quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Xanana Gusmão abandonou reunião com estudantes timorenses instantes depois do seu início




JEE - LUSA

Coimbra, 28 set (Lusa) -- O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, abandonou hoje à tarde um encontro com timorenses que estão a estudar em Portugal, poucos instantes depois do início da reunião, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (UC).

Xanana Gusmão saiu da sala quando um timorense que vive "em Portugal há 30 anos", mestrando em Ciências Jurídicas naquela Faculdade, Gaspar da Costa Sobral, afirmou, no início da sua intervenção, que "os discursos de ocasião são muito bonitos", mas "o que é preciso é uma política de educação".

O primeiro-ministro de Timor-Leste levantou-se da mesa em que presidia à sessão, com a presença de cerca de uma centena de timorenses, dirigiu-se a Gaspar da Costa Sobral e, depois de lhe dizer que não estava ali "para ouvir políticas", saiu da sala, em passo acelerado.

Enquanto se dirigia para o exterior do edifício, para tomar, de imediato, a viatura em que seguiu para Lisboa, onde encerra na quinta-feira a visita a Portugal, Xanana Gusmão, foi acompanhado, além da sua comitiva, por muitos dos participantes da reunião, que o tentavam "acalmar" e "demovê-lo da sua decisão", mas em vão, sem sequer obter qualquer palavra do chefe do governo de Timor-Leste.

Na mesa da sessão, além de Xanana Gusmão, estavam também os ministros da Educação e dos Negócios Estrangeiros timorenses (o titular da pasta das Infraestruturas estava entre a assistência), a embaixadora deste país em Lisboa e o reitor da UC.

Depois de uma breve intervenção do presidente da Associação de Estudantes Timorenses em Coimbra (AETC), Ivo Pinto, a embaixadora de Timor-Leste em Portugal apelou aos participantes para colocarem as suas perguntas de forma muito breve e objetiva, para ser possível esclarecer a maior quantidade possível de questões.

Surgiu então a intervenção de Gaspar da Costa Cabral, em função da qual Xanana Gusmão abandonou a reunião, que tinha sido iniciada cerca de cinco minutos antes, deixando a generalidade dos presentes "surpreendidos" e divididos entre apoiantes e críticos daquela decisão.

"Não esperava esta atitude do Primeiro-Ministro, que está a construir com dificuldade uma democracia em Timor", mas não pode ter comportamentos "anti-democráticos" como este, disse à Agência Lusa Gaspar da Costa Sobral.

Gaspar da Costa Sobral "cometeu um erro, mas eu não estava à espera" desta reação de Xanana Gusmão, considerou Ivo Pinto, que "sobretudo", ficou "surpreendido e muito triste".

O encontro deveria ter servido para "os estudantes timorenses em Coimbra colocarem as suas questões e propostas e ouvirem os planos do ministro da Educação", acrescentou o líder da AETC, lamentando o desfecho da reunião.

Igualmente instado pela Agência Lusa, o reitor da UC, João Gabriel Silva, considerou o episódio uma "questão interna de Timor-Leste", que "não põe minimamente eu causa os objetivos" desta deslocação de Xanana Gusmão a Coimbra.

"No que diz respeito à UC, correu muitíssimo bem", salientou o reitor, recordando que o principal objetivo da atribuição, por esta instituição, do título de doutor 'honoris causa' ao primeiro-ministro de Timor-Leste (cuja cerimónia decorreu na manhã de hoje) é "o reforço das relações" daquele país com Portugal e de "defesa da língua portuguesa".

O que está em causa, sustentou João Gabriel Silva, "é o espaço lusófono" e a "universalidade da língua portuguesa" que, sem Timor-Leste, ficaria reduzida a "um assunto quase só atlântico".

*Foto em C Notícias

9 comentários:

Anónimo disse...

Além de ditador é bebado. O que é que esperam deste malandro?

Anónimo disse...

grande maluco dos nossos tempos. que vergonha.
A Universidade da Coimbra deve retirar-se o grau que lhe tinha atribuído.
Honoris causa está em causa

Anónimo disse...

O Honoris Causa está em causa desde o momento em que decidiram atribuir a este individuo sem honra nenhuma e que até decidiu eliminar o português no ensino básico - o que está a gerar resistência de muitas individualidades timorenses, como Lasama e outros no próprio governo. E então dão-lhe a causa de honra por ele ser defensor da língua portuguesa. Eduardo Lourenço e os seus parceiros da Universidade de Coimbra estão a dormir?

