O embaixador de Angola em Lisboa, José Marcos Barrica, considerou esta sexta-feira "naturais" as manifestações que se têm realizado em Luanda e rejeitou qualquer comparação com o que se passa no Norte de África porque Angola "não tem uma ditadura".
Em declarações aos jornalistas, o diplomata justificou, no entanto, que as detenções de manifestantes no sábado resultaram de "alguns incidentes decorrentes de algum extravaso da actuação das pessoas", mas considera que a situação está a ser "empolada".
"Numa sociedade democrática as pessoas manifestam-se, o direito à manifestação está consagrado na lei angolana. Naturalmente, toda a manifestação tem os seus limites, e a liberdade também tem as suas limitações", disse.
Questionado sobre se as manifestações em Angola podem ser comparadas com as contestações sociais e políticas no norte de África, José Marcos Barrica referiu que, "contrariamente ao que se diz de Angola", no norte do continente há manifestações "que decorrem de regimes ditatoriais".
"Angola não tem uma ditadura", frisou.
Entretanto na passada quinta-feira houve nova manifestação, desta feita no Largo Amílcar Cabral, antigo Largo Serpa Pinto, bem no centro da capital angolana. Os manifestantes ostentavam cartazes pedindo ‘Liberdade’ e gritavam palavras de ordem como ‘O povo unido jamais será vencido’.
Nas imagens disponibilizadas percebia-se a presença de polícias com cães e viam-se vários elementos a gravar os manifestantes com telemóveis. Apesar de relatos que falam em novas detenções e agressões não foi possível confirmar as mesmas junto das autoridades angolanas.
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