sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dhlakama ameaça aquartelar ex-guerrilheiros da RENAMO a partir da próxima semana




LYR – LAS - LUSA

Nampula, Moçambique, 02 set (Lusa) -- O presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, anunciou hoje em Nampula que na próxima semana começa o aquartelamento do seus ex-guerrilheiros, processo fortemente contestado pela FRELIMO, partido do Governo de Moçambique, que o denuncia como "perigoso" para a paz.

Numa conferência de imprensa em Nampula, onde reside, no norte de Moçambique, Dhlakama ressalvou que a medida não tem como finalidade o retorno à guerra, mas garantir o melhor controlo dos seus desmobilizados e reformados, como forma de evitar que estes se envolvam em "eventuais desmandos".

O líder do maior partido da oposição no país voltou a acusar o Governo de alegada violação do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, em 04 de outubro de 1992 que visava a criação de um único exército "imparcial e profissional, com cerca de 30 mil homens de ambos os lados".

Dhlakama sustentou estas suas acusações com o que descreveu de reformas compulsivas dos generais da RENAMO, enquanto os oficiais da FRELIMO, acusou, continuam com altas patentes e funções nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique.

O presidente da RENAMO voltou a insistir na organização de uma "revolta nacional para retirar a FRELIMO do poder", a qual, disse, vai acontecer "antes do Dia do Natal" deste ano.

"Não vamos promover uma manifestação, mas uma revolta nacional para estabelecer uma ordem pública. É isso: queremos desalojar a FRELIMO das escolas, tribunais, hospitais e até dos negócios privados", disse Dhlakama.

Instado a comentar se as suas ameaças tinham motivações financeiras, o histórico dirigente afiançou que não vive do apoio financeiro do Governo.

"Eu não estou a ameaçar a quem quer seja, mas sim a dizer aquilo que deve ser a melhor forma de mantermos a democracia no nosso país", disse.

Afonso Dlhakama anunciou ainda que o seu partido não está interessado em concorrer às eleições intercalares nos municípios de Pemba, Cuamba e Quelimane, nas províncias de Niassa, Cabo-Delgado e Zambézia.

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