Vê-se que é um galardão político, não porque mereça. A UC está de rastos ao ir por este caminho. Vergonha meus senhores!

Anónimo disse...

"Os discursos de ocasiao sao muito BONITOS mas o que é preciso é uma politica de educaçao" Nao foi a melhor forma de abordagem ao nosso PM , todos nos temos direito a opiniao mas quem sou "eu" para abordar um XEFE DE ESTADO de tal forma sendo eu "ninguem" , se ja sou DOUTOR e sou estudante e vivi em Portugal, em antemao tenho obrigaçao d saber que é uma abordagem "infeliz" embora nao mal intencionada... O facto de ter abandonado a reuniao logo apos ter começado nao foi a melhor atitude mas talvez o tenha feito para evitar DISCUSSOES...
:(

Anónimo disse...

E uma vergonha ao afirmar q o La Sama esta contra a lingua Portuguesa em TL. Obi La Sama quer e nao so investir no portugues mas tam em Tetun para evitar uma interpretacao de que Portugal esta impor o portugues para os timorenses.

Anónimo disse...

Nao percebo a atitude do Xanana Gusmao. O homem que sempre defende a democracia para TL nao mostrou o seu espirito democratico. Ouvir as criticas e uma parte da vida dos defensores da democracia. Xanana esta nos maus lencois. Ele devia pedir desculpa para a Universidade de Coimbra e aos estudantes timorenses em Coimbra.

Anónimo disse...

Gaspar Sobral se estivesse calado tinha feito melhor mas instruído pelo seu mestre Alkatiri não se aguentou tendo, isso sim, aniquilado ali a possibilidade de os/as bolseiros/as timorenses terem colocado as questões que queriam e recebido as respectivas respostas aos seus problemas por aqueles que as podem e devem dar.

Gaspar Sobral foi de uma malcriadice medonha. Tratou mal as pessoas. Alias, teve a resposta `a altura.

Ninguem tem de aturar anormalidades daquelas. O baixo nível do senhor Gaspar Sobral foi estarrecedor, muito em consonância com aquilo que e' habitual neste mesmo blog e nos seus congéneres. O senhor Gaspar estava a querer fazer "política", teve azar, não lhe deram ouvidos pois o que se ia ali tratar era dos problemas dos bolseiros e não ter de ouvir uma pessoa que desrespeitou completamente os presentes e se preparava ele para discursar nas suas supostas eloquentes e longas apresentações. Que respeito teve este homem pelos reais problemas dos bolseiros? Nenhum, como se viu. Quem não o conheça que o compre.

O senhor Gaspar e' porventura bolseiro?

O mau gosto nas palavras, das curtas frases que o senhor Gaspar pronunciou, criou estupefacção nuns e contentamento noutros... sobretudo naqueles que estavam ali com o mesmo propósito de maldizentes.

Mais uma vez, a pandilha teve a resposta merecida: "Meus senhores, se tem planos escrevam, nao viemos aqui para isto" e objectivamente ao senhor Gaspar foi-lhe dito: "não viemos fazer política", tendo sido repetido: " não viemos fazer política" alto e bom som e pronto, assim foi.

Convém que se diga que em momento anterior o senhor Ivo Pinto, presidente (?) dos ATC não teve a delicadeza sequer em se apresentar, apresentar as entidades presentes bem como agradecer a sua presença... uma coisa também do outro mundo, tendo lido um texto que ja' tinha indicadores a raiarem o absurdo, mas eles tem desculpa, são jovens.

Estavam `a espera de que?

Ninguem tem de aturar anormalidades daquelas. Ponto.

Anónimo disse...

Esse que vive ha 30 anos em Portugal nao conhece a realidade timorense....
Ha bolseiros que estao ai dezenas de anos e nunca terminam seus cursos dinheiro(do estado) mal gasto....mesmo assim nao estao satisfeitos quando em Timor ha familias que tentam sobreviver com o salario de $80 ou $150 mensais, ainda existem em Timor quem nem sequer conhece o que eh o DOLLAR....e esses bolseiros ainda querem mais apoio financeiro ha quem quer mesmo estudar e nao tem quem os ajude financeiramente. Estudantes sem sucesso deviam ser recambiados.....

Anónimo disse...

É isso mesmo PM Xanana Gusmão. Eles estão em Portugal para estudar não é para fazer política. Se querem fazer política melhor regressarem para Timor Leste. Se querem fazer política contra Xanana, o lugar é em Timor Leste.
Estudante mal criados como senhor Gaspar Sobral.
Viva Xanana Gusmão.

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