quinta-feira, 22 de setembro de 2011

EUA: Execução de Troy Davis envolveu violação de questões processuais, diz Amnistia



TSF

Vítor Nogueira, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, lembrou que as provas contra Troy Davis são diminutas e que houve testemunhas que mudaram as suas declarações iniciais

O porta-voz da secção portuguesa da Amnistia Internacional considerou que a execução de Troy Davis, acusado de ter morto um polícia em 1989 no Estado norte-americano da Geórgia, envolveu a violação de questões processuais.

Ouvido pela TSF, Vítor Nogueira lembrou que «não há provas de ADN e nunca foi encontrada a arma e ele sempre reclamou inocência, não havendo qualquer tipo de prova material contra ele».

«Houve apenas nove testemunhas e dessas sete vieram negar as declarações iniciais dizendo que sofreram coerção policial. Cada vez havia mais dúvidas. Sabe-se que quando há dúvidas deve-se ser a favor do réu», acrescentou.

Vítor Nogueira, que recordou que a execução de Troy Davis tinha sido suspensa em 2007 precisamente por causa das muitas dúvidas que havia acerca deste caso, disse que apenas da execução vale a pena continuar a luta contra a pena de morte.

«Neste momento, 139 países do mundo já não têm pena de morte nem fazem execuções. Portanto, há um avanço muito grande aqui, mas nalguns países ela continua como num caso de execução prevista ainda para hoje para um paquistanês que vive na China», explicou.

Para além do caso deste paquistanês que é acusado de tráfico de droga na China, Vítor Nogueira deu ainda conta de um caso que envolve um norte-americano, cuja execução também está prevista para esta quinta-feira.

«Tenta-se fazer campanhas muito grandes por todo o mundo, chamando à atenção para a crueldade e irrevogabilidade da pena de morte, para erros que pode haver de juízo. Este caso é um exemplo claro em relação a isto», sublinhou.

Vítor Nogueira recorda as dúvidas em que está envolto este caso
Vítor Nogueira entende que continua a valer a pena lutar contra a pena de morte

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