quinta-feira, 29 de setembro de 2011

GOVERNO PORTUGUÊS JÁ ADMITE QUE CRISE DEVERÁ AUMENTAR EM 2012





A oposição alertou que o governo pretende exigir mais sacrifícios aos portugueses.

Lisboa - O governo português já admite que a crise deverá agravar-se em 2012. No debate quinzenal realizado quarta-feira (28) na Assembleia da República, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (PSD) confirmou que na proposta do Orçamento do Estado para 2012 os números vão prever uma recessão em alta e que a economia só deverá crescer a partir de 2013.

A oposição alertou que o governo pretende exigir mais sacrifícios aos portugueses. Para Heloísa Apolónia, de Os Verdes, "o grande problema é que o Governo vem dar com uma mão sorridente, mas automaticamente tira com as duas e se considerar preciso pedir uma terceira mão emprestada lá vão três mãos". "Temos uma "troika" (...) a lixar os portugueses", ironizou, citada pela rádio TSF.

Jerónimo de Sousa, do PCP, quis o governo esclarecesse se o novo pedido de ajuda externa está mesmo em cima da mesa. "Não está a reconhecer que esta primeira [ajuda externa] não resolveu coisa nenhuma", afirmou o líder comunista.

Se algum país da Zona Euro entrar em incumprimento, parece «evidente», para Passos Coelho, que Portugal ficará vulnerável «a um acidente dessa natureza».

O socialista António José Seguro exigiu uma posição firme do governo para com a banca a propósito dos 12 mil milhões de euros disponibilizados pelo programa de assistência financeira a Portugal.

"Chegou a altura de o Governo fazer lembrar ao sistema bancário português que foi o Estado que, numa altura de aflição do sistema financeiro, fez um esforço para ajudar. Chegou a altura de os bancos ajudarem a financiar as economias", defendeu.

Na resposta, Pedro Passos Coelho disse que o governo não pode "obrigar os bancos a recorrer a um fundo de recapitalização quando se trate de liquidez para a economia e não de capital para os bancos". "Essa confusão não posso fazer", concluiu, segundo a TSF.

Seguro antecipou uma proposta socialista para o próximo Orçamento do Estado que passa por uma redução ou isenção de IRC para empresas que reinvistam lucros, uma ideia que mereceu um "talvez" de Passos Coelho.

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