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Coimbra, 28 set (Lusa) -- O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, hoje distinguido com o título de doutor 'Honoris Causa' pela Universidade de Coimbra, defende que todos os países são responsáveis por mudar o cenário económico mundial.
"Todos nós temos uma quota-parte na mudança deste cenário mundial que não assusta, só revolta", disse Xanana Gusmão aos jornalistas, após a cerimónia que decorreu na Universidade de Coimbra.
O chefe do Governo timorense frisou que um grupo de 17 países subdesenvolvidos, em que Timor-Leste se integra, está a "levantar uma voz para ser ouvida pela comunidade internacional" sobre a eficiência da ajuda aos países pobres e necessitados.
"Nós os pequenos, nós os pobres, nós os afetados por conflitos, afetados por erros, por incapacidade de construir um Estado democrático, uma sociedade tolerante, estamos a juntar a voz. E posso dizer que estamos a ser ouvidos", disse o chefe do Governo timorense.
"A discussão deve ser permanente", adiantou.
Questionado sobre se, nos dias de hoje, ainda se considera um resistente, admitiu que sim, definindo a resistência como "um espírito de desejo de mudança".
Sobre os problemas económicos a nível mundial, Xanana Gusmão frisou que enquanto a Europa e os Estados Unidos atribuem culpas recíprocas sobre a situação, aos países subdesenvolvidos cabe cumprir as regras oriundas do que classificou como uma "balança de poderes e influências".
"Somos nós sempre os culpados, somos nós que temos de obedecer a todas as regras", disse.
Sobre a distinção 'Honoris Causa' pela Faculdade de Letras de Coimbra afirmou sentir-se "pequeno, mas muito honrado".
"Devo confessar que nunca esperei, sinto-me levado a um cume demasiado alto", sublinhou Xanana Gusmão.
*Foto em A Bola
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