terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dilma Rousseff: RESPOSTA ERRADAS À CRISE PODEM “FEMINIZAR” POBREZA


Dilma Rousseff ao lado de Hillary Clinton - foto HENNY RAY ABRAMS/AFP

JORNAL DE NOTÍCIAS - Ontem

A presidente Dilma Rousseff declarou, em Nova Iorque, que "medidas equivocadas" para fazer frente à crise poderão agravar a situação de desigualdade social entre os géneros, e defendeu medidas que garantam a "capacitação" das mulheres.

"A crise económica e as respostas equivocadas podem agravar este cenário, intensificando a 'feminização' da pobreza. Por isso, combater as consequências e também as causas da crise é essencial para a capacitação ['empowerment'] das mulheres", afirmou a presidente brasileira durante uma Reunião de Alto Nível sobre a Participação das Mulheres na Política, em Nova Iorque.

Dilma destacou que a desigualdade de géneros permanece e que são as mulheres as que continuam a sofrer mais com a situação de extrema pobreza, analfabetismo, falhas do sistema de saúde e violência sexual.

A dirigente brasileira defendeu que estes problemas devem ser combatidos na origem e lembrou que os programas sociais desenvolvidos pelo seu governo colocam as mulheres no centro das tomadas de decisão.

"São as próprias mulheres, que tanto sofrem com a pobreza, as principais aliadas das políticas para a sua superação. Elas têm prioridade em programas sociais, como o da transferência de rendimento e crédito para aquisição de imóveis, o que se reverte na melhoria da sua qualidade de vida e das suas famílias", afirmou Dilma, ao explicar o funcionamento dos programas brasileiros de transferência de rendimento.

A presidente pediu ainda o apoio das mandatárias presentes, como a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será sedeada no Rio de Janeiro em Junho de 2012.

"As mulheres também são as principais aliadas do desenvolvimento sustentável e da necessidade de mudar os padrões de consumo", considerou.

Na quarta-feira, Dilma tornar-se-á a primeira mulher a abrir uma Assembleia-geral das Nações Unidas, desde a criação do organismo, em 1946. A presidente começou o seu discurso de hoje a dizer que gostaria de partilhar a honra com as demais mulheres, em especial com a ex-presidente do Chile, Michele Bachellet, que foi a primeira mulher sul-americana a chegar à presidência de um país.

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