 400 milhões de assinantes.

O mesmo sector envolveu-se também na “explosão de investimentos”, por parte dos países em desenvolvimento, na manufactura e infraestrutura e no rápido aumento dos fundos de capital e em outros investidores que procuravam colocar capital privado para funcionar nos países em desenvolvimento.

Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial há cerca de quatro anos, diz ainda que tem defendido a importância de modernizar o multilateralismo para melhor reconhecer e reflectir as mudanças económicas que estão ocorrendo no mundo de hoje de forma que “todos nós do Norte, Sul, Leste e Oeste, ricos e pobres, homens e mulheres, possamos ter parte na formulação, implementação e contínua melhoria de soluções de desenvolvimento”.

Diz ainda que tem defendido a necessidade de tornar a abertura, transparência e responsabilização uma característica- chave “não apenas do Grupo Banco Mundial, mas das políticas públicas no mundo inteiro”.

O presidente daquela prestigiada instituição financeira mundial enfatizou que tem falado igualmente “sobre a necessidade de forjar um novo contrato social para reconhecer que os investimentos na participação dos cidadãos, na sociedade civil e na responsabilização social sejam tão importantes para o desenvolvimento como os investimentos na infra-estrutura, firmas, fábricas ou propriedades agrícolas” .

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